O GLOBO - 23/03
A presidente Dilma está com tudo: 63% de aprovação em todo o país, sendo que 85% no Nordeste. Nem Fernando Henrique, nem Lula chegaram a seus pés. Nem ela mesma antes. É recordista de si própria. E, se não bastasse, foi aprovada também no Vaticano. Foi lá, conversou com o Santo Padre, riram juntos, fez piada tirando sarro com os hermanos ("o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro"), ouviu a promessa de que ele vem ao Rio, enfim, ficaram íntimos (gostaria de saber em que língua). Só não se pode dizer que ela teve 100% de aprovação porque não ganhou beijinho no rosto, como a rival Cristina ganhara na antevéspera. Em compensação, recebeu um conselho muito especial: que "seja forte, mas com ternura". Intencionalmente ou não, o Papa acabou fazendo uma homenagem àquele seu famoso conterrâneo, o Che revolucionário que recomendava ser preciso "endurecer, mas sem perder a ternura jamais".
Mais impressionante do que os números é o crescimento da aprovação, que era de 62% em dezembro, data da última pesquisa, da mesma maneira que o estilo de governar passou de 78% para 79%, e o índice de confiança, de 73% para 75%. Como explicar essa consagração em alta num período tão pouco favorável ao governo? O PIB caiu, a inflação ameaça, as filas dos hospitais aumentam, a faxina ética na administração ficou na promessa e até a natureza conspira contra, expondo a reedição de tragédias como as da Região Serrana fluminense, para as quais a presidente propôs "medidas drásticas", não contra as áreas de risco, mas "contra os que insistem em ficar nas áreas de risco", como se houvesse outra opção.
Em vez de tentar entender essas contradições, a oposição prefere ou minimizar a avaliação positiva, atribuindo-a aos pronunciamentos em que a presidente anunciou medidas populares, ou desqualificá-la, alegando que é uma ascensão momentânea. Leitores que escrevem para o jornal parecem mais preocupados em entender o que se passa. Há quem ponha em dúvida o universo da pesquisa - 2.202 eleitores consultados. "Será que ouviram os que mofam nas filas dos hospitais?" Há quem chame a atenção para o fato de que esse apoio não é apenas da população carente, mas também de uma classe média satisfeita, viajando mais e comprando como nunca. São hipóteses. A realidade é que Dilma está em fase crescente e a oposição, em fase minguante. E sem saber dizer por quê.
Diante do reconhecimento de seus pares, classificando Emilio Santiago como um dos melhores cantores do Brasil, senão o melhor, é que vi como sou ignorante em matéria de música. Nunca lhe dei a merecida importância.
Mais impressionante do que os números é o crescimento da aprovação, que era de 62% em dezembro, data da última pesquisa, da mesma maneira que o estilo de governar passou de 78% para 79%, e o índice de confiança, de 73% para 75%. Como explicar essa consagração em alta num período tão pouco favorável ao governo? O PIB caiu, a inflação ameaça, as filas dos hospitais aumentam, a faxina ética na administração ficou na promessa e até a natureza conspira contra, expondo a reedição de tragédias como as da Região Serrana fluminense, para as quais a presidente propôs "medidas drásticas", não contra as áreas de risco, mas "contra os que insistem em ficar nas áreas de risco", como se houvesse outra opção.
Em vez de tentar entender essas contradições, a oposição prefere ou minimizar a avaliação positiva, atribuindo-a aos pronunciamentos em que a presidente anunciou medidas populares, ou desqualificá-la, alegando que é uma ascensão momentânea. Leitores que escrevem para o jornal parecem mais preocupados em entender o que se passa. Há quem ponha em dúvida o universo da pesquisa - 2.202 eleitores consultados. "Será que ouviram os que mofam nas filas dos hospitais?" Há quem chame a atenção para o fato de que esse apoio não é apenas da população carente, mas também de uma classe média satisfeita, viajando mais e comprando como nunca. São hipóteses. A realidade é que Dilma está em fase crescente e a oposição, em fase minguante. E sem saber dizer por quê.
Diante do reconhecimento de seus pares, classificando Emilio Santiago como um dos melhores cantores do Brasil, senão o melhor, é que vi como sou ignorante em matéria de música. Nunca lhe dei a merecida importância.
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