Divisão do bolo
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 24/05/11
A bancada do Nordeste fechou ontem um substitutivo para tentar mudar as regras de distribuição dos royalties do petróleo. Pela proposta, dos cerca de R$ 25 bilhões que serão arrecadados este ano, R$ 9 bilhões ficariam com os estados produtores. E do restante, 40% seriam destinados à União, e 60% divididos entre estados e municípios não produtores. A ideia é tentar votar no mês que vem.
Mais prazo para desmatadores
Pressionado pelo Senado, o governo já admite reeditar o decreto que suspende multas de quem não cumpriu a legislação ambiental. O decreto expira em 11 de junho, e os senadores não aceitam votar o Código Florestal a toque de caixa em um prazo tão curto. O próprio líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), quer discutir alterações no texto. A queda desse decreto é o principal instrumento
de pressão do governo sobre os ruralistas para tentar fechar um acordo na Câmara. No Senado, o relator do Código Florestal em plenário será Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa.
'A sinalização para os desmatadores é clara: liberou geral!” — Alfredo Sirkis, deputado federal (PV-RJ), sobre o aumento do desmatamento na Amazônia em meio à discussão para alterar o Código Florestal
HOLOFOTE. Setores do PT criticam o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) por ter feito da ex-senadora Marina Silva (PV-AC), na foto, que deve disputar novamente a Presidência da República, uma das principais interlocutoras do governo nas negociações do Código Florestal. O deputado André Vargas (PT-PR) reclamou ontem da participação da ex-ministra do Meio Ambiente em uma reunião da bancada petista. “Saí, pois não marinei. Alguns setores do PT estão marinando?”, questionou ele, em uma crítica velada ao líder do partido, deputado Paulo Teixeira (SP).
Decisivo
A manifestação da Procuradoria Geral da República definirá o futuro da CPI que a oposição tenta criar no Senado para investigar Antonio Palocci. Disso depende a posição de senadores independentes como Ana Amélia (PP-RS).
Lamentações
A audiência pública hoje com o presidente da Caixa Econômica, Jorge Hereda, na Comissão de Orçamento deve virar uma catarse por causa da decisão do governo de cancelar parte dos recursos de orçamentos de anos anteriores.
Tucanos em crise
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou anteontem dos EUA e entrou no circuito para tentar pacificar o PSDB até a convenção do partido, no sábado. Principal aliado de José Serra, o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) disse que, se o grupo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) isolar o ex-governador de São Paulo, restará a ele avaliar se permanecerá na sigla. “O Serra é a liderança mais popular do partido. Não tê-lo na liderança partidária é uma insensatez”, disse Jutahy.
Metas
O PSB vai fixar metas para as eleições do ano que vem. O diretório municipal que não conseguir um número mínimo de votos será destituído. O assunto será discutido na reunião da Executiva Nacional na quinta-feira, em Brasília.
Assunto proibido
A ordem no PMDB é abafar as insatisfações com nomeações pendentes. A direção do partido não quer alimentar a imagem de que estaria aproveitando o momento de fragilidade do ministro Antonio Palocci para tirar proveito.
LENHA NA FOGUEIRA. O PSOL vai usar sua propaganda na TV, quinta-feira, para explorar o escândalo envolvendo o ministro Antonio Palocci. Usará como bordão: “Se explique, ministro!”.
CONSELHEIRO. Além do almoço com os senadores do PT, em Brasília, o ex-presidente Lula deve se encontrar hoje com a presidente Dilma Rousseff.
● CORAÇÃO DE MÃE. Candidato derrotado a vereador de Londrina, em 2004, o petista Maurício de Sousa Barros foi nomeado assistente da Secretaria-Executiva do Ministério das Relações Institucionais.
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