FOLHA DE SP - 23/10
RIO DE JANEIRO - Era fevereiro de 2007 e a marca do PAC acabara de sair da gaveta. Numa cerimônia para anunciar obras do Arco Rodoviário do Rio, o então presidente Lula derramou-se em elogios ao governador Sérgio Cabral: "Eu disse ao Sérgio durante a campanha: Sérgio, nós dois poderemos construir a maior aliança política do Rio de Janeiro com o governo federal desde que Cabral pôs os pés neste país. O Rio ganhou uma novidade".
A frase foi lembrada e relembrada pelo PMDB fluminense nesta semana, quando o ex-presidente fez mais um rápido rasante no Rio.
Apesar dos repetidos sinais de que o PT está de fato abandonando o barco do peemedebista, o partido ainda nutria a expectativa de que Lula pudesse colocar alguma ordem na casa. Não mais.
Lula foi e deixou nos (ainda) aliados a impressão de que até ele duvida da recuperação do governador, desgastado por uma série de denúncias e alvo de protestos desde junho. A ruptura da aliança parece ser cada vez mais real.
No dia 25 de novembro, o PT fluminense se reúne e a expectativa é que anuncie o desembarque do governo Cabral, onde hoje comanda duas secretarias.
O PMDB reage como pode. Entre ameaças locais e potenciais reflexos nacionais, diz que se o PT sair, será imediatamente despachado da prefeitura de Eduardo Paes, também do PMDB, e cujo vice é um petista.
Os peemedebistas juram que não darão palanque duplo a Dilma Rousseff no Estado. E lembram a velha ligação de Cabral com os tucanos para deixar claro que, sem o PT, o PMDB estará aberto a conversas, incluindo aí o PSDB de Aécio Neves, de quem o governador é meio parente.
A promessa de "aliança histórica", pelo visto, pode ter fôlego curto. Já o Arco Rodoviário, anunciado por Lula e Cabral em 2007, está até hoje por aí. Em obras, que fique claro.
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