sexta-feira, março 07, 2014

A vida como ela é - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 07/03

As rusgas entre o presidente do PT, Rui Falcão, e o líder Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prometem ser um mal menor na relação PT-PMDB. O clima vai esquentar mesmo é se a bancada de Minas Gerais perder o Ministério da Agricultura. É que, com a iminente saída de Antônio Andrade para disputar um mandato eletivo em outubro, a bancada indicou Silas Brasileiro. Se os mineiros perderem essa, o que já está ruim ficará pior. E, por mais que o PT tente disfarçar, o partido não pode hoje prescindir do PMDB.

Primeiro, é sabido que os seis minutos de tevê dos peemedebistas valem peso dois num momento em que os petistas jogarão tudo para evitar um provável segundo turno. Aliás, isso foi dito com todas as letras na reunião entre Dilma, Lula e o comando de campanha pela reeleição, há dois dias, no Alvorada. Também é consenso que, para manter esse tempo no colo de Dilma, não basta Michel Temer na vice. Daí, algum afago ao peemedebistas virá. Nem que seja apenas para contradizer o líder do partido, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O problema
A escolha dos ministros emperrou porque Dilma Rousseff não quer amarrar as decisões a um possível segundo mandato. E colocar Vital do Rego na equipe seria torná-lo “indemissível” em caso de reeleição. E é justamente isso que o PMDB deseja. Fechar alguns acordos agora para não ficar na chuva depois, quando a presidente não terá mais direito a concorrer a um novo mandato.

A solução
Está tudo combinado: se os peemedebistas ficarem a ver navios nessa reforma ministerial, eles cruzarão os braços no Congresso e na campanha. No Parlamento, esse movimento começa na semana que vem.

“Eu vou ficar quieto até segunda-feira. Não vou provocar. Agora, se me provocarem, não vou ficar calado. Não tem quem me cale”
Do líder do PMDB, Eduardo Cunha, referindo-se à movimentação dos últimos dias

Adeus a Sérgio Guerra
O PSDB e o PSB estarão unidos, hoje, no velório do ex-presidente Sérgio Guerra. Ele era o mais socialista dos tucanos, assim como o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) é visto como o mais tucano dos socialistas.

CURTIDAS
Entre os Xavantes…/ O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (foto), passou o carnaval bem longe da muvuca. Optou por uma aldeia de índios Xavante, em Mato Grosso. Foram mais de mil quilômetros de viagem entre carro e barco. Acordava com o canto dos meninos da tribo. Atravessou o belo Rio das Mortes, tudo para ficar bem longe das cobranças de ingressos, de estádios, de mobilidade urbana e lá vai. Foi a última pausa até a Copa.

…E os jogos/ O ziriguidum de Aldo vai começar agora. Domingo, estará no Amazonas para inaugurar mais um estádio da Copa. Como o estado é berço de outras tribos, os políticos locais querem saber se os índios terão ingressos e como será o transporte para as capitais em que serão disputadas as partidas.

Engenharia criativa/ Quando as coisas são feitas de qualquer jeito, até o que era para ser solução vira problema. Veja só o que houve no Minstério da Fazenda: o elevador instalado para pessoas deficientes virou um transtorno que ninguém sabe como resolver. O tal elevador tem um desnível em relação ao piso e precisa de rampa de acesso, que não foi feita.

Tem mais!/ No andar de cima, a porta abre para um vão de meio metro que não permite a passagem de cadeira de rodas. Os clientes do posto de atendimetno do Banco do Brasil que funciona ali terão que esperar um bom tempo para usar o elevador. A gerência informa que as pessoas com deficiência, por falta de acesso, estão sendo atendidas no térreo.

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