CORREIO BRAZILIENSE - 23/11
Acostumados aos maus-tratos que há anos lhe infligem a ineficiência e o descaso do dono dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim (Galeão) e Tancredo Neves (Confins), os 27,9 milhões de passageiros anuais obrigados a transitar por esses terminais podem esperar dias melhores. Depois de perder mais de um ano tentando encontrar meio de reduzir o constrangimento de contrariar o que lhe impunha anacrônico viés político, o governo foi forçado a compreender que o capital privado de países mais evoluídos não aceitaria sociedade com um Estado como o nosso sem que tivesse maioria e controle do negócio. Foi preciso que missão comandada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, visitasse alguns dos mais importantes operadores aeroportuários do mundo e deles levasse sonoro não para que o modelo de concessão dos dois aeroportos caminhasse para mais perto da realidade.
Por fim, a estatal dos aeroportos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Embraer) foi mantida, mas apenas como sócia minoritária. Vai dividir a administração com os consórcios privados por seis meses e, depois, a gestão ficará totalmente nas mãos de quem realmente entende do riscado. E esse foi, certamente, o melhor resultado obtido nos leilões de ontem, pelo menos para quem deveria ser sempre o personagem central das soluções: o usuário. Melhor até que os quase R$ 21 bilhões arrecadados pelo governo como ágio (R$ 19 bilhões pelo Galeão e R$ 1,8 bilhão por Confins).
A expectativa de que a confusão diária, a falta de conforto e a precariedade das instalações dos dois terminais venham um dia fazer parte do passado se deve sobretudo ao fato de as modificações feitas no modelo terem atraído detentores da melhor tecnologia disponível no mundo. O consórcio que venceu a disputa pelo Galeão, além da brasileira Norberto Odebrecht, tem a parceria da Changi, gestora do Aeroporto de Cingapura, considerado o melhor do mundo. E o de Confins é formado pelo grupo brasileiro CCR (administradora da Via Dutra e da Ponte Rio-Niterói) e por duas especialistas que respondem pelos aeroportos de Zurique (Suíça) e Munique (Alemanha).
Os dois consórcios se comprometem a investir quase R$ 10 bilhões nos próximos anos (R$ 5,7 bilhões no Galeão e R$ 3,5 bilhões em Confins), na ampliação, melhoria da operacionalidade e no conforto dos passageiros nos próximos anos. Mas a alegria não virá tão cedo, nem mesmo para os torcedores que chegarão para a Copa do Mundo. Para eles, nada mais do que maquiagem, puxadinhos e mais vagas nos estacionamentos.
As primeiras obras dos novos Galeão e Confins não estarão prontas antes de 2016 se tudo correr bem. Até lá, os usuários terão de pagar o preço da "política do jegue", defendida pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, com "passos curtos, firmes e sem cair no atoleiro". O mundo moderno exige mais do que isso. O usuário brasileiro da aviação civil, aquele que paga o bilhete, tem pressa e merece respeito.
Por fim, a estatal dos aeroportos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Embraer) foi mantida, mas apenas como sócia minoritária. Vai dividir a administração com os consórcios privados por seis meses e, depois, a gestão ficará totalmente nas mãos de quem realmente entende do riscado. E esse foi, certamente, o melhor resultado obtido nos leilões de ontem, pelo menos para quem deveria ser sempre o personagem central das soluções: o usuário. Melhor até que os quase R$ 21 bilhões arrecadados pelo governo como ágio (R$ 19 bilhões pelo Galeão e R$ 1,8 bilhão por Confins).
A expectativa de que a confusão diária, a falta de conforto e a precariedade das instalações dos dois terminais venham um dia fazer parte do passado se deve sobretudo ao fato de as modificações feitas no modelo terem atraído detentores da melhor tecnologia disponível no mundo. O consórcio que venceu a disputa pelo Galeão, além da brasileira Norberto Odebrecht, tem a parceria da Changi, gestora do Aeroporto de Cingapura, considerado o melhor do mundo. E o de Confins é formado pelo grupo brasileiro CCR (administradora da Via Dutra e da Ponte Rio-Niterói) e por duas especialistas que respondem pelos aeroportos de Zurique (Suíça) e Munique (Alemanha).
Os dois consórcios se comprometem a investir quase R$ 10 bilhões nos próximos anos (R$ 5,7 bilhões no Galeão e R$ 3,5 bilhões em Confins), na ampliação, melhoria da operacionalidade e no conforto dos passageiros nos próximos anos. Mas a alegria não virá tão cedo, nem mesmo para os torcedores que chegarão para a Copa do Mundo. Para eles, nada mais do que maquiagem, puxadinhos e mais vagas nos estacionamentos.
As primeiras obras dos novos Galeão e Confins não estarão prontas antes de 2016 se tudo correr bem. Até lá, os usuários terão de pagar o preço da "política do jegue", defendida pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, com "passos curtos, firmes e sem cair no atoleiro". O mundo moderno exige mais do que isso. O usuário brasileiro da aviação civil, aquele que paga o bilhete, tem pressa e merece respeito.
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