CORREIO BRAZILIENSE - 15/02
Apesar de o movimento sem-terra ter saído, há muito, do controle dos interlocutores do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff quer profissionalizar o MST. Dilma e a cúpula dos trabalhadores rurais discutiram, no encontro da última quinta-feira, em Brasília, a criação de um Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), específico para os agricultores ligados ao grupo.
O formato ainda não está definido, mas Dilma está empenhada em garantir cursos de qualificação para os assentados. No currículo, aulas sobre a vida no campo e a pequena produção agrícola no país.
Além de buscar uma porta de saída para os assentados, o governo também pretende arrumar caminhos para descobrir, entre os sem-terra, quem realmente deseja crescer na vida ou quem está disposto apenas a tumultuar o país.
Pode piorar…
No mesmo dia em que cassaram o mandato de Natan Donadon, os deputados aprovaram a urgência de um projeto de autoria do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). Ele obriga as concessionárias de energia a ressarcir os consumidores por conta de uma falha na metodologia de cobrança das tarifas entre 2002 e 2010. A matéria será analisada em plenário na semana que vem.
…ainda mais
Em valores atualizados, essa devolução chega a quase R$ 13 bilhões. Em tese, o dinheiro não sairá dos cofres públicos, mas das empresas — exceção em estados onde as concessionárias ainda são públicas. Com as queixas de falta de recursos para investimentos, a vitória dos consumidores poderá se transformar em uma derrota ainda maior na qualidade dos serviços.
Será que adianta?
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) concluirá, na próxima semana, a análise de 630 propostas para definir quais são os projetos prioritários do setor para o Congresso Nacional em 2014. A ideia é resumir em 100 projetos considerados essenciais, que vão compor a Agenda Legislativa da Indústria. Em ano de Copa e eleições, contudo, as chances de aprovação ou debate são quase nulas.
Reunião da turma
Já que não é chamado para conversar sobre a reforma ministerial, o vice-presidente Michel Temer resolveu se transformar em anfitrião e reunirá, em jantar, na segunda-feira, em Brasília, os 90 prefeitos do PMDB de São Paulo mais os deputados federais. Além deles, o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, pré-candidato do partido ao governo paulista, estará presente. Os peemedebistas juram que não falarão mal do PT nem de Dilma. Tá bom!
CURTIDAS
Humor negro/ No dia em que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu a possibilidade, ainda que remota, de racionamento de energia, as piadas se intensificaram em Brasília. Em tempos de reforma ministerial, há quem diga que Lobão poderia ser substituído por Pedro Parente, ex-chefe da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso, apelidado de “ministro do apagão”.
É grande a crise/ Outra troça é que o deficit de cargas para atender a demanda de energia seria do tamanho de Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a “maior” autoridade do setor, com 2,1 metros.
Tudo é possível/ Há dez dias, Lobão garantiu que o risco de um racionamento era zero. Em 2001, quando o governo FHC preparava-se para suspender o racionamento, o então ministro de Minas e Energia, José Jorge, foi indagado se o risco de um novo apagão era zero. “Eventos com probabilidade zero sempre correm o risco de acontecer”, brincou ele.
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