FOLHA DE SP - 04/09
RIO DE JANEIRO - Um manifesto com a assinatura de 150 pessoas que o carioca admira e respeita circulou há dias pela cidade. Entre elas, empresários, médicos, executivos, economistas, publicitários, antropólogos, escritores, atores, músicos, jornalistas e policiais. Eles compõem o movimento "Deixem o Rio em Paz", que se propõe a estimular um mecanismo permanente de pressão popular e de defesa da cidade contra a volta ao passado --de quando morro e asfalto eram cenários de guerra entre polícia, milícias e traficantes.
A política de segurança pública instalada a partir de 2008 e representada pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) golpeou fundo o crime. Fez cair todos os indicadores de homicídios, tiroteios e balas perdidas, e libertou --é esta a palavra-- do jugo do tráfico 1,2 milhão de pessoas de 33 importantes comunidades. Restaurou a confiança da população no trabalho, na prosperidade e na autoridade --enfim, devolveu a cidade aos cidadãos.
Muito do que tem acontecido no Rio desde então, em matéria de investimentos, apelo turístico, grandes eventos, abertura de empresas e emprego abundante, se deve a tal clima de paz. Clima esse que tem sido abalado desde junho pela política do quebra-quebra e pela reação da polícia, levando a que alguns queiram zerar a pedra em nome de um projeto que não se sabe qual seja --mas que tem um beneficiário direto e já salivando: o tráfico.
Este, e não políticos mofados, como os garotinhos e rosinhas, é que herdarão a terra, se ela chegar a ser arrasada. E é o que prega o "Deixem o Rio em Paz": que, não importa quem esteja no poder, as UPPs se tornem um projeto de Estado e, como tal, continuem a ser aplicadas.
A página do movimento no Facebook já tem 200 milhões de visualizações. Quero crer que sejam adesões. Se forem, agora são 200 milhões + 1.
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