Não quero ser alarmista, mas se o Engenhão, com pouco mais de seis anos, teve que ser interditado por causa de ferrugem no arco da cobertura, o que dirá o Elevado do Joá, com seus 40 anos de existência, sujeito à maresia e a uma duvidosa manutenção? A Coppe já deu a resposta. Através de laudo técnico, diagnosticou que "o estado de degradação estrutural pelo avanço da corrosão compromete a segurança do viaduto". Tudo bem que foram tomadas providências emergenciais para os reparos parciais. Mas será que isso resolve? Engenheiros acham que não. O professor Miranda Batista, que coordenou o estudo, é taxativo: "A vida útil do Joá acabou. A reforma que a prefeitura promete fazer cobre apenas as áreas onde o problema é visível. Mas 60% delas não podem ser fiscalizados." O vice-presidente da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE,), Ubirajara Ferreira da Silva, também defende a restauração completa do elevado. "O que o prefeito propõe é atuar com base na incerteza", ele acusa.
Eduardo Paes alega que, como restam de fato incertezas sobre as reais condições de conservação nas partes internas da construção não visíveis por falta de acesso, é mais econômico realizar as obras que, ao longo do tempo, forem apontadas como necessárias. Mais econômico, sim. O trabalho inteiro custaria mais de R$ 100 milhões. Em compensação, a solução não seria muito mais segura? O relatório dos técnicos não deixa dúvidas quanto à gravidade do desgaste estrutural dos "dentes de apoio das vigas". Quem já viu um filme parecido com final trágico, como a queda do Elevado Paulo de Frontin, em 1971, não passa hoje pelo Joá despreocupadamente. Como desabafou a jornalista Leda Nagle: "Não posso ficar calada, fingindo que não sei que o viaduto está corroído e ameaçado."
É evidente o perigo que oferecem nossas obras públicas. O Engenhão, além de tudo, não suporta nem ventos de mais de 60km; o Joá, com estrutura soltando pedaços, é uma situação de risco; prédios do Minha Casa Minha Vida desabando antes de inaugurar; o BRT Transoeste, de apenas nove meses, tendo que refazer o asfalto da pista. Enfim, não dá para não se assustar. Quaisquer que sejam as causas - defeitos no projeto, falhas na execução, precariedade de material, falta de fiscalização, descuido com a manutenção ou tudo isso, a verdade é que há algo de podre com as nossas edificações oficiais, e a culpa talvez não seja apenas da engenharia.
Eduardo Paes alega que, como restam de fato incertezas sobre as reais condições de conservação nas partes internas da construção não visíveis por falta de acesso, é mais econômico realizar as obras que, ao longo do tempo, forem apontadas como necessárias. Mais econômico, sim. O trabalho inteiro custaria mais de R$ 100 milhões. Em compensação, a solução não seria muito mais segura? O relatório dos técnicos não deixa dúvidas quanto à gravidade do desgaste estrutural dos "dentes de apoio das vigas". Quem já viu um filme parecido com final trágico, como a queda do Elevado Paulo de Frontin, em 1971, não passa hoje pelo Joá despreocupadamente. Como desabafou a jornalista Leda Nagle: "Não posso ficar calada, fingindo que não sei que o viaduto está corroído e ameaçado."
É evidente o perigo que oferecem nossas obras públicas. O Engenhão, além de tudo, não suporta nem ventos de mais de 60km; o Joá, com estrutura soltando pedaços, é uma situação de risco; prédios do Minha Casa Minha Vida desabando antes de inaugurar; o BRT Transoeste, de apenas nove meses, tendo que refazer o asfalto da pista. Enfim, não dá para não se assustar. Quaisquer que sejam as causas - defeitos no projeto, falhas na execução, precariedade de material, falta de fiscalização, descuido com a manutenção ou tudo isso, a verdade é que há algo de podre com as nossas edificações oficiais, e a culpa talvez não seja apenas da engenharia.
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