FOLHA DE SP - 15/03
Ritmo de licitações estagna construção pesada, diz setor
O ritmo das licitações prometidas pelo governo do Estado para uma série de obras em rodovias estagnou o setor da construção pesada em São Paulo, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicesp).
"A abertura de novos postos de trabalho está estável desde setembro. Se as licitações anunciadas não saírem do papel, a indústria deve começar a reduzir sua mão de obra", afirma Hélcio Farias, do Sinicesp.
Em março do ano passado, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), autarquia estadual, anunciou que seriam investidos R$ 10 bilhões em rodovias até o fim de 2014.
Um acompanhamento mensal feito pelo sindicato aponta que, até o momento, R$ 3,7 bilhões foram licitados. Restam ser contratados, portanto, mais R$ 6,3 bilhões nos próximos 21 meses.
"O sinal de alerta foi ligado. O montante a ser investido é alto e demanda muitas licitações. O processo de cada uma delas demora em média seis meses", diz Farias.
O DER, porém, afirma que já foram licitados R$ 4 bilhões e que os investimentos estão dentro do cronograma.
"Nos primeiros dois anos, realizamos os projetos, agora as obras vão crescer porque eles já foram concluídos. Nós vamos cumprir o que foi dito no ano passado", diz o superintendente do órgão, Clodoaldo Pelissioni.
"Até junho, estaremos pagando R$ 300 milhões por mês [em licitações]."
Nórdicas
O tempo que se leva para fechar um contrato no Brasil e a burocracia são as principais dificuldades que uma empresa estrangeira enfrenta para se instalar no país.
A avaliação é do advogado americano Jonathan Kellner, do escritório Linklaters, que vive em São Paulo há sete anos.
"Clientes abrem empresas nos Estados Unidos em menos de 24 horas. Aqui é diferente, mas está melhorando muito, sem dúvida", diz.
"E o número de empresas que procuram informações sobre o mercado brasileiro vem aumentando de forma substancial", afirma Kellner, que se encontrou com um grupo de 14 executivas da Suécia e representantes do Veirano Advogados nesta semana em São Paulo.
"As grandes companhias suecas têm uma história longa no Brasil, mas as pequenas e médias empresas também estão procurando investir aqui", diz Elisabet Lundgren, também do Linklaters.
A evolução do país no âmbito dos negócios foi apresentada para elas, que já passaram por China e Índia para conhecer os procedimentos e as leis corporativas dos países.
Entre as executivas que vieram ao Brasil estão Veronica Rörsgård, vice-presidente da gigante de construção Skanska, Marie Hansson, sócia da Accenture AB, e Magdalena Hartman, vice-presidente de produtos financeiros globais da Nasdaq OMX.
Guerra dos sexos
O equilíbrio entre homens e mulheres nas vagas que envolvem o direito precisam de ações afirmativas e inclusivas, segundo a diretora do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), Raquel Elita Alves Preto.
"A iniciativa privada tem um desempenho muito melhor no aproveitamento da mulher em cargos decisivos do que o ambiente público institucional", afirma.
"A avaliação que eu faço é que, no setor público, as questões da aliança política e apadrinhamento se sobrepõem às questões de mérito e de capacidade."
Um levantamento feito pela diretora mostra que no Supremo Tribunal Federal, dos 13 ministros, 11 são homens e duas são mulheres.
No Superior Tribunal de Justiça, das 30 cadeiras de ministros nomeados, apenas seis são ocupadas por elas.
Além do Brasil, Preto destaca também a desigualdade em outros países.
Na Inglaterra, aproximadamente 60% das vagas nas faculdades de Direito são ocupadas por mulheres, mas, menos de 10% são sócias do primeiro escalão dos escritórios ingleses, diz.
"Precisamos de ações inclusivas no Brasil principalmente nos órgãos públicos."
Consumidor satisfeito
Serviços e produtos oferecidos pelos setores de bebidas, drogarias e higiene pessoal são considerados os mais satisfatórios pelos consumidores brasileiros, com 82,6%, 77,9% e 76,1% de aprovação, respectivamente.
Esse é o resultado do Índice Nacional de Satisfação do Consumidor (INSC) de fevereiro de 2013, produzido pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Em comparação com janeiro de 2013, o setor de hospitais e laboratórios teve queda de 10,3 pontos percentuais no índice e fechou fevereiro com 57,3% de aceitação, foi a maior queda registrada no período.
A indústria automobilística, por sua vez, apresentou 60,2% de aprovação em fevereiro deste ano, queda de três pontos percentuais ante o mês anterior.
"As recentes notícias na mídia de assaltos a veículos e as propagandas de algumas montadoras, má avaliadas pelo público, influenciaram a queda de satisfação com o setor", afirma Ricardo Pomeranz, professor da ESPM.
Para a natureza... A Petrobras reutilizou 23 bilhões de litros de água em 2012, quantidade suficiente para suprir 11% das atividades da empresa, segundo a companhia. O volume poderia abastecer um município com 550 mil habitantes durante um ano.
...e para o bolso Também em 2012, a estação de reúso de água do centro de pesquisas da empresa entrou em operação. Aliada à captação de água da chuva, evita-se o descarte anual de 600 milhões de litros -economia de R$ 12 milhões-, segundo a estatal.
Contra... CEOs de companhias brasileiras se encontram com executivos norte-americanos na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, nesta segunda-feira (18). A reunião vai discutir os problemas gerados pela bitributação.
...impostos Os empresários querem que seus governos abram as negociações para desonerar de bitributação os investimentos entre os dois países. Os Estados Unidos têm acordos com 65 países para eliminar a bitributação. O Brasil, com 28 países.
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