terça-feira, novembro 19, 2013

Educação sem fronteiras - LILIANA AYALDE

O GLOBO - 19/11

Meu pai foi para os EUA para estudar saúde pública, e isso contribuiu imensamente para a percepção que eu, como diplomata americana, tenho do mundo



Na semana passada, comemoramos a Semana Internacional da Educação 2013, uma oportunidade de reconhecer os benefícios proporcionados pela educação global e pelos intercâmbios em todo o mundo. Acreditamos que o ensino internacional construa e sustente um mundo mais democrático, seguro e próspero, beneficiando toda a comunidade internacional.

O Brasil tem sido um líder na promoção da educação internacional e das oportunidades de intercâmbio, e os EUA têm sido privilegiados em serem parceiros do governo brasileiro nesses esforços. Os Estados Unidos seguem como o principal destino dos estudantes do programa Ciência sem Fronteiras do governo Dilma Rousseff, enquanto o programa 100 Mil Unidos pelas Américas, do presidente Obama, traz para o Brasil um grande número de alunos americanos.

Segundo o relatório anual Open Doors, divulgado semana passada, o número de estudantes brasileiros nos EUA cresceu 20,4%, totalizando 10.868 no ano acadêmico americano 2012/2013 — tornando o Brasil o 11º país que mais envia alunos para os Estados Unidos em todo o mundo — e 4.060 estudantes americanos estudaram no Brasil no ano acadêmico 2011/2012, um aumento de 16,5% frente ao ano anterior. Espero que continuemos vendo mais alunos brasileiros indo para os EUA. Por mais impressionantes que esses dados sejam, sabemos que educação internacional não se trata apenas de números, mas de construir relações.

Os laços criados durante experiências educacionais no exterior ficam para sempre. Estudantes internacionais enriquecem as salas de aula, os campus e as comunidades, e o efeito dessa experiência perdura por muitos anos após o retorno desses alunos aos seus países de origem.

Além disso, eles desenvolvem uma compreensão dos valores e perspectivas de pessoas de outras nacionalidades que dura pelo resto da vida. Eu mesma sou resultado de um intercâmbio educacional. Foi por meio de um programa de intercâmbio que meu pai foi para os EUA para estudar saúde pública, e isso contribuiu imensamente para a percepção que eu, como diplomata americana, tenho do mundo.

A educação internacional desenvolve as relações entre pessoas e comunidades em todo o mundo, que são importantes para resolver desafios globais. Ela capacita as pessoas para colaborar na resolução de questões de nosso tempo, como o desenvolvimento da força de trabalho, mudança climática e saúde global. Ao conectar nossas universidades e comunidades de pesquisas, estudantes e professores, escolas e líderes educacionais, Brasil e Estados Unidos preparam seus jovens e sociedades para serem líderes mundiais e inovadores criativos para os desafios do século XXI.

Eu incentivo a todos que se empenhem em investir na própria educação global ou de seus familiares. O mundo será um lugar melhor com isso. Para mais informações sobre a Semana Internacional da Educação e sobre as atividades que ocorrem no Brasil, visite o site http://educationusa.org.br.

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