FOLHA DE SP - 12/09
Indústria de Manaus tem melhor julho da história
Enquanto a indústria nacional patina, o polo de Manaus dá sinais de uma expansão mais consistente. Em julho, o faturamento das empresas instaladas no local bateu recorde para o mês.
O valor total foi de R$ 6,6 bilhões --alta de 12,6% na comparação com o mesmo período de 2012. Nos sete primeiros meses do ano, o crescimento foi de 11,75%, segundo dados da Suframa (superintendência da zona franca).
A cesta de bens produzidas no polo é apontada por Gustavo Filgueiras, superintendente-adjunto da Suframa, como responsável pelo resultado positivo.
"Não estamos acompanhando a crise porque os artigos fabricados aqui são de consumo, com boa demanda", afirma.
Entre os segmentos com melhor desempenho no acumulado do ano aparecem o de bens de informática (cujo faturamento aumentou 46%) e o mecânico (50%), que engloba componentes para eletrônicos e motocicletas.
As vendas de motos e aparelhos de ar-condicionado, que foram pífias em 2012, começaram a ser retomadas.
"O verão de 2012 não foi muito forte e cinco das sete fábricas de ar-condicionado passaram um período paradas."
A produção dos aparelhos "split" cresceu 148% nos sete primeiros meses de 2013.
"Se motocicleta e ar-condicionado continuarem se recuperando, podemos ter o melhor resultado da história, considerando os valores em reais. Em dólares, deverá ser o segundo, depois de 2011."
ACELERAÇÃO
Nem bem se instalou no Brasil, a Ducati, marca italiana de motocicletas premium, já tem planos de expansão no Nordeste.
"Concessionárias em Fortaleza, Recife e Salvador serão nossas prioridades em 2014", diz Ricardo Susini, diretor-geral da marca no país.
Em agosto, quando foram vendidas 105 unidades de um total de 259 desde abril, a empresa só tinha revendas no Estado de São Paulo.
Até o final deste ano, a rede terá seis novas concessionárias distribuídas por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, afirma Susini.
Do total das vendas no mês passado, 25,7% foram da Monster 796 e 37,1% da Diavel. O primeiro modelo custa cerca de R$ 37 mil, enquanto a Diavel pode variar entre R$ 59 mil e R$ 70 mil.
Entre as importadas, o modelo mais caro, o Panigale R, atinge R$ 114.900.
A companhia iniciou as atividades no país em outubro do ano passado, mas apenas em abril as motos começaram a sair da fábrica da Dafra, que, além da marca própria, produz para terceiros em Manaus.
Boa parte dos componentes das motos vêm de Bolonha, na Itália. A empresa planeja ampliar a produção em Manaus ainda neste ano.
"Até dezembro, outra linha, a Multistrada, passará a ser montada no Brasil", acrescenta. "O objetivo é chegar a um total de 1.100 motos vendidas ainda neste ano. Para 2014, a meta é dobrar este número."
Maioria é contra farmacêutico receitar remédio, diz pesquisa
Seis em cada dez pessoas não aprovam a resolução do Conselho Federal de Farmácia que autoriza o profissional da área a receitar remédios, segundo pesquisa do ICTQ (instituto de pós-graduação para farmacêuticos).
Entre os entrevistados, 61% disseram não concordar com a medida e 39% afirmaram que são favoráveis.
Foram ouvidas 2.650 pessoas em 16 capitais.
"O resultado revela que o brasileiro desconhece o papel do farmacêutico na saúde. Parte da população não sabe nem sobre a formação do profissional", afirma Marcus Vinicius Andrade, diretor-executivo do instituto.
A resolução, aprovada no fim de agosto, vai liberar o farmacêutico para prescrever remédios que não precisem de receita médica ou quando já exista diagnóstico prévio.
"É um avanço. O conselho faz bem o papel dele de tentar dar mais força à classe", diz Sérgio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma (associação das farmácias e drogarias).
O Conselho Federal de Farmácia não quis comentar.
A entidade informou que o texto da resolução está em fase de ajustes e será publicado no "Diário Oficial da União" até o fim deste mês.
VOCAÇÕES PAULISTAS
O governo de São Paulo vai criar uma rede de inteligência para apoiar 14 segmentos definidos como prioritários para a economia.
A estrutura será coordenada pelo setor de inovação do Centro Paula Souza, órgão que administra o ensino tecnológico no Estado.
"O objetivo é suprir os diferentes arranjos produtivos com informações estratégicas", afirma Oswaldo Massambani, diretor da agência Inova Paula Souza.
"Como são aglomerados de empresas de um mesmos segmento, é importante que haja dados compartilhados, como os conteúdos sobre patentes e projetos científicos."
O piloto foi desenvolvido na Fatec (faculdade de tecnologia) de Jaú para atender às demandas da indústria de calçados femininos, predominante na região.
O modelo será disseminado para outras localidades que concentram diferentes vocações, como Mirassol (móveis), Americana (têxtil) e a região do ABC (metalomecânica e plásticos).
MICROCRÉDITO REGULADO
A ABCRED (associação de operadoras de microcréditos e microfinanças) irá lançar um projeto de autorregulação para fortalecer a atuação de organizações não governamentais de microcrédito.
A entidade quer se inspirar em experiências de países como Peru e Bolívia, tidos como os melhores ambientes para as microfinanças.
"O objetivo é fazer com que as Oscips [Organização da Sociedade Civil de Interesse Público] saiam da margem do sistema financeiro e evoluam", afirma o presidente, Almir Pereira.
A expectativa é triplicar as operações em cinco anos e, futuramente, ampliar a gama de serviços ofertados.
As Oscips de microcrédito não são supervisionadas pelo Banco Central.
MANUAL ANTIDUMPING
A Fiesp lançará amanhã uma cartilha sobre os mecanismos de defesa comercial adotados no país.
O guia terá também orientações jurídicas para abertura e acompanhamento de investigações antidumping.
"Muitos empresários desconhecem a existência da medida ou até conhecem, mas não sabem quando solicitar uma investigação", diz Eduardo Ribeiro, diretor da Fiesp.
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