Tive um caso com o capitão Horácio por anos. Até resolver me curar
— Esta é a minha esposa, Rute...
— Humm. Simpática. — Ela é uma mulher fantástica. Estamos casados há 25 anos.
— E estes são...— Os filhos. Gustavo e Leinha. Foi a Leinha que nos deu a única neta. Olha só, que amor...
— Que beleza!
— Maria Rita. Três anos. A queridinha do vovô.
— E este?
— Ah, este é o capitão Horácio.— Capitão Horácio?— O amor da minha vida.
— O quê?— Do tempo em que eu era homossexual. Tivemos um caso durante sete anos, até eu resolver me curar.
— Você era homossexual e se curou?— Sim. Foram sete anos intensos com o capitão Horácio, mas senti que aquilo não era pra mim.
— E como você se curou?— Não foi fácil. Procurei psicólogos, psicanalistas, grupos de apoio, orientação religiosa... Finalmente me sugeriram que experimentasse a homeopatia.
— Homeopatia?!— Chá de cipó amarelo. — E deu certo?— Tiro e queda.— Esse chá...
— Tomo todos os dias, depois do almoço. O cipó amarelo vem da Amazônia. Os índios tomam desde pequenos, para prevenir.
— Mas...você carrega uma foto do capitão Horácio na carteira...
— Foi um período importante na minha vida, que eu não quero esquecer.— E como foi a separação?
— Amigável. Ele era uma pessoa muito distinta. Espiritual. E atlético, maratonista. Ou era, quando nos conhecemos.
— Não foi um rompimento traumático, então?
— Não. Ele entendeu minha posição, nos despedimos... E nunca mais se viram?
— Nunca. Não sei que fim ele levou. Ou que cara tem hoje. Certamente não é mais a da foto.
— Quer dizer que existe cura para o homosexualismo? — Existe. As pessoas ficam fazendo pouco desse deputado Feliciano, mas existe. Chá de cipó amarelo da Amazônia. Dou a receita para quem quiser.
— E é tiro e queda?
— Tiro e queda.
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