quarta-feira, julho 20, 2011

MÍRIAM LEITÃO


Corrida do ouro
MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 20/07/11

O ouro bateu novo recorde esta semana e acumula alta de 35%, em 12 meses, e de 81%, desde setembro de 2008. É reflexo da crise econômica mundial.

Na procura por ativos seguros na era do dólar fraco, de dúvidas sobre o euro, risco de calote em dívidas públicas e muita liquidez, até os bancos centrais estão na corrida do ouro.

No mesmo período de 12 meses, o Ibovespa caiu 6,7%, e o dólar, 6%. O petróleo subiu na onda da alta das commodities, mas bem menos: 15%. Mas espantoso mesmo é o que aconteceu com a prata: subiu em um ano 121%.

Os números de ativos em alta, num período de crise e baixo crescimento de economias maduras, mostram que os grandes investidores tentam se proteger contra o agravamento da crise, para ganhar em qualquer conjuntura.

Até os bancos centrais têm pressionado o mercado. A alta do ouro é parte da valorização das commodities, provocada pela hiperatividade dos fundos financeiros, mas há outro motivo para o metal subir. Ouro sempre foi considerado reserva de valor, com liquidez em qualquer mercado, em qualquer época.

"Houve o que chamamos de fly to quality (voo para qualidade). Os investidores buscaram ativos menos arriscados. O ouro se descolou das outras commodities, que caíram, e continuou subindo", disse Nathan Blanche, da Tendências Consultoria.

Na segunda-feira, a onça chegou a US$ 1.602. No segundo trimestre, o crescimento foi de 4,6% em relação ao primeiro.

"O aumento do preço do ouro está relacionado à crise na Europa e nos Estados Unidos. Especificamente nesta semana, mais atrelado ao risco de calote dos americanos. A projeção é que a onça possa passar de US$ 2.000 este ano se a crise não se dissipar", disse Mauriciano Cavalcante, sócio da corretora OM DTVM.

Até o início do ano, o Banco Central mexicano praticamente não tinha reservas internacionais em ouro. De janeiro a julho, comprou mais de 100 toneladas para compor 4% de sua carteira. A Rússia comprou 22,8 toneladas este ano e 15 toneladas em julho do ano passado. O BC russo possui a oitava maior reserva mundial em ouro do mundo, com 830 toneladas, ou 7,8% de suas reservas.

"O total de compra de ouro por parte de bancos centrais este ano já é maior do que o comprado em todo o ano de 2010. Os bancos centrais dos emergentes continuam sendo a principal força de sustentação", escreveu o Conselho Mundial do Ouro (World Gold Council, WGC), em relatório na última semana.

Nos últimos 10 anos, o BC chinês foi o que mais comprou ouro. Elevou suas reservas de 395 toneladas para 1.054. O BC da Índia fez movimento semelhante, saindo de 357 toneladas para 557 toneladas. Já o BC brasileiro manteve em 0,5% o total de nossas reservas em ouro, com 33,5 toneladas.

O Brasil tem a maior parte das suas reservas em dólar e em títulos do Tesouro americano, que está com problemas, como se sabe, de impasse político na elevação do limite do endividamento. Emissor da moeda de referência mundial, o BC americano lidera a lista dos detentores de ouro, com 8.133 toneladas, que compõem 75% das reservas americanas.

"O petróleo está subindo 15% em 12 meses. Chegou a subir 38% até abril, mas depois desfez parte da alta. A mesma coisa aconteceu com outras commodities, que caíram um pouco no último trimestre. Enquanto isso, o ouro foi mantendo sua trajetória de alta, na medida em que a crise não encontrava solução. Com a prata, que tem uma lógica parecida, o crescimento foi de 121%", explicou André Perfeito, da Gradual Investimentos.

A compra de ouro físico também tem aumentado na China e na Índia. Os chineses negociaram cerca de 205 toneladas no mercado de ouro entre abril e junho, cerca de 26 toneladas acima do mesmo período do ano passado, com crescimento de 14,6%.

Mesmo com a alta de 81% desde setembro de 2008, em termos deflacionados, os preços atuais estão menores do que em 1980, quando a onça estava num preço equivalente a US$ 2.400. Naquela época, o mundo vivia outro tipo de crise, a da inflação, que estava alta em economias maduras. A taxa superou 15% nos Estados Unidos e 22% na Inglaterra. Houve também queda na produção de ouro da África do Sul, responsável por 70% da produção mundial.

Ontem, o clima em relação à crise internacional melhorou um pouco com números do mercado imobiliário acima do previsto, com a Espanha conseguindo vender papéis da sua dívida. As bolsas subiram e o ouro caiu. Há uma expectativa de que esta semana se consiga fechar algum acordo na Europa para a dívida da Grécia, ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, tenha dito ontem que a crise do euro não vai se resolver com nenhuma solução espetacular. Como toda crise fiscal, será de saída lenta. Enquanto isso, o ouro será refúgio nos momentos de maior incerteza, para depois oscilar como qual outro ativo.

GOSTOSA

MERVAL PEREIRA - Difícil equilíbrio

Difícil equilíbrio
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 19/07/11
A presidente Dilma está tendo sucesso aparente na limpeza ética que decidiu empreender no Ministério dos Transportes, mesmo que tenha optado circunstancialmente pela manutenção do Partido da República no comando de seu feudo político. Com os seis funcionários demitidos ontem, já são 13 as demissões, a começar pelo próprio ministro Alfredo Nascimento, o que indica que, até o momento, a presidente tem conseguido emparedar o PR para enquadrá-lo dentro de seus critérios funcionais.

Se realmente atingir o objetivo de implantar no Ministério dos Transportes uma gestão eficiente e ética, sem retirar o PR do comando, terá acontecido um milagre que pode redimir o conceito de "presidencialismo de coalizão", tão desmoralizado no atual momento a ponto de se transformar em um empecilho à democracia brasileira.

Infelizmente, não acredito que seja possível essa redenção de um partido que tem em seu DNA a prática política sem parâmetros éticos, e acredito mesmo que, por maior que seja a faxina, ela não corresponderá a uma mudança de atitudes do PR, pois para isso o partido teria que se transformar em um agente de políticas públicas que beneficiem o cidadão, em vez de ser o que é hoje, um agente político que beneficia grupos encastelados no poder central, sem nenhum tipo de preocupação com políticas realmente públicas.

Até o nome do partido - Partido da República - foi escolhido a dedo, para, sob a proteção de uma denominação que indica a preocupação com a proteção de valores da cidadania, poder atuar cinicamente em benefício de seus apaniguados.

É possível que as demissões arrefeçam momentaneamente o apetite predatório dos dirigentes do PR, mas nada indica que eles se contentem da noite para o dia com um papel "republicano" de atuação.

E nem que outros escândalos não surgirão, dentro do Ministério dos Transportes ou em outros ministérios administrados pela mesma cobiça dos que formam a coalizão governista, sem outra liga que não seja o interesse nas benesses que possam usufruir estando no poder central.

Mas não resta dúvida de que a presidente Dilma, com a demonstração de que está empenhada em encarar a questão da corrupção em áreas de seu governo, vem ganhando a simpatia de setores que não são atrelados ao lulismo, o que poderá ampliar sua área de aprovação se conseguir, ao mesmo tempo, manter o apoio da ampla base partidária que lhe dá sustentação no Congresso.

E aí é que está o problema da presidente Dilma: essa equação não fecha. Como é possível combater a corrupção dentro de sua base de apoio sem perder esse mesmo apoio?

Como manter o PT como seu partido de sustentação se também o partido se considera maltratado pela presidente e teve indicações suas demitidas no mesmo bolo anticorrupção que está atingindo especialmente o PR?

Nunca é bom esquecer que a relação da presidente Dilma com o PT não é a de uma filiada histórica, mas a de uma novata que teve o destino alterado por um bafejo da sorte, e que não exerce nenhum tipo de liderança partidária.

Ao contrário, os líderes petistas consideram que este governo é deles mais que o de Lula, pois o partido é maior do que Dilma, e menor do que seu grande líder.

Como manter uma postura diametralmente oposta à de Lula se ele continua sendo o grande líder político do grupo que está no poder, e a própria presidente Dilma não se constrange em pedir-lhe conselhos, ou não se incomoda de vê-lo atuar como se fosse a verdadeira fonte originária do poder que ela exerceria por delegação?

Há quem considere que está sendo montado um grande quebra-cabeça eleitoral, onde Lula garantiria os votos dos beneficiários dos programas assistencialistas e dos movimentos sociais, enquanto Dilma posaria de uma presidente mais ligada em questões morais que falam de perto a uma classe média que já é a maioria no eleitorado brasileiro, com seus valores éticos sendo afrontados pela corrupção que se alastra pelo governo.

A mudança de tom, especialmente no início do governo, em relação aos direitos humanos nas relações com outros países, teve a intenção de marcar uma nova posição, mais próxima do sentimento médio brasileiro.

Mesmo que essa posição não tenha progredido muito depois da rejeição ao apedrejamento de mulheres pelo Irã, ficou uma marca que pode ser retomada a qualquer momento.

Da mesma forma que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recomendou ao PSDB e à oposição em geral que procurassem se aproximar da classe média e dos que se utilizam dos novos meios tecnológicos para interagir nas redes sociais, também os governistas teriam chegado à conclusão de que teriam que enviar sinais para esse mesmo grupo, que na última eleição engrossou a votação oposicionista.

O Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, agora dirigido pelo ex-senador Tasso Jereissati, está planejando seminários em diversos pontos do país para renovar o ideário do partido e aproximá-lo do eleitorado de tendência oposicionista, especialmente a classe média emergente.

Também o governo, através do ministério de assuntos estratégicos, está em busca desse mesmo público e já anuncia seminários para identificar quais as ações necessárias para garantir ao governo o apoio desse segmento da sociedade que parece, mais do que nunca, decisivo eleitoralmente.

Mais uma vez, seja um movimento combinado ou espontâneo, vai ser difícil à presidente manter-se equilibrada entre essas duas vertentes da política.

Vai chegar um momento em que ela terá que optar.

ANDRÉ MELONI NASSAR - Commodities e autopunição


Commodities e autopunição
ANDRÉ MELONI NASSAR
O Estado de S.Paulo - 20/07/11

O Brasil vive um momento de autopunição na economia. Ao setor de commodities, o mais competitivo e em franca expansão internacional, foi atribuída a culpa pelas crescentes importações de bens de consumo. O Brasil estaria dando um passo para trás porque importa produtos de alta tecnologia, gerando empregos "de qualidade" nos outros países, e exporta matérias-primas, supostamente desprovidas dessas características. Nessa visão, quanto mais o Brasil expande sua produção de commodities agropecuárias, florestais e minerais, aproveitando o bom momento de preços mundiais, mais os setores industriais produtores de bens de consumo deixam de crescer.

Essa é uma visão tão atraente que pessoas esclarecidas chegaram a afagá-la. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao Estado no início de julho, lamentou en passant a resiliência do Brasil à ideia de voltar a ser uma economia produtora de matérias-primas, sugerindo que existem setores detentores de mais tecnologia e inovação, que não são os de commodities.

O experiente embaixador Sergio Amaral, no XXIII Fórum Nacional, sensível às dificuldades da indústria manufatureira, perguntou se o País poderia aceitar "o declínio ou mesmo a extinção de setores industriais relevantes para o emprego e o desenvolvimento". Na sequência mencionou a Austrália, grande produtora de commodities, que estaria tomando medidas para "corrigir distorções" causadas pelas crescentes exportações desses produtos. Mencionou, também, que não faria sentido reduzir as exportações de matérias-primas - ainda bem! -, apesar de insistir na ideia de que é preciso agregar valor às exportações brasileiras.

Os comentários de Amaral tocam em dois pontos mencionados no primeiro parágrafo. O primeiro está baseado numa questão complexa que, quando simplificada, nos leva à mesma conclusão do embaixador: a de que crescentes superávits comerciais nas exportações de matérias-primas causam distorções na economia, as quais vêm em prejuízo dos setores de bens de consumo. O segundo comentário, embora posto na perspectiva de comércio internacional, bebe da mesma fonte do ex-presidente FHC: a de que os setores produtores de commodities não agregam valor.

O Brasil vive um momento de expansão da produção e exportação commodities - produtos do agro, minerais e combustíveis. Esses setores, que juntos totalizaram 71% das exportações brasileiras em 2010, vêm ganhando relevância na pauta exportadora. Do lado das importações, os bens de consumo e, mais timidamente, os bens de capital são os que estão crescendo. As matérias-primas, no entanto, ainda são 55% do total importado pelo Brasil. Ou seja, embora em crescimento, o volume de importação de bens de consumo e de bens de capitais ainda é menor que o de commodities.

Como os preços das commodities estão em alta - lembrando que eles são mais elevados do lado exportador que do importador -, o que não ocorre com os preços dos bens de consumo e de capital, os termos de troca sobem, favorecendo a atração de investimentos para os setores de commodities, estimulando ainda mais o crescimento da produção e da exportação. Esse investimento hoje será produção, emprego e renda amanhã.

No Brasil atual, o fenômeno do aumento dos termos de troca não é uma distorção. Não só porque os preços das commodities mais cedo ou mais tarde caem (pois esse fenômeno é resultado do movimento cíclico de seus preços), mas também porque a demanda segue em crescimento, estimulando e financiando a expansão de todos os setores da economia. Vale lembrar que importações de bens de capital significam melhoria tecnológica e aumento da capacidade produtiva. Além disso, se a razão de fundo para imaginar que o crescimento das exportações de commodities e das importações de bens de consumo seja o câmbio, há evidências macroeconômicas mais relevantes para justificar nossa taxa de câmbio valorizada que não são explicadas pela conjuntura de curto prazo.

Quando falamos em commodities, é quase inevitável a visão de que esses produtos têm pouco valor agregado, baixo conteúdo tecnológico, pouca inovação e não geram empregos de qualidade. O Brasil precisa superar essa noção, que enxerga os setores intensivos em recursos naturais como exploradores da natureza e competitivos apenas porque o recurso natural é barato e abundante. Talvez ela fizesse algum sentido nos primórdios da industrialização brasileira. Hoje é ultrapassada e enviesada.

Em primeiro lugar, porque nada garante que a indústria de bens de consumo agregue mais valor do que os setores de commodities. Sem dúvida, algumas delas têm longas cadeias produtivas, conectando vários setores e serviços. Mas isso não quer dizer que sejam sinônimo de inovação e incorporação de tecnologia nacional. Setores produtores de commodities, como o agro, também têm longas cadeias produtivas, caracterizadas por elevado grau de inovação na indústria de insumos e na aplicação da tecnologia dentro da porteira. Além disso, não se pode deixar de lado o crescimento dos setores de serviços, o desenvolvimento no interior do Brasil e na infraestrutura logística, diretamente ligados às commodities. Isso também gera emprego de qualidade.

Por fim, não custa lembrar, como defendido por Marcos Jank e Maurice Costin em artigo publicado no Estado em 2004, que a agricultura é indústria. Quando as commodities do agro vão bem, vários setores da indústria de bens de capital e de bens de consumo também vão bem. É claro que o País precisa desenvolver sua indústria, buscar a inovação e o avanço tecnológico. Mas não é batizando as commodities de culpadas que se vão desenvolver todos os outros setores. Assim, reafirmo que o crescimento e a inserção internacional do agro são condição para o crescimento sustentado, não uma condenação.

JOSÉ NÊUMANNE - Quais são mesmo os porcos nesta história?


Quais são mesmo os porcos nesta história?
JOSÉ NÊUMANNE
O Estado de S.Paulo - 20/07/11

Antônio Palocci não era um burocrata qualquer quando a presidente Dilma Rousseff dispôs de seu emprego na alta cúpula do governo federal. Ele tinha sido o avalista do padrinho e ex-chefe dela Luiz Inácio Lula da Silva no crédito de confiança que a classe média deu à adesão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao rigor fiscal e à estabilidade da moeda. Isso o credenciou a se tornar o todo-poderoso ministro da Fazenda do primeiro governo do patriarca. E foi com essa missão que também costurou o apoio da burguesia nacional à candidatura de Dilma à sucessão presidencial, reunindo cacife para coordenar a equipe de transição e ocupar a chefia da Casa Civil.

Tampouco o sanitarista de Ribeirão Preto era um "ficha-limpa" quando, empossada na Presidência, Dilma recorreu ao seu talento de articulador. Pois Sua Excelência já havia caído do alto, envolvido num escândalo - a frequência habitual de uma mansão suspeita - e numa violência contra a cidadania: a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. A revelação pela Folha de S.Paulo da posse de um apartamento de R$ 6,6 milhões e da multiplicação por 20 do patrimônio acumulado como "consultor" enquanto ocupava uma modesta e quase anônima carreira na Câmara dos Deputados indicava uma óbvia reincidência. E pela segunda vez o condestável desabou do topo.

Na chefia da Casa Civil, para a qual nomeou Palocci, Dilma havia substituído José Dirceu, acusado de chefiar uma quadrilha em processo que tramita nos escaninhos do Supremo Tribunal Federal (STF). No posto conviveu - segundo consta, às turras - com o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, senhor do castelo do Partido da República (PR), da base de apoio parlamentar do governo. Em nome da "governabilidade", ela lhe devolveu o posto e foi levada a dele afastá-lo depois de o referido ter protagonizado caso de corrupção denunciado pela revista Veja. E nas páginas desse semanário o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), José Luiz Pagot, mereceu idêntico tratamento. Antes de ser demitido, como chegou a ser anunciado, contudo, Pagot tirou férias, das quais se afastou para elogiar no Congresso o zelo da comandante e o comportamento de seu futuro chefe, na esperança de ter a boquinha de volta.

Voltará? É aí que está o busílis. Dilma jura que não. Mas Paulo Sérgio Passos garante que nada há que pese contra o retorno do antigo companheiro de cúpula no Ministério dos Transportes. O benefício da dúvida pode favorecer Dilma quanto à atuação de todos esses senhores ao longo do mandato de Lula, em que chefiou a Casa Civil com fama de "gerentona" dura e de trato pessoal pouco delicado. Dela, porém, não se noticiou nenhuma reação pública contra a conduta dos dois ministros, o que saiu e o que o substituiu. Se se furtou no Ministério dos Transportes, é de imaginar que ela confiasse que Alfredo não sabia e Paulo, muito menos. Se ela soubesse, como justificar que os nomeasse para o primeiro escalão do governo ao qual foi içada pela maioria dos eleitores?

A guilhotina continuou - e, ao que parece, continuará - funcionando no prédio que os aliados do PR ocupam na Esplanada dos Ministérios. Rolou a cabeça de José Henrique Sadok de Sá, que ostentava duas coroas: de diretor executivo e diretor-geral interino nas "férias" de Pagot. Sá foi denunciado por favorecimento a uma empresa da mulher pelos repórteres deste Estado. No rastro sangrento dessa execução, já foram previamente anunciadas as demissões do petista Hideraldo Caron, também do Dnit, e de Felipe Sanches, presidente interino da empresa estatal suspeita de figurar no lamaçal, a Valec - Engenharia, Construções e Engenharia S. A.

No ostensivo loteamento político realizado pelo governo federal, Palocci e Nascimento, os expoentes dos denunciados que caíram em desgraça sob Dilma, têm em comum a proteção do paraninfo dela, seu antecessor Lula. Este chegou a se deslocar, sem ser chamado, de seu retiro em São Bernardo do Campo para o Planalto Central para tentar resgatar o então chefe da Casa Civil. Em vão! O malogro no intento não o impediu, contudo, de deitar falação contra o que ele e os soldados dos blogs financiados de alguma forma pelo governo e pelo PT chamam de "Partido da Imprensa Golpista" (PIG, em inglês porco). Na troca de presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) em congresso bancado por empresas públicas, o ex disse que os grandes jornais de São Paulo nem chegam ao ABC e que a população sabe que não precisa mais de "intermediários" para ter acesso à informação.

Por causa da enxúndia de notícias disponíveis, talvez ele tenha alguma razão. O afastamento de alguns de seus amiguinhos mais chegados da cúpula federal, contudo, demonstrou que sua sucessora tem precisado - e muito - dos meios de comunicação para saber o que alguns de seus subordinados fazem "debaixo dos panos", lembrando aquele sucesso junino de Antônio Barros e Cecéu. A exemplo das cobaias de Pavlov que salivavam ao toque de sinetas, a presidente tem demitido regularmente todos os auxiliares cujas atividades heterodoxas vêm sendo reveladas por órgãos de comunicação. Até agora nenhum denunciado escapou da degola. E até agora ninguém foi degolado antes de vir a ser denunciado no noticiário.

Noves fora a mágoa de Lula por estar perdendo poder no governo da protegida, o que ele omitiu na meia-verdade aplaudida por um público cuja simpatia foi patrocinada revela uma trágica e perigosa distorção da democracia brasileira atual: o Poder Executivo não dispõe de informações para sanear a máquina pública. Ou, se dispõe, não tem como, ou não quer, fazer a faxina que tais informações preceituam. Dilmla age sob pressão da opinião pública, que, à falta de uma oposição de respeito, só conta mesmo é com a liberdade de informação e opinião como aliada.

BRAZIU: O PUTEIRO

MÔNICA BERGAMO - BALANÇA REGULADA

BALANÇA REGULADA
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 20/07/11

O Ministério da Justiça decidiu dobrar o valor das multas aplicadas a empresas que desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor. O valor mínimo subiu de R$ 200 para R$ 400; o teto, de R$ 3 milhões para R$ 6 milhões.

BALANÇO

De janeiro de 2010 até ontem, o ministério aplicou 28 multas, num total de R$ 19 milhões. As "campeãs" de autuações foram empresas de telefonia, seguidas de bancos, montadoras e empresas de cartão de crédito.

DOIS MAIS DOIS

O nome de Aldo Rebelo (PC do B) voltou a ser cotado para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União). Governadores de vários partidos foram sondados para apoiar o parlamentar.

MUITO JOVEM

Aldo diz a interlocutores que é "muito jovem" para se "aposentar" no tribunal. Mas seu nome está, sim, no páreo. Bem como o da deputada Ana Arraes (PSB-PE), a mãe do governador Eduardo Campos, de Pernambuco. O problema é que o TCU recebeu recentemente dois ministros do Estado: José Jorge e José Múcio.

VERDE E AMARELO
Houve nova consulta ao Morumbi para reserva de datas para shows de Justin Bieber. Ele deve desembarcar em SP em outubro, trazido pela XYZ Live. As apresentações não foram confirmadas oficialmente.

DATENA EM NÚMEROS
O apresentador José Luiz Datena reclama da Record até ao vivo. Mas a emissora também reclama dos números alcançados por ele no Ibope. Seu programa está dando média de 9 pontos -a meta da TV é que ele sustente dois dígitos de audiência, alavancando o telejornal e a novela "Rebelde".

NO SHOW DE CAUBY

Cauby Peixoto não fez show anteontem no Bar Brahma. Ele também cancelou a apresentação de segunda que vem, que estava com ingressos à venda. "É um erro de comunicação. Cauby está de férias e talvez volte a fazer show no Brahma só em agosto", diz a empresária do artista, Nancy Lara. O cantor se apresentou em Natal na sexta e está na programação do Sesc Pinheiros para amanhã, com ingressos esgotados.

VIA CORINTHIANS
Os ônibus para Belo Horizonte, para o litoral norte de SP e para o Vale do Paraíba passarão a sair da rodoviária que será construída no entorno do Itaquerão, o futuro estádio do Corinthians. É o que prevê o plano de obras para a região, segundo Gilmar Tadeu Ribeiro, secretário especial da Copa.

VIA TIETÊ

O Terminal Rodoviário do Tietê, pelo projeto, deverá manter as linhas para o Rio de Janeiro.

CIRANDA CIRANDINHA
A peça "Ciranda", de Célia Forte e dirigida por José Possi Neto, estreou anteontem no teatro Eva Herz, na Livraria Cultura. Mel Lisboa, Leopoldo Pacheco, Taumaturgo Ferreira e Cássio Scapin circularam por lá.

QUEM DÁ MAIS

O cantor James Taylor está cotado para se apresentar na festa de 80 anos do Cristo Redentor, no Rio. Os organizadores do evento estavam tentando Stevie Wonder, mas o músico acertou sua vinda para o Rock in Rio. "Show internacional é leilão. O Rock in Rio deu mais", diz um produtor.

JESUS CRISTO

E a produção da festa do Cristo agora busca uma mú­sica-tema para o show. Qualquer pessoa pode enviar sua canção por meio do site www.cristo80anos.org.br, que escolherá a vencedora. O evento na praia, que terá participação de Elba Ramalho, Jorge Aragão e Fundo de Quintal, se transformará num DVD.

CURTO-CIRCUITO

Marcelo Frota lança o CD "Serenade of a Sailor", no sábado, às 21h30, no Sesc Pompeia. 18 anos.

A Nespresso promove amanhã, em sua loja da rua Padre João Manoel, lançamento da revista "NMag" sobre SP. Às 20h.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

DORA KRAMER - A paga da praga

A paga da praga
DORA KRAMER
O ESTADÃO - 20/07/11

O PT está com medo de que o julgamento do mensalão, se ocorrer mesmo em 2012, prejudique o desempenho do partido nas eleições municipais e, por extensão, atinja os candidatos nas eleições de 2014 para presidente, governadores, senadores e deputados. Não é um temor infundado, embora seja totalmente injustificado.
Certamente não poderá haver melhor cenário para a oposição.

Ao longo de semanas e até durante um mês ou mais, o Supremo Tribunal vai revisitar episódios que por pouco não fizeram o então presidente Lula renunciar à reeleição e resultaram na denúncia do Ministério Público contra a “organização criminosa” montada pela cúpula do PT em conluio com o lobista Marcos Valério de Souza. Não vai ser agradável a olhos e ouvidos petistas ver e ouvir de novo o desfile de acusações por corrupção (ativa e passiva), peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros. Para o PT sem dúvida por ser eleitoralmente mortal. Ou não.

Levando-se em conta a letargia que motivou o correspondente do “El País” no Brasil, Juan Arias, a escrever artigo perguntando sobre as razões pelas quais o brasileiro marcha em prol da liberdade dos costumes, mas não se abala em sair de casa para protestar contra a corrupção, tudo é possível. Mas o mais provável é que ocorra o que o secretário de comunicação do PT, André Vargas, considera um risco extremo. Diz ele, achando “muito estranha essa coincidência” de datas: “O julgamento às vésperas da eleição dará a entender ao eleitor que o PT está sendo julgado”.

Óbvio que estará. Poderia até não estar se tivesse havido rigor na punição àqueles que levaram o partido ao crime. Aceitando José Dirceu na Executiva do partido, reincorporando Delúbio Soares e absolvendo os demais mensaleiros, o PT aceitou pagar para ver o preço. Não pode agora se fazer de desavisado. É enfrentar o rojão e assumir a paga da praga que o partido se auto-rogou.

De fato e ficção
Alguém está faltando com a verdade no PMDB quando se trata da relação do partido com o governo. Em público, José Sarney, Michel Temer e Henrique Eduardo Alves, respectivamente presidente do Senado, vice-presidente da República e líder do PMDB na Câmara, elogiam a capacidade da presidente de fazer amigos, influenciar pessoas e gerenciar crises na base aliada. No particular, o sentimento é muito diferente. Todos se queixam do tratamento de segunda dados aos ministros. Nelson Jobim e Moreira Franco, por causa do “esvaziamento” de suas pastas.

Pedro Novais por ser ignorado pela presidente, que assiste calada à disseminação de versões sobre sua iminente saída; Edison Lobão pelo monitoramento estreito no setor de Minas e Energia, onde Dilma exerce controle direto. Garibaldi Alves por ter sido orientado a não discutir reforma da Previdência. Quanto a Michel Temer, a insatisfação decorre do papel secundário que Dilma lhe reserva ao não fazer dele um parceiro de fato no compartilhamento das decisões de governo.

Diante desse quadro e pela observação dos episódios que representaram dificuldades para o governo nestes seis meses, a avaliação real não é a de que Dilma sabe administrar crises, ao contrário: seu método (ou falta de) favorece a acumulação de passivos. O resultado é a contratação desde já de crises que podem explodir no futuro.

Caudatária
Não resta dúvida de que a intervenção da presidente no Ministério dos Transportes significa um avanço em relação à rotina de impunidade do governo anterior. Algo, contudo, segue fora do lugar. Não pelo fato de a atual presidente ter sido nos últimos anos aquela que tudo sabia e tudo controlava no governo. Muito mais pela sistemática da presidente de só agir quando informada pelos jornais a respeito do que se passa em seu governo. Ou estão falhando os controles internos para detectar os malfeitos ou Dilma só se sensibiliza com eles quando são levados ao conhecimento do público.

FERNANDO RODRIGUES - Marcha da insensatez

Marcha da insensatez
FERNANDO RODRIGUES 
FOLHA DE SP - 20/07/11

Duas notícias mostram o Brasil na contramão das boas práticas gerenciais. Dilma Rousseff pretende mesmo criar a 39ª cadeira de ministro. No Congresso, em breve, chegarão mais 16 deputados federais e 6 senadores por causa da divisão do Estado do Pará.

Não há consenso entre gurus corporativos sobre o número ideal de diretores em uma grande empresa ou governo. Mas prevalece o senso comum: muitos cargos de chefia provocam o colapso gerencial de qualquer organismo.

Com a criação da pasta da Micro e Pequena Empresa, a 39ª, Dilma terá de fazer suas reuniões ministeriais durante vários dias seguidos se quiser dialogar com todos os seus principais assessores. Na hipótese de cada um dos 39 ministros dar seu recado inicial à presidente em meros 5 minutos, a reunião ministerial gastará 3 horas e 15 minutos.

Esse tempo será cumprido no caso de ninguém estourar sua fala e Dilma se contentar só em ouvir e não interromper o interlocutor nem fazer questionamentos.
No Congresso, a situação ainda é mais dramática. A Constituição estabelece um piso (8) e um teto (70) para o número de deputados federais de cada Estado.

O crescimento do eleitorado e a criação de novas unidades da Federação produzirão, num futuro próximo, uma Câmara com 600 ou mais vagas. Hoje já é quase inviável praticar política de alto nível com os atuais 513 deputados representando os 191 milhões de brasileiros. Só como comparação, nos EUA (307 milhões de habitantes) a

Câmara dos Representantes tem apenas 435 deputados com direito a voto.

Em Brasília, esses argumentos são ignorados. Está em curso uma marcha da insensatez. Logo chegam o 39º ministro e mais congressistas. Embora nem tudo seja obra de Dilma Rousseff, esse será um legado de sua passagem pelo poder. A presidente tem meios para frear o inchaço da máquina pública, mas não demonstra apetite pelo tema.

FERNANDO DE BARROS E SILVA - Velho e novo em São Paulo

Velho e novo em São Paulo 
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SP - 20/07/11
SÃO PAULO - Ouve-se muito no PT que Marta Suplicy é a candidata ideal para ser derrotada no segundo turno em São Paulo. Sua taxa de rejeição é muito alta. E sua força dentro do partido hoje é declinante. O famoso "grupo da Marta" já não atua de forma coesa em torno dela. A ex-prefeita parece viver um processo de "suplicização" -tem votos, mas lhe falta prestígio interno.
Isso não significa que não possa disputar a sucessão de Kassab. Suas chances aumentam se o adversário for José Serra, o que hoje parece uma hipótese remota. Seria a sua quarta vez consecutiva.
Mas Lula, como se sabe, quer um nome novo. Iniciou na última semana seu "road show" com Fernando Haddad. Vai passear de mãos dadas com o ministro da Educação para amolecer as resistências dentro do PT. Acredita que Haddad tem perfil para conquistar setores das classes médias refratários ao partido. Marta só ganhou em 2000 em razão da rejeição dos conservadores ao malufismo agonizante.
Enquanto a ex-prefeita trava uma queda de braço com Haddad, Aloizio Mercadante apenas aguarda. Acredita que será convocado se o pupilo de Lula não emplacar. Controlou a sua compulsão a dizer bobagens pelo Twitter e nunca pareceu tão compenetrado. Mas ainda é o velho Merca quando abre a boca -quis contratar os hackers para trabalhar no ministério. E terá sempre o escândalo dos aloprados a lhe atazanar e comprometer a carreira.
Seja como for, é muitíssimo improvável que o PT fique fora do segundo turno em São Paulo. Sem Serra no páreo, quem seria seu principal adversário? Chalita, pelo PMDB? Eduardo Jorge, o secretário verde de Kassab? Hummm...
Se depender de Geraldo Alckmin, será o tucano Bruno Covas, atual titular do Meio Ambiente. É um nome imediatamente vinculado à tradição do PSDB, mas, ao mesmo tempo, alguém sem passado. Velho e novo -como Aécio. Alguns dizem que seria um pastel de vento. Mas Kassab já não foi eleito?

CLÁUDIO HUMBERTO

“Pintou dúvida de corrupção, vai ter que rodar”
LÍDER DO PR NA CÂMARA, LINCOLN PORTELA (MG), SOBRE A DEMORA DOS PARTIDOS EM PUNIR

DILMA BARRA CHEFÃO DA CBF NO PALÁCIO 
Na mira da Fifa por suspeita de corrupção, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, caiu em desgraça com a presidente Dilma Rousseff. Ela não atende às suas ligações e evita recebê-lo no Palácio do Planalto. Diretor do Comitê Organizador da Copa de 2014, Teixeira apelou ao ministro do Esporte, Orlando Silva, para tentar audiência, mas em vão. Dilma trata qualquer assunto referente ao evento só com o ministro. 

PÉ NA PORTA 
Até ano passado, quando o inquilino no palácio era o amigão do peito Lula, Teixeira entrava no gabinete do presidente sem marcar
audiência.

CONFEITEIROS 
O bolo levado a Dilma no café com aliados foi comprado por Henrique Alves e Romero Jucá. Mas a situação dos dois não melhorou
com ela.

RAINHA DO AR 
Têm sido diárias as ligações da ex-presidente da Anac Solange Vieira para os cinco diretores da agência. Sem saudade. É para dar ordens. 

ACOSTAMENTO 
O senador Mario Couto (PSDB-PA) deve ter se perdido pelas estradas. Silenciou-se. Mas no plenário, vivia dizendo: “Luiz Pagot é um ladrão”. 

DELEGADO CUSTARÁ R$ 1 MILHÃO A ROSEANA 
A governadora Roseana Sarney (MA) reconduziu ao cargo o delegado da Polícia Civil Luís de Moura Silva, por ordem do Tribunal de Justiça. Suspeito de uma série de crimes, ele foi afastado em 2000 na mira da CPI do Crime Organizado. Com o salário atual de R$ 10.162, o 7º melhor do País, e os 130 meses de afastamento, o delegado poderá reembolsar de indenização cerca de R$ 1,3 milhão, sem contar as gratificações.

NO AR... 
Quem entende de aviação diz que o mais importante para os aeroportos na Copa e Jogos é a modernização do sistema, e não puxadinhos.

... E NA TERRA 
A casa de câmbio Confidence, no Aeroporto JK, continua a cobrar taxa de R$ 10 em nome da Infraero, embora a estatal negue a autorização.

RIO 40° 
No sábado e domingo, dia de maratona no Rio de Janeiro, faltou coco na maioria dos quiosques da orla, da Barra ao Flamengo. 

A VOLTA DE DUDA 
O publicitário “petista” Duda Mendonça ressurge amanhã. É ele quem assina as peças da campanha da frente política que defende a criação dos Estados de Tapajós e Carajás, desmembrados do Pará. Duda tem fazenda na região do Carajás, e não cobrará pelo trabalho. 

QUEM RESPONDE 
Embora o TSE tenha decidido que o plebiscito será em todo o Pará, o STF, provocado pelos interessados nos Estados, ainda é quem definirá se o plebiscito poderá se limitar apenas à população da região envolvida. 

ALÔ? ALÔ? 
Pode parar além do Tribunal Regional Eleitoral a suposta “limpa” no diretório do DEM de Santa Catarina por assessores de deputados que se bandearam para o PSD de Gilberto Kassab. Até celular sumiu. 

MULTIFUNÇÃO 
A ex-embaixatriz Lúcia Flexa de Lima não será assessora especial só de Dilma Rousseff, mas de todos os ex-presidentes. Terá inclusive que aguentar Lula, caso ele requisite a conhecida “expertise”
diplomática.

$OBRAM ECONOMISTA$ 
O Conselho Federal de Engenharia deveria fazer uma visita ao Ministério dos Transportes. Responsáveis pelas obras, o diretor demissionário do Dnit, Luiz Pagot, e o atual ministro, Paulo Passos, são economistas. Talvez isso explique as cifras que escorrem pelas estradas
do País. 

PÉ-FRIO REMOTO 
Convidado para assistir ao jogo da Seleção na Copa América, num churrasco com petistas em São Bernardo (SP), Lula deu bolo, mas não adiantou. A fama de pé-frio mandou a urucubaca: vexame total do Brasil. 

TERRA FIRME 
As viagens turísticas de navio caíram muito, segundo o presidente da Associação de Cruzeiros Marítimos, Ricardo Amaral. Ele culpou a infraestrutura portuária pela queda de quase 19% nas passagens. 

CONTRACHEQUE FEDERAL 
Delegados federais e a União dos Advogados Públicos Federais, entidade que reúne AGU e procuradores federais, entre outros, preparam o Dia de Mobilização Nacional para reivindicar reajustes salariais.

CORRIDA EXPLOSIVA 
Será que o Salto sobre Bueiros será incluído como modalidade nos Jogos Militares do Rio? 

PODER SEM PUDOR 
XIXI MINISTERIAL 
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) ouvia, calado, duras críticas ao presidente Lula feitas pelo então presidente nacional da OAB, Roberto Busato, e pelo presidente da OAB-SC, Adriano Zanotto, na Conferência Nacional dos Advogados, em Florianópolis. A cada crítica – sempre aplaudida pelos milhares de advogados presentes ao encontro – Thomaz Bastos procurava disfarçar o constrangimento tomando um gole d’água. Ao fim dos discursos, encharcado, ele não teve outra saída senão seguir às pressas para o banheiro de autoridades.

QUARTA NOS JORNAIS

Globo: A tragédia da corrupção - Dilma amplia faxina e varre mais seis nos Transportes

Folha: Faxina derruba mais 6 nomeados dos Transportes

Estadão: 'Faxina' nos Transportes derruba mais seis e continua

Correio: O brasileiro virou bobo da corte

Valor: Dados mostram economia ainda em ritmo vigoroso

Estado de Minas: DNIT desgovernado nós somos as vítimas

Zero Hora: Piratini pede discrição policial em operações