FOLHA DE SP - 04\11
Romney parece doido e capaz de fazer qualquer negócio: apela a piadinhas em debates e se desdiz
O REPUBLICANO Mitt Romney pode bater Barack Obama na eleição de terça-feira.
Ninguém sabe que bicho vai dar, e pode dar mula sem cabeça na cabeça, como em 2000, quando George Bush levou, mas não se sabe até hoje se ganhou, pois as máquinas de votar aqui nos EUA são absurdas.
Como a disputa Obama-Romney está dura, pode bem ser que os EUA passem de novo o vexame de ver uma eleição meio que decidida na porrinha (no palitinho).
Romney parece doido e, ao menos na campanha, capaz de qualquer negócio. Apela a pegadinhas infames nos debates, se desdiz a torto e direito e esculhamba o povaréu, que acredita ser inútil e encostado.
Prometeu chutar a canela da China assim que assumir (pois os chineses roubariam empregos com malevolências).
Mas a China é a maior credora dos EUA, além de fornecedora de bens de consumo baratos com os quais os americanos se esbaldam, apesar de dizerem que coisa feita na "China, Índia, nesses lugares" é fruto de serviço porco.
Criar rolo sério com a China é pedir uma guerra financeira.
Obama ao menos baixou o tom belicoso dos EUA, porque as guerras do Iraque, do Afeganistão e do Mundistão em geral são caras, e o governo está na pindaíba.
Romney disse que vai desfazer os cortes de gastos militares de Obama. O republicano já afirmou que não gosta da política do Fed (o banco central dos EUA) sob Ben Bernanke. O mandato de Bernanke vence em 2014. Se seguir o que prega, ele nomeia um conservador para o Fed. Se fizer tal coisa, vai induzir muita gente a pensar que os juros vão subir. Isso tende a dar besteira.
Promete ainda desmontar o pouco que o já centrista Obama conseguiu passar no Congresso, em parte dominado pelos republicanos.
Quer acabar com o Obamacare (planos de saúde para pobres sem plano e regulação de empresas do setor). Desmontar o pouco de regulação da finança que Obama propôs. Desregulamentar o setor de energia (poluição à vontade).
Romney promete cortar impostos simplificando o sistema tributário, acabando com brechas e isenções. E desregulamentar à larga.
No geral, sua linha de política não soa bem para o Brasil. Pior ainda, entre seus líderes de campanha está Robert Zoellick, o "sub do sub" bushista, inimigo do Brasil em termos e "persona non grata".
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