FOLHA DE SP - 10/10
BRASÍLIA - Em meio a tantas notícias e a tantas emoções, a coluna do mestre Elio Gaspari no domingo (6) está no topo da lista de importância, ao mostrar o que aconteceu com o núcleo dos "campeões nacionais", ou seja, das empresas que receberam perto de R$ 20 bilhões do BNDES para mergulharem no fantástico mundo das grandes mundiais.
Em resumo, foram para o vinagre, ou acabaram fundidas, ou perderam abrupto valor de mercado, o grupo OGX, a "supertele" Oi, o frigorífico Marfrig, a campeã do ramo de laticínios LBR, a Fibria e o Bertin. Gaspari deixou uma pergunta no ar: quanto custou a brincadeira?
Além do dinheiro jogado fora, há aí toda uma questão altamente política. A outra pergunta que não quer calar é se os tais "campeões nacionais" valiam por si, ou valiam pela então capacidade de sustentar o projeto de 20 anos do PT no poder.
O BNDES, portanto, vem se somar à Petrobras como carro-chefe do discurso de oposição ao PT e a Dilma nas eleições de 2014, invertendo o uso político. Se as duas instituições foram usadas a favor do projeto petista, serão agora usadas contra ele.
Isso é mais evidente na campanha de Aécio Neves, mas o que está se desenhando para o ano que vem não é mais a polarização entre PSDB e PT, mas, sim, uma frente de oposições contra a reeleição, unindo Aécio, Eduardo Campos e Marina Silva.
É melhor para Dilma forçar a vitória no primeiro turno, e é nessa direção que Lula se move, mas esse cenário parece cada vez mais distante.
Na hipótese de segundo turno, Aécio não tem outra alternativa senão apoiar a dupla Eduardo Campos-Marina Silva (que tende a ser nessa ordem, mas não necessariamente). E Campos e Marina tenderão a apoiar Aécio, pois entraram numa rota de oposição que não tem volta.
No quadro de hoje, Dilma é franca favorita. Mas os "anões" --como João Santana ironizou os candidatos de oposição-- dessa vez têm discurso e um objetivo comum.
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