FOLHA DE SP -10/10
RIO DE JANEIRO - Se a surpreendente filiação de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos bagunçou a sucessão presidencial, o cenário eleitoral no Rio pode ser definido com termos como indefinido ou superlotado. Existe um congestionamento de nomes, sem que haja até o momento um favorito absoluto.
Há competidores já estabelecidos (mesmo que não confirmados) como o vice-governador, Pezão (PMDB), o ministro Crivella (PRB), o senador Lindbergh (PT), os deputados federais Garotinho (PR) e Miro Teixeira (Pros) e o vereador Cesar Maia (DEM).
Mas dois outros têm potencial para desequilibrar o jogo eleitoral: o deputado e ex-jogador Romário (PSB), que voltou poderoso ao partido, mas diz preferir disputar a prefeitura em 2016, e o técnico de vôlei Bernardinho, que resiste à ideia, mas se filiou ao PSDB e é o sonho dos tucanos.
No xadrez eleitoral de 2014, o Rio poderá representar papel importante no arranjo presidencial e na distribuição de poder regional. E o fator Marina poderá ter peso significativo. Está em jogo o futuro político de Cabral --que já representou uma esperança de renovação para o PMDB--, o sucesso do PT --o Rio é um dos Estados em que o partido tem chance de ganhar-- e o destino dos votos de quem apoiou Marina Silva em 2010.
Foi aqui que ela teve o segundo melhor desempenho da última eleição presidencial, tendo recebido 2,76 milhões de votos, ou 31,5% do total do Estado (no país, conseguiu 19%).
Como analisa o deputado Alfredo Sirkis (também uma opção do PSB), o voto presidencial é mais "sonhático". Na eleição para o governo, o eleitor tende a ser mais pragmático. Ou seja, é difícil prever para onde vai o simpatizante de Marina e aqueles que estão nas ruas desde junho.
Se até ela se confundiu no sábado ao definir sua aliança como pragmática ou programática, o eleitor tem motivos de sobra para sentir-se perdido ou alienado do jogo até aqui.
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