FOLHA DE SP - 19/06
Uma jovem, participante dos protestos, disse que trocaria a vitória, no primeiro jogo, pelo sistema educacional do Japão. Eu também.
Enquanto o Japão está no 12º lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o Brasil ocupa a 84ª posição. O México, rival de hoje, tido como um país muito parecido com o nosso, está na 57ª.
O México costuma jogar bem contra o time brasileiro. Nos dez últimos jogos, foram cinco vitórias do México, três derrotas e dois empates. Segundo o chavão futebolístico, o jogo do México encaixaria bem com o do Brasil.
Não enxergo motivo técnico para isso. Deve ser algo psicológico. Os jogadores são facilmente influenciáveis por atos de repetição. Hoje, o Brasil está melhor.
O México deve atuar com duas linhas de quatro, recuadas. Será importante a marcação por pressão, para tomar a bola, quando a defesa estiver desprotegida. A seleção brasileira tem feito bem isso. Tenho muito mais receio dos times que pressionam o Brasil no meio-campo.
Continuo o assunto sobre as dificuldades da passagem da bola, sem chutões, da defesa para o ataque, do time brasileiro. Critico isso há muito tempo. Sei que não dá para jogar como a Espanha.
Não temos craques no meio-campo, nem é mais, há muito tempo, nossa característica. O estilo brasileiro é de lançamentos longos e de jogadas individuais e de velocidade.
Com Dunga, também era assim. Felipão já disse que não gosta de ver o Barcelona jogar. Muitos pensam da mesma forma.
É preciso separar os lançamentos longos dos zagueiros, para tentar colocar a bola nas costas dos defensores, como David Luiz e Thiago Silva tentam fazer, o que pode dar certo, dos lançamentos ou chutões, para se livrar da bola e contar com a sorte. Às vezes, também funciona.
Luiz Gustavo e Paulinho jogam muito separados, e os dois ficam longe dos três meias. Deveriam se aproximar mais, para trocar passes. Além disso, como Oscar joga mais pelos lados, falta um meia de ligação.
Prefiro, em tese, dependendo da qualidade e das características dos jogadores, atuar com três no meio-campo (dois que marcam e avançam como meias) a ter dois volantes só para marcar e um meia só para criar.
Com três no meio-campo, melhora a saída de bola da defesa, e o time ataca e defende com mais jogadores. Espanha e Itália jogam com três no meio-campo.
Cada equipe tem de encontrar seu jeito de atuar. Mais importante que o tipo de estratégia é a execução bem feita do que foi ensaiado e planejado.
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