O GLOBO - 01/09
No estudo sobre a gestão das grandes cidades brasileiras que a consultoria Macroplan, especializada em cenários prospectivos e planejamento estratégico, realizou recentemente, a radiografia das cem maiores cidades do país mostra as disparidades regionais de qualidade e cobertura dos serviços em cada município. Há cidades como Foz do Iguaçu (PR) que, entre 2007 e 2011, evoluiu da 23ª posição para a primeira do grupo no IDEB dos anos iniciais (nota 7), mas que deixa a desejar no campo da segurança, registrando alta taxa de homicídios (73/100 mil).
Ou o caso de Franca (SP), que possui o melhor percentual de domicílios com adequado saneamento (99,34%), mas ocupa a 81ª posição em remuneração média mensal. Chama a atenção também o descompasso entre as cidades. Há um abismo que separa os municípios no campo do desenvolvimento econômico, diz o estudo. Vitória (ES), por exemplo, tem o maior PIB per capita do país, de R$ 76.722, enquanto em Ribeirão das Neves (MG) o PIB per capita é de R$ 6.499. Blumenau (SC) exibe uma taxa de desocupação de 2,7%, e Paulista (PE) tem 14,6% da população economicamente ativa desocupada.
Na Educação, Curitiba (PR) tem taxa de analfabetismo de 2,79%, mas 14,4% da população adulta de Juazeiro do Norte (CE) é analfabeta. No terreno da Saúde, as desigualdades prosseguem. Enquanto São José do Rio Preto exibe a menor taxa de mortalidade (7/1.000), Guarujá tem 23 mortes em mil crianças nascidas vivas, registrando crescimento de 7% do índice entre 2008- 2011. Franca (SP), Limeira (SP) e Uberlândia (MG) possuem mais de 99% dos domicílios com saneamento adequado, enquanto em Macapá (AP) só 17,5% das residências têm esse serviço. O estudo aponta ainda que há grande distância a ser percorrida quando a comparação é internacional. A mortalidade infantil média das cem cidades estudadas é de 12,79. Superior aos padrões definidos pela OMS (10/1.000 nascidos vivos) e o dobro dos verificados nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): 6,46/1.000 nascidos vivos.
A nota média no IDEB nos anos iniciais das redes municipais dessas cidades não chegou a 5 em 2011, enquanto a OCDE já havia alcançado nota 6 em 2005.
A média de cobertura adequada de saneamento nos países da OCDE é de 98,41%, enquanto, nas nossas maiores cidades, a média é de 81,5%.
Os desafios das cidades requerem respostas rápidas.
O acelerado processo de crescimento das cidades gera pressões crescentes por moradias, serviços públicos, trabalho de qualidade e melhores transportes. Cidades maiores consomem mais recursos, mais água, energia e produzem mais resíduos.
Segundo a Macroplan, o desempenho da gestão é fundamental para a qualidade de vida de seus moradores e a competitividade do país, reflexo, em boa medida, da competitividade combinada de suas cidades. Foi pensando nesses desafios que o estudo debruçou- se especialmente sobre a ação dos gestores.
Para além de entender quais as principais fragilidades das cidades que constituem os elos centrais da rede de cidades, a Macroplan buscou identificar transformações possíveis em horizontes temporais de um ou dois mandatos e experiências concretas que delineiam estratégias de desenvolvimento e práticas de gestão capazes de produzir mais e melhores resultados.
O estudo aponta que as maiores fragilidades na totalidade das cidades estão na ausência de planejamento e na baixa capacidade de gestão, traduzidas em pulverização de esforços, imediatismo, improvisação e descontinuidade de projetos e recursos. "Tudo conduz à manutenção indesejável de baixos resultados para a sociedade", avalia o coordenador do estudo e diretor da Macroplan, Gustavo Morelli.
"Está na hora de repensar a gestão pública na esfera municipal. O Brasil avançou consideravelmente nas duas últimas décadas, mas é preciso mais, os cidadãos cada vez mais escolarizados e informados demandam maior acesso e melhores serviços, melhor qualidade de vida", afirma Morelli.
Para ele, o desenvolvimento das cidades ganha relevância como estratégia para tornar os países mais competitivos e melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos. O que não será alcançado sem a melhoria da gestão na esfera municipal e a busca de maior articulação da rede de cidades.
Ou o caso de Franca (SP), que possui o melhor percentual de domicílios com adequado saneamento (99,34%), mas ocupa a 81ª posição em remuneração média mensal. Chama a atenção também o descompasso entre as cidades. Há um abismo que separa os municípios no campo do desenvolvimento econômico, diz o estudo. Vitória (ES), por exemplo, tem o maior PIB per capita do país, de R$ 76.722, enquanto em Ribeirão das Neves (MG) o PIB per capita é de R$ 6.499. Blumenau (SC) exibe uma taxa de desocupação de 2,7%, e Paulista (PE) tem 14,6% da população economicamente ativa desocupada.
Na Educação, Curitiba (PR) tem taxa de analfabetismo de 2,79%, mas 14,4% da população adulta de Juazeiro do Norte (CE) é analfabeta. No terreno da Saúde, as desigualdades prosseguem. Enquanto São José do Rio Preto exibe a menor taxa de mortalidade (7/1.000), Guarujá tem 23 mortes em mil crianças nascidas vivas, registrando crescimento de 7% do índice entre 2008- 2011. Franca (SP), Limeira (SP) e Uberlândia (MG) possuem mais de 99% dos domicílios com saneamento adequado, enquanto em Macapá (AP) só 17,5% das residências têm esse serviço. O estudo aponta ainda que há grande distância a ser percorrida quando a comparação é internacional. A mortalidade infantil média das cem cidades estudadas é de 12,79. Superior aos padrões definidos pela OMS (10/1.000 nascidos vivos) e o dobro dos verificados nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): 6,46/1.000 nascidos vivos.
A nota média no IDEB nos anos iniciais das redes municipais dessas cidades não chegou a 5 em 2011, enquanto a OCDE já havia alcançado nota 6 em 2005.
A média de cobertura adequada de saneamento nos países da OCDE é de 98,41%, enquanto, nas nossas maiores cidades, a média é de 81,5%.
Os desafios das cidades requerem respostas rápidas.
O acelerado processo de crescimento das cidades gera pressões crescentes por moradias, serviços públicos, trabalho de qualidade e melhores transportes. Cidades maiores consomem mais recursos, mais água, energia e produzem mais resíduos.
Segundo a Macroplan, o desempenho da gestão é fundamental para a qualidade de vida de seus moradores e a competitividade do país, reflexo, em boa medida, da competitividade combinada de suas cidades. Foi pensando nesses desafios que o estudo debruçou- se especialmente sobre a ação dos gestores.
Para além de entender quais as principais fragilidades das cidades que constituem os elos centrais da rede de cidades, a Macroplan buscou identificar transformações possíveis em horizontes temporais de um ou dois mandatos e experiências concretas que delineiam estratégias de desenvolvimento e práticas de gestão capazes de produzir mais e melhores resultados.
O estudo aponta que as maiores fragilidades na totalidade das cidades estão na ausência de planejamento e na baixa capacidade de gestão, traduzidas em pulverização de esforços, imediatismo, improvisação e descontinuidade de projetos e recursos. "Tudo conduz à manutenção indesejável de baixos resultados para a sociedade", avalia o coordenador do estudo e diretor da Macroplan, Gustavo Morelli.
"Está na hora de repensar a gestão pública na esfera municipal. O Brasil avançou consideravelmente nas duas últimas décadas, mas é preciso mais, os cidadãos cada vez mais escolarizados e informados demandam maior acesso e melhores serviços, melhor qualidade de vida", afirma Morelli.
Para ele, o desenvolvimento das cidades ganha relevância como estratégia para tornar os países mais competitivos e melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos. O que não será alcançado sem a melhoria da gestão na esfera municipal e a busca de maior articulação da rede de cidades.
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