CORREIO BRAZILIENSE - 08/09
O momento em que escrevo é véspera de um Sete de Setembro atípico. Se antes nos esforçávamos para acertar a previsão de chuva ou sol, nesta sexta-feira o que estamos nos perguntando é se existe alguma possibilidade de uma Esplanada vazia de protestos, apenas comemorando a solidez da Pátria e os esperados gritos de gol no amistoso entre o Brasil e a Austrália. Arrisco aqui dizer que a presidente Dilma Rousseff não ouvirá apenas o som do Hino Nacional. Manifestações são inevitáveis e não haveria razão para ser diferente, muito embora os alvos sejam difusos. Existem motivos de sobra, eu diria, para que se levantem as vozes das ruas, com o devido respeito aos cidadãos, ao patrimônio público e aos símbolos nacionais, é bom que se ressalve.
O alvo certeiro é o Brasil que gasta dinheiro em reformas para construir celas de primeiro escalão. Ainda que a justificativa seja a segurança de presidiários ilustres, não dá para admitir que existam detentos sob ameaça que mereçam mais ou menos proteção. Onde ficam os presos comuns ameaçados nas cadeias? Todos serão transferidos para o novo complexo, então? O critério não pode ser a preocupação exacerbada mais com uns do que com os milhões que se amontoam nos presídios. Basta a lei. Cumpram-se e resguardem-se os direitos dos ilustres e dos anônimos, na mesma medida e com o mesmo bom senso.
O alvo certeiro dos protestos, repito, é o Brasil que teima em fazer pouco da opinião pública e do voto. É uma Câmara dos Deputados que insiste em ter, nos seus quadros, um condenado pelo STF a mais de 13 anos de cadeia, em última instância, num processo por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público - caso de Natan Donadon, um presidiário com mandato. Essa vaia está presa na garganta.
Mais do que uma inflação que ameaça, um crescimento medíocre, uma moeda mais fraca do que gostaríamos, o que fere como brasa é a corrupção, o roubo, a desfaçatez, a desonestidade, a cara de pau - ou, se preferirem, tudo o que fere nossa dignidade. Por essa razão, o Sete de Setembro deveria celebrar a nossa independência dos desavergonhados seres que ainda habitam a nossa nação. Que a próxima eleição signifique a nossa independência de uma tradição que preza pela corrupção e por seu filhote, o famoso jeitinho. Não há mais espaço para isso. Somos maiores - e agora sabemos disso.
O alvo certeiro é o Brasil que gasta dinheiro em reformas para construir celas de primeiro escalão. Ainda que a justificativa seja a segurança de presidiários ilustres, não dá para admitir que existam detentos sob ameaça que mereçam mais ou menos proteção. Onde ficam os presos comuns ameaçados nas cadeias? Todos serão transferidos para o novo complexo, então? O critério não pode ser a preocupação exacerbada mais com uns do que com os milhões que se amontoam nos presídios. Basta a lei. Cumpram-se e resguardem-se os direitos dos ilustres e dos anônimos, na mesma medida e com o mesmo bom senso.
O alvo certeiro dos protestos, repito, é o Brasil que teima em fazer pouco da opinião pública e do voto. É uma Câmara dos Deputados que insiste em ter, nos seus quadros, um condenado pelo STF a mais de 13 anos de cadeia, em última instância, num processo por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público - caso de Natan Donadon, um presidiário com mandato. Essa vaia está presa na garganta.
Mais do que uma inflação que ameaça, um crescimento medíocre, uma moeda mais fraca do que gostaríamos, o que fere como brasa é a corrupção, o roubo, a desfaçatez, a desonestidade, a cara de pau - ou, se preferirem, tudo o que fere nossa dignidade. Por essa razão, o Sete de Setembro deveria celebrar a nossa independência dos desavergonhados seres que ainda habitam a nossa nação. Que a próxima eleição signifique a nossa independência de uma tradição que preza pela corrupção e por seu filhote, o famoso jeitinho. Não há mais espaço para isso. Somos maiores - e agora sabemos disso.
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