O GLOBO - 23/03
Só se falou do Galaxy S4 esta semana, e a Apple, que não nasceu para ser humilde, vem esperneando
Não teve para ninguém: a semana foi da Samsung e de seu Galaxy S4. O lançamento deste novo topo de linha fez tanto sucesso que já existem analistas prevendo que a empresa coreana vai crescer ainda mais em 2013 do que cresceu em 2012 - o que não é pouca coisa, considerando-se que, ano passado, ela se firmou como a maior fabricante de celulares do mundo, atingindo uma fatia de mercado de 29% (em segundo e terceiro lugares estão Nokia, com 24%, e Apple, com 10%).
O fato é que, de todos os fabricantes de celulares, a Samsung é a mais interessante de se observar atualmente. A Apple também pensa assim, e está numa posição defensiva escancarada: atacou o Android um dia antes do lançamento do S4 e, dois dias depois, pôs no seu site uma campanha chamada "Why iPhone" (apple.com/iphone/why-iphone/), explicando porque o iPhone 5 é o rei do bairro chinês. Há um ou dois anos, quando todo mundo concordava com isso, essa seria uma campanha desnecessária - e impensável. Mas a Apple não nasceu para ser humilde e, até aqui, suas jogadas não passaram de gol contra. Entre outras tiradas, Phil Schiller, seu vice-presidente, deu a entender que o novo aparelho da Samsung chegaria ao mercado com um sistema operacional defasado: errou feio, errou rude! O S4 chegou com uma versão do Jelly Bean tinindo de nova. A bravata pegou mal para a Apple. Muito mal.
Enquanto isso, a Samsung nada de braçada no que é, sem dúvida, o seu melhor momento até aqui. A empresa sempre foi boa de celulares, mesmo nos tempos da telefonia a vapor: seu SPH-M100, o famoso UpRoar, lançado em 2000, foi o primeiro do mundo a lidar com MP3. Não cheguei a conhecê-lo em pessoa mas, pouco depois, tive, em sequência, dois Samsungs marcantes - o P400, de 2003, um flip com tela basculante, e o D500, de 2004, um dos aparelhos de que mais gostei até hoje sob todos os aspectos, do design ergonômico ao software simpático. O P400 se perdeu na poeira da estrada, mas o D500 está na minha coleção, e permanece bonito até hoje.
Foi na Era Android, porém, que a Samsung se lançou ao estrelato. Seu crescente sucesso na área de smartphones coincidiu com o declínio da Nokia; na verdade, as posições que a coreana galgou no mercado foram perdidas pela finlandesa. A concorrência está longe: Nokia e Apple trabalham com sistemas operacionais diferentes, e a ZTE e a LG, que ocupam a quarta e a quinta posição mundial, e que também fabricam Androids, têm, respectivamente, 6% e 4% de market share.
Enquanto isso, no lado extravagante do mundo, a Vertu - lembram dela? - lançou um smartphone ao precinho camarada de... US$ 10 mil! O aparelho de titânio tem tela com cristal de safira, acabamento em couro de jacaré, rubis incrustados e tudo o que um ser humano definitivamente não precisa num celular; por outro lado, o novíssimo modelo Ti vem com o já antigo Android ICS. Tem gente que confunde mesmo as prioridades...
Até o ano passado a Vertu pertencia à Nokia; agora pertence a um conglomerado inglês. A ideia por trás dos seus cafoníssimos celulares é impressionar o mundo: ela já teve um modelo vendido a mais de US$ 300 mil, o Signature Cobra, todo em ouro e brilhantes.
Para que seus clientes não passem por completos idiotas, porém, a Vertu alardeia o seu serviço de concierge, através do qual os usuários podem marcar viagens, pedir dicas de hotéis e restaurantes, reservar lugares em espetáculos e assim por diante. Muito útil para nós, pobres mortais, mas desnecessário para quem pode dar R$ 20 mil num celular defasado - e, provavelmente, tem uma quantidade de assistentes na retaguarda.
Não teve para ninguém: a semana foi da Samsung e de seu Galaxy S4. O lançamento deste novo topo de linha fez tanto sucesso que já existem analistas prevendo que a empresa coreana vai crescer ainda mais em 2013 do que cresceu em 2012 - o que não é pouca coisa, considerando-se que, ano passado, ela se firmou como a maior fabricante de celulares do mundo, atingindo uma fatia de mercado de 29% (em segundo e terceiro lugares estão Nokia, com 24%, e Apple, com 10%).
O fato é que, de todos os fabricantes de celulares, a Samsung é a mais interessante de se observar atualmente. A Apple também pensa assim, e está numa posição defensiva escancarada: atacou o Android um dia antes do lançamento do S4 e, dois dias depois, pôs no seu site uma campanha chamada "Why iPhone" (apple.com/iphone/why-iphone/), explicando porque o iPhone 5 é o rei do bairro chinês. Há um ou dois anos, quando todo mundo concordava com isso, essa seria uma campanha desnecessária - e impensável. Mas a Apple não nasceu para ser humilde e, até aqui, suas jogadas não passaram de gol contra. Entre outras tiradas, Phil Schiller, seu vice-presidente, deu a entender que o novo aparelho da Samsung chegaria ao mercado com um sistema operacional defasado: errou feio, errou rude! O S4 chegou com uma versão do Jelly Bean tinindo de nova. A bravata pegou mal para a Apple. Muito mal.
Enquanto isso, a Samsung nada de braçada no que é, sem dúvida, o seu melhor momento até aqui. A empresa sempre foi boa de celulares, mesmo nos tempos da telefonia a vapor: seu SPH-M100, o famoso UpRoar, lançado em 2000, foi o primeiro do mundo a lidar com MP3. Não cheguei a conhecê-lo em pessoa mas, pouco depois, tive, em sequência, dois Samsungs marcantes - o P400, de 2003, um flip com tela basculante, e o D500, de 2004, um dos aparelhos de que mais gostei até hoje sob todos os aspectos, do design ergonômico ao software simpático. O P400 se perdeu na poeira da estrada, mas o D500 está na minha coleção, e permanece bonito até hoje.
Foi na Era Android, porém, que a Samsung se lançou ao estrelato. Seu crescente sucesso na área de smartphones coincidiu com o declínio da Nokia; na verdade, as posições que a coreana galgou no mercado foram perdidas pela finlandesa. A concorrência está longe: Nokia e Apple trabalham com sistemas operacionais diferentes, e a ZTE e a LG, que ocupam a quarta e a quinta posição mundial, e que também fabricam Androids, têm, respectivamente, 6% e 4% de market share.
Enquanto isso, no lado extravagante do mundo, a Vertu - lembram dela? - lançou um smartphone ao precinho camarada de... US$ 10 mil! O aparelho de titânio tem tela com cristal de safira, acabamento em couro de jacaré, rubis incrustados e tudo o que um ser humano definitivamente não precisa num celular; por outro lado, o novíssimo modelo Ti vem com o já antigo Android ICS. Tem gente que confunde mesmo as prioridades...
Até o ano passado a Vertu pertencia à Nokia; agora pertence a um conglomerado inglês. A ideia por trás dos seus cafoníssimos celulares é impressionar o mundo: ela já teve um modelo vendido a mais de US$ 300 mil, o Signature Cobra, todo em ouro e brilhantes.
Para que seus clientes não passem por completos idiotas, porém, a Vertu alardeia o seu serviço de concierge, através do qual os usuários podem marcar viagens, pedir dicas de hotéis e restaurantes, reservar lugares em espetáculos e assim por diante. Muito útil para nós, pobres mortais, mas desnecessário para quem pode dar R$ 20 mil num celular defasado - e, provavelmente, tem uma quantidade de assistentes na retaguarda.
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