O ESTADO DE S. PAULO - 11/08
Mesmo sem que as investigações tenham avançado o suficiente para incriminar dirigentes, o que surgiu até aqui sobre o caso da formação de cartel nas licitações para o metrô paulista já autoriza a conclusão de que haverá para os adversários do PSDB farta munição eleitoral. Parece não haver dúvidas quanto à denúncia essencial - do acerto entre as empresas participantes e o pagamento de propinas a funcionários da gestão tucana.
As informações iniciais não permitem uma acusação de participação direta dos governadores do período, mas politicamente mancham as gestões do PSDB e servem - ainda que as diferenças, por ora, sejam muitas -, para que o PT tenha um escândalo do adversário histórico em contrapartida ao "mensalão".
É o que explica os discursos contundentes como o do presidente do partido, Rui Falcão, que já forjou o termo "trensalão" para o caso, em contraste com a cautela em defender uma CPI demonstrada pela bancada do PT do Senado. As denúncias, como se sabe, envolvem mais quatro capitais - Porto Alegre, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Fortaleza-, podendo atingir ainda petistas e aliados.
Por ora, o sabido já é suficiente para constatar a existência de corrupção, com base nos e-mails trocados entre executivos da Siemens e na documentação que começa a vazar para a imprensa. Ainda se está no plano do conluio empresarial com extensão a secretários de governo e funcionários de empresas públicas.
O único e-mail que menciona o nome de um governador - José Serra -, não o incrimina. O PT , no entanto, já cobra tratamento isonômico com o "mensalão", chegando a lançar mão da figura jurídica do "domínio do fato", que condenou o ex-ministro José Dirceu, e que estabelece a responsabilidade do dirigente maior pelos desmandos ocorridos sob sua gestão e no seu entorno. Um sinal do ânimo que vai orientar a campanha eleitoral daqui em diante.
O que se tem já torna legítima a exploração política do fato pelo PT. Mas para a gravidade desejada pelo partido, implicando individualmente os governadores, falta mais: o "mensalão" levou sete anos para ser julgado, depois de uma CPI e das cassações de seus dois maiores protagonistas - Roberto Jefferson e José Dirceu. Produziu provas numerosas e o "domínio do fato" só foi aplicado depois de avançado o julgamento e com base em evidências que pareceram suficientes aos juízes.
Tudo indica que a investigação vai se estender, alcançando o auge da campanha de 2014 e impondo sérios danos ao PSDB. Que começou reagindo mal, tentando desqualificar a denúncia ao invés de dar explicações cabais a respeito.
Pressa
A cúpula do PMDB fluminense estuda antecipar de abril para janeiro a saída de Sérgio Cabral do governo. A decisão livraria Cabral dos protestos e daria mais exposição a Luiz Fernando Pezão.
Mais uma
O Instituto MDA faz nova pesquisa sobre as sucessões estaduais e presidencial no fim do mês. A consulta abrangerá São Paulo, Rio e Minas, os três maiores colégios eleitorais.
Novos ares
O governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), avalia deixar a política no final do mandato. Advogado, quer ser desembargador do Tribunal de Justiça mineiro.
NO PORTAL
Blog. Compra dos 36 caças para a FAB volta à pauta
As informações iniciais não permitem uma acusação de participação direta dos governadores do período, mas politicamente mancham as gestões do PSDB e servem - ainda que as diferenças, por ora, sejam muitas -, para que o PT tenha um escândalo do adversário histórico em contrapartida ao "mensalão".
É o que explica os discursos contundentes como o do presidente do partido, Rui Falcão, que já forjou o termo "trensalão" para o caso, em contraste com a cautela em defender uma CPI demonstrada pela bancada do PT do Senado. As denúncias, como se sabe, envolvem mais quatro capitais - Porto Alegre, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Fortaleza-, podendo atingir ainda petistas e aliados.
Por ora, o sabido já é suficiente para constatar a existência de corrupção, com base nos e-mails trocados entre executivos da Siemens e na documentação que começa a vazar para a imprensa. Ainda se está no plano do conluio empresarial com extensão a secretários de governo e funcionários de empresas públicas.
O único e-mail que menciona o nome de um governador - José Serra -, não o incrimina. O PT , no entanto, já cobra tratamento isonômico com o "mensalão", chegando a lançar mão da figura jurídica do "domínio do fato", que condenou o ex-ministro José Dirceu, e que estabelece a responsabilidade do dirigente maior pelos desmandos ocorridos sob sua gestão e no seu entorno. Um sinal do ânimo que vai orientar a campanha eleitoral daqui em diante.
O que se tem já torna legítima a exploração política do fato pelo PT. Mas para a gravidade desejada pelo partido, implicando individualmente os governadores, falta mais: o "mensalão" levou sete anos para ser julgado, depois de uma CPI e das cassações de seus dois maiores protagonistas - Roberto Jefferson e José Dirceu. Produziu provas numerosas e o "domínio do fato" só foi aplicado depois de avançado o julgamento e com base em evidências que pareceram suficientes aos juízes.
Tudo indica que a investigação vai se estender, alcançando o auge da campanha de 2014 e impondo sérios danos ao PSDB. Que começou reagindo mal, tentando desqualificar a denúncia ao invés de dar explicações cabais a respeito.
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