"Professora, os camundongos melhoraram!",exclamou meu aluno, eufórico com os resultados de seu experimento. Os animais com defeitos na coluna tratados com uma nova droga ficaram retinhos! Esse era um dos raros momentos para os quais os cientistas vivem: o experimento deu certo! O ano começara muito bem!
Mas aquilo era só o começo: se a nova droga funcionou, agora temos que entender como. E para isso desenhamos novos experimentos, que requerem a compra de novos reagentes. Tudo bem, o projeto é financiado pela Fapesp e pelo CNPq, dinheiro neste caso não é o problema - pode encomendar!
Neste momento demos de cara com a maior barreira para o desenvolvimento científico do Brasil: a burocracia envolvida na importação de produtos para pesquisa. Os diferentes fornecedores pediam de 60 a 90 dias para nos entregar os reagentes! Ou seja, ficaríamos por até 3 MESES sentados em cima daqueles resultados tão empolgantes, de braços cruzados sem fazer nada...
Não foi nenhuma surpresa, esta é a realidade do pesquisador no Brasil. Um questionário feito por colegas da UFRJ em 2010 revelou que 99% dos cientistas brasileiros dependem de produtos importados para pesquisas. Todos esperam de um a 24 meses (sim, dois anos...) pela chegada dos produtos importados, que além disso ficam presos na alfândega, fazendo com que 76% dos entrevistados já tenham tido material perdido durante o processo...
Não é de se espantar que 90% dos pesquisadores brasileiros já tenham mudado os rumos de seus trabalhos ou até mesmo desistido de algum experimento por causa de problemas com importação. O Governo diz que está tudo funcionando muito bem com o programa Importa Fácil, mas 91% dos entrevistados não concordam, e seguem penando para fazer ciência no país.
Enquanto isso, pesquisadores nos EUA e Europa esperam em média 1-2 DIAS para receber os mesmos reagentes. Nós temos capacidade intelectual de 1º mundo, mas infelizmente apoio administrativo e legal de 3º mundo para importação de insumos para pesquisa... Sem agilidade, como o Brasil pode ser competitivo em ciência?
O mais irônico é que as limitações todas são impostas pelo grande financiador de nossas pesquisas, o governo federal. Este diz valorizar tanto a atividade de pesquisa que está gastando centenas de milhões de dólares no programa Ciência Sem Fronteiras, enviando estudantes brasileiros para estágios fora do país. Porém, criou um labirinto legal para importações que não distingue um pesquisador de um potencial contrabandista. E, assim, dá um tiro no pé, impedindo o desenvolvimento.
Há esperança! Os deputados federais Romário e Mara Gabrili começaram a estudar essa situação kafkaniana, e agora trabalham em um projeto de lei para facilitar a importação de insumos para pesquisa. Temos todos um objetivo em comum - melhorar a ciência no Brasil. Vamos então juntar forças para elaborar um instrumento legal realmente eficaz, que transforme a forma de se fazer pesquisa no país. Não é difícil, não pedimos mais verbas, só precisamos de vontade política.
Mas aquilo era só o começo: se a nova droga funcionou, agora temos que entender como. E para isso desenhamos novos experimentos, que requerem a compra de novos reagentes. Tudo bem, o projeto é financiado pela Fapesp e pelo CNPq, dinheiro neste caso não é o problema - pode encomendar!
Neste momento demos de cara com a maior barreira para o desenvolvimento científico do Brasil: a burocracia envolvida na importação de produtos para pesquisa. Os diferentes fornecedores pediam de 60 a 90 dias para nos entregar os reagentes! Ou seja, ficaríamos por até 3 MESES sentados em cima daqueles resultados tão empolgantes, de braços cruzados sem fazer nada...
Não foi nenhuma surpresa, esta é a realidade do pesquisador no Brasil. Um questionário feito por colegas da UFRJ em 2010 revelou que 99% dos cientistas brasileiros dependem de produtos importados para pesquisas. Todos esperam de um a 24 meses (sim, dois anos...) pela chegada dos produtos importados, que além disso ficam presos na alfândega, fazendo com que 76% dos entrevistados já tenham tido material perdido durante o processo...
Não é de se espantar que 90% dos pesquisadores brasileiros já tenham mudado os rumos de seus trabalhos ou até mesmo desistido de algum experimento por causa de problemas com importação. O Governo diz que está tudo funcionando muito bem com o programa Importa Fácil, mas 91% dos entrevistados não concordam, e seguem penando para fazer ciência no país.
Enquanto isso, pesquisadores nos EUA e Europa esperam em média 1-2 DIAS para receber os mesmos reagentes. Nós temos capacidade intelectual de 1º mundo, mas infelizmente apoio administrativo e legal de 3º mundo para importação de insumos para pesquisa... Sem agilidade, como o Brasil pode ser competitivo em ciência?
O mais irônico é que as limitações todas são impostas pelo grande financiador de nossas pesquisas, o governo federal. Este diz valorizar tanto a atividade de pesquisa que está gastando centenas de milhões de dólares no programa Ciência Sem Fronteiras, enviando estudantes brasileiros para estágios fora do país. Porém, criou um labirinto legal para importações que não distingue um pesquisador de um potencial contrabandista. E, assim, dá um tiro no pé, impedindo o desenvolvimento.
Há esperança! Os deputados federais Romário e Mara Gabrili começaram a estudar essa situação kafkaniana, e agora trabalham em um projeto de lei para facilitar a importação de insumos para pesquisa. Temos todos um objetivo em comum - melhorar a ciência no Brasil. Vamos então juntar forças para elaborar um instrumento legal realmente eficaz, que transforme a forma de se fazer pesquisa no país. Não é difícil, não pedimos mais verbas, só precisamos de vontade política.
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