domingo, novembro 04, 2012

Chutões e nervosismo - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 04\11


Excesso de jogadas aéreas e nervosismo foram as principais razões para o Galo não vencer o Flamengo



Apesar do pênalti não marcado em Ronaldinho, os dois principais motivos de o Atlético-MG não ter ganhado esse e outros jogos no segundo turno foram o excesso de jogadas aéreas e o nervosismo.

Em vez de aproveitar a vantagem numérica, trocar mais passes e envolver o Flamengo, o time jogou demais a bola na área. Para isso, Cuca pôs dois centroavantes.

Por causa do ambiente de revolta em Belo Horizonte contra os árbitros, como se houvesse um grande complô para derrubar o Atlético-MG, torcedores, dirigentes, técnico e jogadores ficaram excessivamente tensos.

No primeiro turno, quando tudo dava certo, o Atlético-MG também fazia muitos gols pelo alto, porém tinha muito mais variações. No segundo turno, aumentaram as jogadas aéreas, a ansiedade e a pressão para ganhar o título.

As jogadas aéreas são necessárias e importantíssimas quando ocorrem por meio de bolas paradas e de passes da linha de fundo, quando o jogador olha e coloca a bola na cabeça do companheiro. Assim saiu o gol do Atlético-MG contra o Flamengo. Deveria ter ocorrido outras vezes.

Quando eu era menino, o técnico do time, Itaíbis, sempre dizia: "É proibido dar chutões". Imagino que a maioria dos técnicos brasileiros da época, de todas as categorias, pedia a mesma coisa. Isso mudou, para pior. Outras coisas melhoraram. Criaram um outro futebol.

Quando escrevo, faço como cidadão e cronista do presente.

Uso meus conhecimentos e experiências do passado para entender o presente.

Cruyff, mestre de Guardiola, dizia que só se forma um grande time com zagueiros que têm bom passe. Por isso, o Barcelona insistiu na contratação de Thiago Silva.

A imprensa divulgou que consta no planejamento financeiro do Barcelona para o próximo ano uma despesa de € 40 milhões para a contratação de um jogador, sendo que € 10 milhões já teriam sido pagos. Seria Neymar? Se eu fosse dono de um clube, por esse preço, só pagaria por dois jogadores, Neymar ou Cristiano Ronaldo.

Paulo Calçade, o comentarista de jogo da TV de que mais gosto, tem falado muito nas mudanças de estratégia do Barcelona, após a entrada do técnico Tito Vilanova, que era auxiliar de Guardiola.

Assisti a todas as partidas e não vi nenhuma alteração na filosofia e na estratégia de jogo. Vou prestar mais atenção.

As mudanças que vi são de preferências individuais. O novo técnico gosta demais de Pedro, um jogador apenas disciplinado e esforçado. Tito Vilanova tem colocado Fàbregas na reserva de Iniesta e Xavi. Guardiola, que não queria deixar um craque fora da equipe, avançava Iniesta pela esquerda e colocava Fábregas no meio-campo. Prefiro também o time com mais craques.

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