FOLHA DE SP - 11/07
Venda de asfalto para obra aponta desaceleração
Em tempo de clima seco, quando o consumo de asfalto para a construção de obras pesadas deveria subir, houve queda nas vendas do produto no país, sinal de que uma desaceleração no setor pode se aproximar, segundo o Sinicesp (sindicato do setor).
O volume vendido caiu de 232,9 mil toneladas em maio para 221,5 mil em junho.
Quando a comparação é feita com junho do ano passado, que registrou comercialização de 239,6 mil toneladas no Brasil, a redução é mais alta.
"Nos períodos em que chove menos, a produtividade costuma ser maior. Mas o que vemos agora é o contrário", diz João Leopoldino Neto, vice-presidente da entidade.
"Entre as obras nacionais, em que o faturamento vem por conta do Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte], caiu muito o número de contratos", afirma.
No plano estadual, especialmente em São Paulo, o mercado se apoia no programa de recuperação de estradas, de acordo com Leopoldino Neto, mas falta aceleração nos demais Estados.
"As prefeituras, por outro lado, estão em época de eleição e, portanto, aumentando o trabalho e cumprindo o papel de executar obras no período", afirma.
sazonalidade congelada
A Metalúrgica Mor, empresa gaúcha que fabrica produtos de praia e camping, como piscinas de plástico, cadeiras e churrasqueiras, investirá R$ 45 milhões para produzir mercadorias isotérmicas.
"Vamos instalar essa nova unidade para evitar os efeitos sazonais, já que nosso faturamento costuma cair durante o inverno", diz o presidente da empresa, André Backes.
A princípio, serão produzidas 300 mil garrafas térmicas por mês. No futuro, produtos como baldes de gelo também serão fabricados.
Há dez anos, a companhia começou a entrar em outros segmentos para evitar a queda de receita nos meses de frio. Hoje produz objetos de utilidade doméstica, como escadas, varais, panelas e tábuas de passar roupas.
EM OBRAS
A Emit Equipamentos, que importa estruturas metálicas, como andaimes e escoramentos, passa a trazer também máquinas compactas, como placas vibratórias, cortadores de piso e compactadores de solo.
A estratégia serviu de proteção contra a variação cambial, segundo o sócio Guilherme Bueno, que diz ter começado a estudar o projeto no ano passado.
"Com a alta do dólar, o projeto ganhou relevância, pois grande parte dos concorrentes do setor importam esses equipamentos para vender no mercado local. Já a linha de estruturas tem fabricantes no Brasil."
PARAGUAI EMPRESARIAL
A troca de presidente no Paraguai não deve interromper o crescimento no número de empresas abertas no país.
Apesar das sanções internacionais, o governo de Federico Franco, que assumiu em 22 de junho após a destituição de Fernando Lugo, pretende aumentar em 30% o valor dos empréstimos às companhias em 2012.
"Mesmo com a crise política, os executivos seguem animados com nosso crescimento econômico", diz José Méndez Cardozo, presidente da Associação de Jovens Empresários do Paraguai.
Entre 2010 e 2011, foram criadas 914 empresas no país, alta de 155% ante os dois anos anteriores. No período, o desemprego passou de 6,4% para 5,6% e a taxa de subemprego caiu de 26,1% para 21,9%.
"A população paraguaia é jovem e representa mão de obra barata", diz Luiz Fernando Marchese, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Paraguai do Rio de Janeiro.
ordem bancária
No Brasil, 52% da população acredita que o setor bancário é muito regulamentado. O número é mais que o dobro do registrado no mundo todo, segundo pesquisa da Ipsos.
Ainda entre os brasileiros, 54% dizem que os bancos precisam investir em comunidades. No mundo, a prioridade é a transparência.
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