domingo, março 10, 2013

Chávez não morreu - AGAMENON

O GLOBO - 10/03

Todos choram na Vila com a inesperada e repentina morte do ditador e comediante Chávez: Seu Madruga, Chiquinha, Quico, Dona Florinda, Professor Girafales e, principalmente, o Seu Barriga que, coitado, nunca mais vai receber o aluguel! O caricato militar venezuelano, como bom milico, bateu as suas lustradas botas depois de uma longa batalha contra o câncer que, mesmo sendo brabo, não era tão maligno como ele. Durante muito tempo, os médicos cubanos garantiram que um dia ele ia ficar bom. Mas quem conheceu o meu amigo Chávez sabia que bom, bom mesmo, ele não ia ser nunca.

Enlutado, o povo venezuelano se vestiu de vermelho e foi às ruas para enterrar o seu Pai dos Pobres e eu, é claro, também estava lá em Caraaaca!, com minhas lágrimas de crocodilo, para dar o último adeus ao espirituoso e autoritário populista latino americano. Todos os ortopedistas e fisioterapeutas que acompanham a minha coluna sabem que eu, Agamenon Mendes Pedreira, privei da intimidade de Hugo Boss Chávez de quem, fui amigo, confidente, seguidor e chantagista secreto.

Chávez era um homem polêmico: odiado pelos neoliberais de direita, temido pelos opositores porém, mais do que tudo, amado pelos puxa-sacos que, de tanto puxarem o escroto (o órgão, não o ditador), acabaram provocando um tumor na região pélvica do folclórico comandante bolivariano. Gostaram desta “sacada”?

Assim como neoliberalismo na década de 90, o neopopulismo está bombando na América Latina, o Continente Perdido. Grandes estadistas cucarachas estão no comando da América do Sul que marcha a passos largos na direção do século 19 : Dilma Inácio Roskoff da Silva , Hugo Chaves y Chapolin, Cretina Kirchner, Ovo Morales, Rafael Carreira, Ollanta Humala Sem Alça e outros geniais estadistas de esquerda estão provando às grandes potências mundiais que é possível construir uma sociedade mais justa, acabar com a pobreza e criar um mundo melhor. Mas não aqui. De repente em outro continente, na Nova Zelândia quem sabe.

Chávez e eu éramos unha e carne. Unha de um na carne do outro. Nos momentos de lazer, praticávamos juntos à arqueologia e necrofilia bolivariana. Ao seu lado, ajudei o ex-ditador vitalício a exumar o cadáver do Libertador da Avenida das Américas, Simão Bolívar. Na intenção de descolar “um qualquer” num brechó da Praça XV tentei, depois de abrir o caixão de Bolívar, levar, na mão grande, a espada daquele famoso personagem histórico. Mas não adiantou nada porque o objeto cortante de duplo sentido já se encontrava em adiantado estado de decomposição.

Penalizado com a minha vida miserável de jornalista, Chávez resolveu me nomear presidente da PEDEVERGA, a estatal bolivariana que se dedica à exploração de vibradores em buracos profundos. Infelizmente, não me adaptei às condições insalubres e dolorosas daquela sinecura venezuelana e pedi demissão .Mesmo assim, Hugo Chávez, sempre um bom camarada, resolveu me nomear Embaixador da Venezuela em Cuba. Ingrato reclamei com o estadista: “Porra, Chávez ? Em Cuba? Tu não tem um lugar melhor?”. Generoso, Chávez exclamou: “Tens razão, Agamenon! Vou te mandar à m*#!!*erda!”

Para quem não conheceu o ditador de perto, posso afirmar que Chávez também era um bom companheiro de farras. Uma vez, no Palácio de Miraflores em Caraaaaaca!, eu, ele e a Isaura, a minha patroa, enchemos a cara de uca e começamos, os três, uma bacanal boliviarina. No meio daquela orgia pornográfica onde ninguém era de ninguém, acabei rompendo com o ditador machão que nunca me perdoou por aquela traição política.

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Desconfiados,milhares de venezuelanos foram às ruas em Caraaaca! para dar o último adeus à Chávez e terem certeza que o ditador tinha mesmo morrido.

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Agamenon Mendes Pedreira é jornalista bolivariano.

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