quarta-feira, dezembro 04, 2013

Dois guichês - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 04/12

João Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) condenado na Suíça por lavagem de dinheiro e indiciado no Brasil sob suspeita de atuar em cartel em contratos de trens em São Paulo, também recebeu da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), empresa de economia mista ligada ao governo federal. A Focco, empresa da qual Zaniboni era sócio até agosto, tem contrato de R$ 4,6 milhões para consultorias em obras de metrô que integram o PAC.

Escopo A Focco tem 50% de participação no consórcio contratado em dezembro de 2012 para fazer consultoria técnica, apoio ao gerenciamento e supervisão dos contratos de fornecimento de equipamentos para as regionais da CBTU em Belo Horizonte, Natal e João Pessoa.

Em caixa Segundo o advogado de Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, a empresa recebeu R$ 500 mil, ou 24,5% de sua parte do contrato. O relatório de gestão da CBTU informa que os R$ 4,6 milhões já foram empenhados e liberados e estão inscritos nos restos a pagar de 2012.

De fora O contrato com a CBTU não apareceu até agora nem no inquérito da Polícia Federal, no qual a Focco e Zaniboni são citados, nem na apuração aberta pelo Cade sobre cartel. A empresa está com bens bloqueados em função das investigações sobre contratos em São Paulo.

Chapa quente Informações do Ministério da Justiça que chegaram ao Planalto são de que a Polícia Federal tem indícios claros de corrupção nos contratos do metrô de São Paulo, e que deve apontar envolvimento de dirigentes do governo estadual.

Sorteio A conselheira Ana Maria Amarante vai relatar reclamação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra Joaquim Barbosa por ter afastado o juiz da execução penal do mensalão, Ademar Vasconcelos.

Como faz? Desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Ana Maria é amiga do presidente do Supremo Tribunal Federal e foi indicada ao CNJ em vaga do STF. Ela não se declarou impedida de julgar a queixada OAB e já despachou pedindo providências no caso.

Mico Foi Guido Mantega (Fazenda) quem deu a Dilma Rousseff a informação de que o PIB de 2012 revisado pelo IBGE seria de 1,5%. A presidente cravou o número em entrevista que concedeu ao jornal "El País" na semana passada, mas a taxa anunciada ontem foi de 1%.

Hedge Na segunda-feira à noite, durante evento da revista "IstoÉ" em São Paulo, Mantega já deu a entender que os números anunciados ontem não seriam bons, ao dizer que um PIB baixo em 2013 não significaria que o ano tenha sido "perdido".

Por cima O deputado estadual Edinho Silva, ex-presidente do PT de São Paulo, integrará a equipe de coordenação nacional da campanha de Dilma em 2014. Homem de confiança de Lula, ele é cotado para ser o tesoureiro do comitê petista.

Vem cá Michel Temer receberá dirigentes do PMDB do Paraná hoje para convencê-los a desistir de apoiar a reeleição de Beto Richa (PSDB). O vice-presidente quer que a sigla lance candidato, abrindo um palanque extra para Dilma, além do de Gleisi Hoffmann (PT).

Visita à Folha Liliana Ayalde, embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava com Woody Dunstan, vice-cônsul para Assuntos Econômicos, William Holton, vice-cônsul para Assuntos Políticos, e Rakesh Surampudi, adido de imprensa.

com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA

tiroteio
"Eis a equação de Dilma: recuo de 0,5% no PIB mais queda de 10% nas ações da Petrobras igual a 66% de desejo de mudança no país."

DO LÍDER DO PSB NO SENADO, RODRIGO ROLLEMBERG (DF), sobre resultado da atividade econômica divulgado ontem e pesquisa Datafolha do fim de semana.

contraponto


Jogando para a torcida
Então governador de São Paulo, o tucano José Serra lembrou durante um discurso nas margens da represa Guarapiranga em 2009 de uma ocasião em que recebeu visita do embaixador japonês. Decidiu, então, saber se havia alguém com ascendência nipônica na plateia:

-- Tem algum japonês aqui?

Diante do silêncio, admitiu a surpresa.

-- Não? Incrível, hein? Incrível! -- repetiu.

Ainda estarrecido, decidiu mudar a pergunta.

-- Palmeirense tem? Uns dois, pelo menos? Se não tem japonês e não tem palmeirense, eu vou embora...

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