CORREIO BRAZILIENSE - 30/07
A presidente Dilma Rousseff resolveu aguentar o aguaceiro pelas ventas, como diria um velho marujo. Não quer ceder às pressões dos petistas e aliados para mexer na equipe de governo, também não pretende mudar a sua equipe econômica. Aposta no poder de sedução da proposta de plebiscito para a reforma política e numa agenda positiva para a economia no segundo semestre. A primeira é miragem; a segunda, uma travessia no deserto.
Para seus críticos, essa é uma estratégia de risco. Estaria como aquele príncipe lembrado por Nicolau Maquiavel que perdeu o reino por excesso de prudência, sem se aperceber que a fortuna era outra, exigia outras virtudes para conservar o poder. Dilma pensa de outra forma: avalia que o pior já passou, a estabilidade da economia foi mantida, a inflação está em queda, mesmo que o mundo cresça pouco. Acredita que os investimentos estarão de volta no segundo semestre com os leilões de petróleo e as concessões de rodovias, ferrovias e postos.
O maior problema da presidente Dilma, porém, é político. Nada mudou para o Congresso, onde a base está desarticulada, durante o recesso. A Câmara, sob comando de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pintou-se para a guerra. É certo que os partidos vive uma crise de representação, mas a popularidade da presidente da República também entrou em baixa. Mês aziago, agosto promete.
Mobilidade
Convencida de que o transporte de massas passou a ser a principal demanda das cidade, a presidente Dilma Rousseff anuncia hoje a liberação de dinheiro para projetos de mobilidade urbana, em São Paulo. Dos R$ 50 bilhões prometidos para todo o país, o governo de São Paulo espera receber R$ 3,5 bilhões
Obstáculos
A ex-senadora Marina Silva corta um dobrado para conseguir fundar seu novo partido, a Rede Solidariedade. O deputado tucano Walter Feldmann, que articula a criação da Rede com Marina e deve aderir à nova legenda, anuncia que a prioridade agora é colher assinaturas. Sem o registro partidário na Justiça Eleitoral será impossível atrair parlamentares para a Rede Sustentabilidade. Cerca de 491 mil assinaturas estão sendo checadas nos cartórios eleitorais.
Ponto final
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), pôs um ponto final na polêmica sobre a indicação do deputado Cândido Vaccarezza para coordenador da comissão encarregada de elaborar a reforma política pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “O PT tem claro que ele coordenará o grupo e que quem representa o partido é o Ricardo Berzoini. Temos agora coisas mais importantes com que nos preocupar. Esse assunto está encerrado”, garante. Ricardo Berzoini (PT-SP) substituiu o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que renunciou à tarefa inconformado com a indicação de Vaccarezza.
Naufrágio
Foi a pique o projeto de fusão do PPS com o PMN, que daria origem a um novo par tido, o MD. Telma Ribeiro, secretária-geral do PMN, anunciou a decisão de voltar atrás depois de convenção nacional. Ela havia dado um ultimato ao presidente do PPS, Roberto Freire (SP), para que desse entrada no registro do novo partido, mas ele decidiu aguardar decisão da Justiça Eleitoral sobre a preservação dos mandatos dos parlamentares que aderissem à nova legenda.
Violência
O programa Pacto pela Vida, do governo da Bahia, começa a dar frutos: houve queda de 10,8% de crimes violentos em relação ao mesmo período de 2012. Na Região Metropolitana de Salvador, as cidades de Simões Filho, Camaçari e Lauro de Freitas, campeãs da criminalidade, a redução chegou a 20,5%.
Mais um
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu lançar seu livro, Pensadores que inventaram, o Brasil no dia 15 de agosto, no Cine Livraria Cultura, em São Paulo. Editado pela Companhia das Letras, é uma coletânea comentada de textos da chamada brasiliana, reunindo pensadores como Euclides da Cunha, Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre.
Aeroportos/ O Tribunal de Contas da União deve receber na quinta-feira os estudos sobre as concessões dos aeroportos de Cofins (Belo Horizonte) e do Galeão (Rio), com a mesma remuneração garantida para os outros aeroportos: 6%. Empresas multinacionais que operam em aeroportos estão deixando o país por causa da baixa taxa de retorno nos aeroportos privatizados.
Garantia/ O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) se reunirá amanhã para discutir o índice de reajuste do seguro-desemprego deste ano. O Ministério da Fazenda defende que o reajuste seja feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Já o Ministério do Trabalho quer a correção pelo reajuste do salário mínimo.
Azebudsman/ No sábado, perdi o rumo da Zona Oeste do Rio e confundi Guaratiba com Mangaratiba, município do litoral sul-fluminense.
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