FOLHA DE SP - 30/07
Mercado de seguros do país é o mais atraente para os EUA
O mercado brasileiro é o mais procurado pela indústria norte-americana de seguros para a realização de investimentos, segundo a KPMG.
Dos entrevistados pela empresa de auditoria, 15% afirmaram que suas companhias planejam aportar mais de US$ 5 milhões no Brasil no próximo ano.
China, Índia e Colômbia aparecem nas posições seguintes, com 9%, 8% e 6%, respectivamente.
"A relação entre prêmio [valor que as seguradoras recebem dos clientes] e PIB do Brasil é a menor entre os países emergentes. Por isso, o mercado ainda tem muita oportunidade de crescimento", diz Lucio Anacleto, sócio da KPMG no Brasil.
"Aqui, quase só se pensa em seguro de vida e de carro. A incidência de outras modalidades de seguro é bastante pequena", acrescenta.
"Se olharmos a tendência de expansão do setor, a expectativa é que haja uma elevação na casa dos dois dígitos por ano."
A pesquisa também mostra que aumentou o número de empresas que investirão em expansão geográfica. Em 2012, 20% dos entrevistados planejavam aportar em outros países. Neste ano, o número subiu para 34%.
A estratégia de operar em países diferentes ultrapassou outras que costumavam ser prioridade, como fusão e aquisição, propaganda e marketing e transformação do modelo de negócios.
O acesso a novos mercados também foi apontado como principal motor para alavancar alianças e aquisições por 41% dos ouvidos. Mudanças regulatórias ficou em segundo lugar, com 36%.
Minério... A ALL (América Latina Logística) iniciou nesta semana o transporte de até cem mil toneladas por mês de minério de ferro no município de Ladário (MS).
...no trilho A carga percorrerá da estação de Urucum até o terminal de trem no porto de Ladário. Depois, seguirá para países do Mercosul por meio do rio Paraguai.
FÁBRICA PARA EXPORTAÇÃO
A Tipler, indústria de borracha do Rio Grande do Sul com foco em recapagem, investirá R$ 84 milhões para aumentar sua capacidade de produção em 30%.
O projeto de expansão também inclui uma fábrica no exterior, possivelmente na Argentina.
Hoje a empresa produz cerca de 1.800 toneladas por mês. A capacidade, porém, é de 3.000 toneladas.
"Atualmente podemos dobrar nossa participação no mercado sem investir R$ 1", afirma o diretor-presidente da empresa, Sérgio de Faria Bica Jr.
"Vamos ampliar, mesmo assim, porque os equipamentos são de longo prazo de instalação --cerca de 18 meses entre o projeto executivo e o início das operações."
Com unidade no exterior e investimentos na planta brasileira, a empresa pretende dobrar seu faturamento, que neste ano deve ficar em R$ 400 milhões.
Também planeja elevar a participação das exportações dos atuais 6% da receita para 20% até 2017.
Sobre realizar uma expansão em época de fracos resultados da economia brasileira, Bica Jr diz que o setor não costuma ser influenciado pelo ritmo do PIB.
"Quando a economia dispara, as empresas compram pneus novos e quase não nos procuram. Quando despenca, a demanda por recapagem cresce um pouco", diz.
"Claro que sentimos o efeito do cenário recessivo, mas não de forma acentuada para parar os investimentos."
R$ 400 MILHÕES
deve ser o faturamento da empresa neste ano
R$ 800 MILHÕES
deve ser a receita bruta em 2017
Quase 50% dos clientes já tiveram acesso a crédito negado
Quase metade dos consumidores já teve empréstimo negado, segundo pesquisa do SPC Brasil.
Entre as 604 pessoas entrevistadas em todas as capitais brasileiras, 47% afirmaram que já tiveram pedidos de financiamento reprovados.
O principal motivo é a inadimplência (36%), seguido por renda insuficiente (33%) e por falta de comprovação de recursos (23%).
Os bancos são a primeira opção para quem busca crédito (75%). Familiares (45%) e amigos (25%) também aparecem como fontes de empréstimo, segundo a pesquisa.
"A relação com agências bancárias é impessoal, mas com pessoas da família, não. Por isso, é preciso ficar atento a esse tipo de transação, pois 45% dos entrevistados falaram que teriam vergonha de cobrar dinheiro de pessoas próximas", diz Flávio Borges, da entidade.
Entre os consultados, 41% já usaram o nome de terceiros para comprar. "Esse é um dos principais causadores de negativação no SPC Brasil, pois a pessoa que tem o nome sujo usa outro CPF para contrair novos empréstimos."
Solventes em alta
O consumo de produtos químicos no mundo cresceu a uma taxa anual de 8% entre 2008 e 2012, segundo pesquisa feita pelo BCG (Boston Consulting Group).
Os gastos subiram de € 1,9 trilhão para € 2,6 trilhões no período analisado.
A Ásia teve taxa de 14% de aumento ao ano, seguida por África e Oriente Médio (8%) e pela América Latina (7%).
Os números foram mais altos em regiões emergentes por causa dos níveis de crescimento industrial elevados, de acordo com a pesquisa.
Nos mercados desenvolvidos, os índices são mais baixos --apenas 1% na Europa e 3% na América do Norte.
No geral, o setor de distribuição dos produtos químicos teve uma expansão anual de 9% entre 2008 e 2012.
Para contratar uma distribuidora, o critério mais usado pelas produtoras permaneceu o de relevância no mercado entre 2010 e 2013.
Experiência e disponibilidade de serviços adicionais (como inventários e embalagens), porém, passaram a ter peso maior na seleção.
NÃO DEU QUÍMICA
As fusões e aquisições no setor químico americano não cresceram conforme o esperado no primeiro semestre deste ano, constatou a consultoria A.T. Kearney.
As poucas operações que aconteceram foram impulsionadas pelas empresas de private equity, que cresceram 23% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Os investidores estão mais cautelosos por conta da instabilidade econômica nos Estados Unidos e na Europa e com a desaceleração da China", afirma Edson Bouer, diretor da A.T. Kearney e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Química.
"Eles preferem investir mais em seus próprios negócios a se arriscarem em fusões."
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