ZERO HORA - 09/12
Esses dias, escrevi uma coluna em que dizia que ultimamente tenho conversado com Deus.
Quero explicar aos meus leitores que a compreensão que tenho de Deus não é a daquele ancião de barbas hirsutas (pelos longos, duros e espessos), o Jeová das Sagradas Escrituras.
A ideia que tenho de Deus é de que ele é uma massa fluídica que paira sobre o universo e de alguma forma controla e comanda todos os fenômenos naturais, incluindo neles o funcionamento da raça humana.
Segundo penso, tudo é originado em Deus e as injustiças que há sobre a Terra pertencem aos enigmas divinos a que nenhum humano tem acesso. Podem ser pertinentes a um estranho código de castigos e pragas que a divindade derruba sobre os seres.
A conversa minha com Deus que descrevi naquela coluna é sobre um relativo entendimento que tenho com ele: ele me designa alguns severos sofrimentos que no entanto são suportáveis. Deus nunca me castigou de forma a que eu não pudesse suportar.
E frequentemente me premia com benesses tão grandes, que meu coração parece que vai explodir com tanto contentamento.
Deus é um bom parceiro que tenho. Ele até agora tem-me concedido favores que não concede a tanta outra gente.
Eu me entendo com ele. Às vezes, temos rusgas, mas nada que possa afetar nosso relacionamento a ponto de uma ruptura.
Esqueci-me ontem de citar um novo e prometedor colunista de Zero Hora: Celso Gutfreind. Ele escreveu segunda-feira passada sobre o risco divisório entre as duas nádegas, imagino que ele ache que ali é a Faixa de Gaza, quem conseguir passar por aquela fronteira atinge o paraíso de Jerusalém.
Eu já tinha começado a gastar por conta quando a presidente Dilma prometeu que a conta de luz iria sair 20% mais barata.
Parece que não vai ser bem assim, chegaremos a 16% de desconto, mas nós, consumidores, vamos dormir com o remorso de que esse abatimento pode significar um apagão na energia em todo o país.
Pobre, quando ganha uma esmola, passa a ser responsabilizado por um desastre.
Um banco me deu cinco cartões de crédito e débito. Mas nenhum deles funciona, ora a senha não confere, ora aparece no aparelhinho a inscrição: “Débito não autorizado”. Tenho passado vergonha em algumas lojas em que compro, depois de tudo empacotado, vêm me dizer que o cartão não aceitou as despesas.
Eu sou um completo idiota em negociações eletrônicas. Ou então me esqueci de colocar fundo nas contas dos cartões, mas, se foi isso, por que então que me concederam os cartões?
Há uma coisa que não consigo entender: são essas pessoas que comem nas saladas as cenouras e as beterrabas raladas.
Por que é que ralam? Melhor seria passá-las no liquidificador.
Eu só compreendo cenoura e beterraba, por sinal as adoro, que eu possa morder para saborear.
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