FOLHA DE SP - 10/11
RIO DE JANEIRO - Santa Teresa, bairro encarapitado no alto de montanhas no centro do Rio, é uma das regiões mais charmosas da cidade. Ao longo das décadas, conseguiu manter sua unidade urbanística, com casarões e sobrados do início do século passado e alguns prédios de poucos andares.
Lá não se veem edifícios com vidros fumê, esquadrias de alumínio e outras modernidades que tornaram iguais quase todos os bairros da cidade, principalmente os ocupados pelas classes média e alta --a diferença entre eles, pode-se dizer, é que alguns têm praia, outros não.
Mas além dessas características, o que tornava Santa Teresa um lugar único era o bondinho que circulava por suas ruas e servia não só para o passeio relaxado de turistas, mas como meio de transporte para os milhares de moradores do bairro.
Há pouco mais de dois anos, um acidente interrompeu a circulação dos veículos. Seis pessoas morreram e 48 ficaram feridas por causa de uma falha no sistema de freios.
O desastre foi a gota d'água para que os bondinhos, velhos e mal conservados depois de anos de descaso, saíssem dos trilhos. E o bairro perdeu parte de seu charme. Imagine o Corcovado sem a estátua do Cristo Redentor. É quase isso.
Na sexta-feira, o governo estadual anunciou a volta do meio de transporte. A previsão é que esteja funcionando em junho de 2014, a tempo de ser mais uma opção de passeio para os turistas que virão para a Copa do Mundo. Até lá, Santa Teresa será mais um dos muitos canteiros de obras cariocas.
Não vai ser fácil a vida de quem mora em suas ladeiras. Mas, com certeza, o esforço vai valer a pena. É mais uma oportunidade de se revitalizar um bairro com grande vocação turística e de tornar mais fácil a mobilidade de seus moradores. O que não dá para entender é a demora para que o bairro voltasse aos trilhos.
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