CORREIO BRAZILIENSE - 04/12
O recuo de 0,5% da economia brasileira no terceiro trimestre - em relação aos três meses anteriores (crescimento de 1,8%, dado revisado) -, como revelou ontem o IBGE, não surpreendeu, mas tampouco deixa de preocupar. É um dos piores resultados trimestrais dos últimos anos e confirma duas conclusões que, embora o governo insista em não reconhecer, devem estar no centro das reflexões dos agentes econômicos encarregados de decidir riscos e investimentos para os próximos meses e anos.
A primeira delas é que a aposta nos incentivos ao consumo pode ter dado alguma felicidade a milhões de brasileiros incorporados ao mercado nos últimos anos, mas, como previam especialistas mais experientes, teria vida curta. O mal foi o governo ter insistido nesse rumo mais tempo do que aconselhava a realidade dos fatos. Pior ainda foi ter feito isso em prejuízo do estímulo à produção e à competitividade da economia brasileira.
O crescimento das importações em relação ao das vendas externas comprova que o país vem consumindo mais do que conseguia tirar das linhas de produção, além, é claro, de gerar incômodo deficit comercial nem sempre coberto pelo ingresso de capitais de risco. O resultado é a instabilidade do ritmo da atividade econômica refletida nos índices de crescimento trimestral do PIB, ora positivo e animador, como no trimestre passado, ora negativo e ameaçador, como agora.
A segunda constatação é decorrente desse quadro de instabilidade: se as medidas de incentivo ao consumo já não animam a economia, resta virar as baterias para o fortalecimento da oferta. Leia-se: estimular o investimento público e privado, tanto na reconstrução da infraestrutura de logística e de geração de energia quanto na expansão e modernização do parque fabril. Mas se não há como fazer isso sem o capital privado. É mais difícil contar com ele com a insegurança quanto ao futuro próximo.
É como devem ser lidas duas informações do PIB do terceiro trimestre, quando observado pelo lado da demanda: o consumo das famílias voltou a crescer, mas nada além de modesto 1%, em relação ao trimestre anterior. E o investimento, medido pela formação bruta de capital fixo, que no segundo trimestre havia dado importante contribuição para o crescimento da economia, foi além de simples desaceleração: recuou preocupantes 2,2%.
A queda não deixa dúvida quanto à falta de apetite das empresas de correr o risco de investir na ampliação de seus negócios. Ante essas constatações, não parece razoável pretender comemorar o fato de que a economia brasileira não avança para o abismo da recessão e do desemprego. De fato, 2013 deve fechar com desempenho melhor do que o fraquíssimo crescimento de 0,9% em 2012, agora corrigido para 1% pelo IBGE. Pode chegar a 2,5%.
Muito pouco para o que o país precisa para oferecer oportunidades decentes aos jovens e garantir dignidade aos idosos. Melhor que tentar dar ao camundongo o tamanho e o peso do elefante será corrigir os rumos, retomando o equilíbrio fiscal com transparência, gastando menos para reduzir o endividamento público e para abrir caminho para a diminuição da carga fiscal sobre as pessoas e as empresas.
A primeira delas é que a aposta nos incentivos ao consumo pode ter dado alguma felicidade a milhões de brasileiros incorporados ao mercado nos últimos anos, mas, como previam especialistas mais experientes, teria vida curta. O mal foi o governo ter insistido nesse rumo mais tempo do que aconselhava a realidade dos fatos. Pior ainda foi ter feito isso em prejuízo do estímulo à produção e à competitividade da economia brasileira.
O crescimento das importações em relação ao das vendas externas comprova que o país vem consumindo mais do que conseguia tirar das linhas de produção, além, é claro, de gerar incômodo deficit comercial nem sempre coberto pelo ingresso de capitais de risco. O resultado é a instabilidade do ritmo da atividade econômica refletida nos índices de crescimento trimestral do PIB, ora positivo e animador, como no trimestre passado, ora negativo e ameaçador, como agora.
A segunda constatação é decorrente desse quadro de instabilidade: se as medidas de incentivo ao consumo já não animam a economia, resta virar as baterias para o fortalecimento da oferta. Leia-se: estimular o investimento público e privado, tanto na reconstrução da infraestrutura de logística e de geração de energia quanto na expansão e modernização do parque fabril. Mas se não há como fazer isso sem o capital privado. É mais difícil contar com ele com a insegurança quanto ao futuro próximo.
É como devem ser lidas duas informações do PIB do terceiro trimestre, quando observado pelo lado da demanda: o consumo das famílias voltou a crescer, mas nada além de modesto 1%, em relação ao trimestre anterior. E o investimento, medido pela formação bruta de capital fixo, que no segundo trimestre havia dado importante contribuição para o crescimento da economia, foi além de simples desaceleração: recuou preocupantes 2,2%.
A queda não deixa dúvida quanto à falta de apetite das empresas de correr o risco de investir na ampliação de seus negócios. Ante essas constatações, não parece razoável pretender comemorar o fato de que a economia brasileira não avança para o abismo da recessão e do desemprego. De fato, 2013 deve fechar com desempenho melhor do que o fraquíssimo crescimento de 0,9% em 2012, agora corrigido para 1% pelo IBGE. Pode chegar a 2,5%.
Muito pouco para o que o país precisa para oferecer oportunidades decentes aos jovens e garantir dignidade aos idosos. Melhor que tentar dar ao camundongo o tamanho e o peso do elefante será corrigir os rumos, retomando o equilíbrio fiscal com transparência, gastando menos para reduzir o endividamento público e para abrir caminho para a diminuição da carga fiscal sobre as pessoas e as empresas.
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