Na segunda-feira, o presidente do chamado Partido da República (PR), senador Alfredo Nascimento, levou o correligionário César Borges, um dos vice-presidentes do Banco do Brasil e ex-governador da Bahia, ao principal gabinete do comitê reeleitoral da presidente Dilma Rousseff, conhecido como Palácio do Planalto. Não se quer dizer com isso que a sede do governo do País nada mais seja hoje em dia do que a sede da campanha de Dilma. Mas nada do que ali se faça importa tanto quanto as ações destinadas a manter a presidente no posto até 1º de janeiro de 2019. É o que explica a reaparição no coração do poder do chefe do PR, o mesmo que Dilma, na sua decantada fase ética, expurgou da administração federal.
Apadrinhado também ele pelo ainda presidente Lula, Nascimento foi reconduzido ao apetitoso Ministério dos Transportes, com seus R$ 10 bilhões de recursos, que ocupara de 2007 a 2010. Durou até julho de 2011, quando sucumbiu, com outros 27 integrantes da pasta, a denúncias incontestáveis de corrupção no setor, a começar do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O PR foi o primeiro parti do a ser "faxinado" por Dilma, mas o seu titular não mereceu a mesma primazia - antes dele, caíra em desgraça o todo-poderoso ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Para o lugar de Nascimento, a presidente promoveu o secretário executivo do Ministério, Paulo Sérgio Passos. E ali provavelmente permaneceria não fosse o fato de Dilma se dispor a "fazer o diabo" pela reeleição.
Passos agradava a Dilma, mas não ao PR, a que é filiado. Os republicanos o consideravam "escolha pessoal" da presidente, não uma demonstração de que o partido, apesar de tudo, continuava representado no primeiro escalão. Depois de dois meses de resistência, ela capitulou diante de Nascimento. Para garantir o minuto e 10 segundos do PR, duas vezes por dia, no horário eleitoral e para impedir que esse tempo possa beneficiar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, se sair candidato, ou, não seria de excluir, o senador tucano Aécio Neves -a presidente entregou a Nascimento a cabeça de Passos.
Dilma bateu o pé, no entanto, em relação ao sucessor. Apesar dos protestos de boa parte da bancada federal da agremiação (34 deputados e 4 senadores), que reivindicava o cargo para um dos seus, fechou questão em torno do nome de César Borges, a ser empossado hoje. O engenheiro que ascendeu na política baiana se integrando ao feudo de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) contou agora com o apoio do governador pe- tista do Estado, Jaques Wagner. Borges tem biografia para ser um bom ministro, ainda mais tendo recebido carta branca da presidente para mexer no Dnit. Mas isso não altera o essencial: o uso da Esplanada dos Ministérios como moeda de troca no mercado eleitoral.
Antes de Nascimento, com efeito, Dilma reabilitou o cacique pedetista Carlos Lupi, atingido por uma vassourada quando titular do Trabalho. Há pouco, o posto foi entregue ao seu liderado Manoel Dias, secretário geral do PDT. Para afagar o PMDB em dois Estados cruciais, nomeou o ex-governador fluminense Wellington Moreira Franco para a Secretaria da Aviação Civil e o presidente do partido em Minas, deputado Antonio Andrade, para a Agricultura. E uma nova pasta, a da Micro e Pequena Empresa, acaba de ser criada para atrair o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab aos palanques dilmistas de 2014. O titular do 39º Ministério será o vice-governador paulista Afif Domingos, correligionário de Kassab no PSD.
Lula disse certa vez que, se governasse o Brasil, Cristo "teria de se aliar a Judas". A esta altura, ninguém dirá que Dilma faltou à aula naquele dia. Já não se trata de suas alianças com partidos e personagens promíscuos. Quanto a isso, ressalte-se apenas que não é a tal da governabilidade que move a presidente, mas a ânsia de seguir no Planalto. O que mostra a que extremos Dilma leva à prática, sem disfarçar, as lições de seu mentor é a prontidão para premiar por nenhum outro motivo a não ser aquele políticos como Alfredo Nascimento e Carlos Lupi, acusados de participação em "malfeitos" e por isso removidos de sua equipe.
Apadrinhado também ele pelo ainda presidente Lula, Nascimento foi reconduzido ao apetitoso Ministério dos Transportes, com seus R$ 10 bilhões de recursos, que ocupara de 2007 a 2010. Durou até julho de 2011, quando sucumbiu, com outros 27 integrantes da pasta, a denúncias incontestáveis de corrupção no setor, a começar do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O PR foi o primeiro parti do a ser "faxinado" por Dilma, mas o seu titular não mereceu a mesma primazia - antes dele, caíra em desgraça o todo-poderoso ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Para o lugar de Nascimento, a presidente promoveu o secretário executivo do Ministério, Paulo Sérgio Passos. E ali provavelmente permaneceria não fosse o fato de Dilma se dispor a "fazer o diabo" pela reeleição.
Passos agradava a Dilma, mas não ao PR, a que é filiado. Os republicanos o consideravam "escolha pessoal" da presidente, não uma demonstração de que o partido, apesar de tudo, continuava representado no primeiro escalão. Depois de dois meses de resistência, ela capitulou diante de Nascimento. Para garantir o minuto e 10 segundos do PR, duas vezes por dia, no horário eleitoral e para impedir que esse tempo possa beneficiar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, se sair candidato, ou, não seria de excluir, o senador tucano Aécio Neves -a presidente entregou a Nascimento a cabeça de Passos.
Dilma bateu o pé, no entanto, em relação ao sucessor. Apesar dos protestos de boa parte da bancada federal da agremiação (34 deputados e 4 senadores), que reivindicava o cargo para um dos seus, fechou questão em torno do nome de César Borges, a ser empossado hoje. O engenheiro que ascendeu na política baiana se integrando ao feudo de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) contou agora com o apoio do governador pe- tista do Estado, Jaques Wagner. Borges tem biografia para ser um bom ministro, ainda mais tendo recebido carta branca da presidente para mexer no Dnit. Mas isso não altera o essencial: o uso da Esplanada dos Ministérios como moeda de troca no mercado eleitoral.
Antes de Nascimento, com efeito, Dilma reabilitou o cacique pedetista Carlos Lupi, atingido por uma vassourada quando titular do Trabalho. Há pouco, o posto foi entregue ao seu liderado Manoel Dias, secretário geral do PDT. Para afagar o PMDB em dois Estados cruciais, nomeou o ex-governador fluminense Wellington Moreira Franco para a Secretaria da Aviação Civil e o presidente do partido em Minas, deputado Antonio Andrade, para a Agricultura. E uma nova pasta, a da Micro e Pequena Empresa, acaba de ser criada para atrair o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab aos palanques dilmistas de 2014. O titular do 39º Ministério será o vice-governador paulista Afif Domingos, correligionário de Kassab no PSD.
Lula disse certa vez que, se governasse o Brasil, Cristo "teria de se aliar a Judas". A esta altura, ninguém dirá que Dilma faltou à aula naquele dia. Já não se trata de suas alianças com partidos e personagens promíscuos. Quanto a isso, ressalte-se apenas que não é a tal da governabilidade que move a presidente, mas a ânsia de seguir no Planalto. O que mostra a que extremos Dilma leva à prática, sem disfarçar, as lições de seu mentor é a prontidão para premiar por nenhum outro motivo a não ser aquele políticos como Alfredo Nascimento e Carlos Lupi, acusados de participação em "malfeitos" e por isso removidos de sua equipe.
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