Velho e novo em São Paulo
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SP - 20/07/11
SÃO PAULO - Ouve-se muito no PT que Marta Suplicy é a candidata ideal para ser derrotada no segundo turno em São Paulo. Sua taxa de rejeição é muito alta. E sua força dentro do partido hoje é declinante. O famoso "grupo da Marta" já não atua de forma coesa em torno dela. A ex-prefeita parece viver um processo de "suplicização" -tem votos, mas lhe falta prestígio interno.Isso não significa que não possa disputar a sucessão de Kassab. Suas chances aumentam se o adversário for José Serra, o que hoje parece uma hipótese remota. Seria a sua quarta vez consecutiva.
Mas Lula, como se sabe, quer um nome novo. Iniciou na última semana seu "road show" com Fernando Haddad. Vai passear de mãos dadas com o ministro da Educação para amolecer as resistências dentro do PT. Acredita que Haddad tem perfil para conquistar setores das classes médias refratários ao partido. Marta só ganhou em 2000 em razão da rejeição dos conservadores ao malufismo agonizante.
Enquanto a ex-prefeita trava uma queda de braço com Haddad, Aloizio Mercadante apenas aguarda. Acredita que será convocado se o pupilo de Lula não emplacar. Controlou a sua compulsão a dizer bobagens pelo Twitter e nunca pareceu tão compenetrado. Mas ainda é o velho Merca quando abre a boca -quis contratar os hackers para trabalhar no ministério. E terá sempre o escândalo dos aloprados a lhe atazanar e comprometer a carreira.
Seja como for, é muitíssimo improvável que o PT fique fora do segundo turno em São Paulo. Sem Serra no páreo, quem seria seu principal adversário? Chalita, pelo PMDB? Eduardo Jorge, o secretário verde de Kassab? Hummm...
Se depender de Geraldo Alckmin, será o tucano Bruno Covas, atual titular do Meio Ambiente. É um nome imediatamente vinculado à tradição do PSDB, mas, ao mesmo tempo, alguém sem passado. Velho e novo -como Aécio. Alguns dizem que seria um pastel de vento. Mas Kassab já não foi eleito?
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