FOLHA DE SP - 05/04
Mantega discute mudança na tributação de lucro no exterior
O ministro Guido Mantega (Fazenda) reuniu-se ontem com representantes de multinacionais brasileiras, como o presidente da Vale, Murilo Ferreira, para discutir novas regras para a tributação de lucros no exterior.
O encontro de ontem em São Paulo foi mais uma rodada de conversas entre exportadoras, o ministro e Nelson Barbosa, secretário-executivo. As companhias se queixam de que as regras atuais prejudicam a competitividade, desestimulam novos investimentos e causam insegurança jurídica.
Muitas delas têm grandes contenciosos com a Receita Federal. Além de Ferreira, estiveram presentes executivos da Petrobras, Ambev, Votorantim, Odebrecht e Natura, entre outras.
"O governo quer controle e as empresas querem mais incentivos para irem ao exterior", diz uma pessoa que participou da reunião.
"A companhia tem de ir com regras estabelecidas e não ter multas de IR astronômicas." A Receita não aceita incentivos que as empresas brasileiras obtenham no exterior, afirmam executivos.
Exportadoras querem também um prazo para pagar o imposto. "Hoje, gerado o lucro, o pagamento deve ser feito", acrescentou um dos presentes à reunião. Outro ponto em pauta é a consolidação.
"Se uma companhia fora der lucro e uma coligada, não, uma não poderia compensar a outra", afirmou.
"Isso tudo onera as brasileiras fora", disse outro executivo depois do encontro.
Bala amarga
O setor de doces -que engloba balas, amendoins e chocolates- teve fraco desempenho no ano passado, de acordo com dados da Abicab (associação da indústria).
A produção foi de 1,366 milhão de toneladas. Em 2011, havia sido de 1,381 milhão -queda de 1%.
As balas puxaram a retração (-6,7%). O único segmento que teve resultado positivo foi o de chocolates, com crescimento de 3,1%.
"Essa alta [dos chocolates] foi satisfatória, a expectativa era que os números de 2011 se repetissem", afirma Ubiracy Fonseca, vice-presidente da associação.
As exportações também diminuíram (9,76%), muito em decorrência da política protecionista argentina.
Os Estados Unidos, no entanto, reduziram o impacto da queda dos embarques para o país vizinho. Em 2011, eles haviam importado US$ 38,8 milhões em doces do Brasil. No ano passado, foram US$ 42,1 milhões -crescimento de 8,5%.
"Investimos no mercado americano, com rodadas de negócios e propaganda, para alavancar as vendas", diz Solange Isidoro, vide-presidente de exportação da entidade.
Escritório compartilhado
A belga Regus, empresa que aluga espaços de trabalho como salas de reunião e escritórios, está animada com o Brasil.
"O país é nosso sétimo maior faturamento e deve ir para o terceiro lugar em até três anos", diz o vice-presidente para América Latina, Michael Turner.
"O Brasil ainda está crescendo", afirma.
Apesar de atender grandes empresas, como Google e Nokia, a Regus está de olho nas pequenas. E esse parece ser o futuro do setor.
"Devemos crescer 15% em São Paulo e 30% no Nordeste neste ano", diz Paulo Karnas, presidente da Associação Nacional dos Centros de Negócios e Escritórios Virtuais.
A Virtual Office, de São Paulo, acredita que a situação só muda se o valor dos aluguéis disparar.
"Muitas empresas de escritório virtual alugam os espaços e teriam que repassar os custos", afirma Mari Gradilone, diretora da companhia, que espera manter o crescimento de 20% na receita deste ano.
850
é o número de companhias que fazem parte do setor
15%
é o crescimento esperado para as empresas neste ano
na calçada
A Le Postiche, rede de bolsas e acessórios, vai se expandir neste ano com lojas de rua, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A previsão é que 35 pontos sejam abertos pela marca, em formato de licenciamento.
"Para atrairmos investidores, optamos pelas unidades de rua, pois os custos de abertura e mensal são muito menores que os das unidades de shopping centers", afirma José Carlos Figueiredo, sócio-diretor da Le Postiche.
A empresa reformulou seu formato de loja para que elas possem ser instaladas em vias com grande fluxo de pessoas. As unidades serão mais compactas, com cerca de 70 metros quadrados.
Atualmente, a rede possui 72 lojas próprias e outras 178 licenciadas em todo o país.
O faturamento da companhia no ano passado foi de aproximadamente R$ 450 milhões.
Nos EUA
Os americanos começaram este mês um pouco mais otimistas, de acordo com indicador da Ipsos.
O índice que mensura a confiança dos consumidores na economia atual marcou 42,5 pontos -o maior patamar dos últimos 12 meses.
Dos 1.007 entrevistados, 33% afirmaram que acreditam que sua situação financeira irá melhorar nos próximos seis meses. Em março, eram 29%.
A confiança em relação ao emprego também subiu. A alta foi de seis pontos percentuais e ficou em 19%.
O levantamento aponta ainda que metade dos americanos não acompanhou as notícias sobre os problemas do Chipre.
Cerca de 20%, no entanto, disseram que a crise no país fez com que houvesse uma redução na confiança na recuperação econômica dos Estados Unidos
Cadeiras
Benoit d'Iribarne, presidente da Saint-Gobain Brasil, assume a presidência da Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo no lugar de Louis Bazire, presidente do BNP Paribas America Latina.
Na vice-presidência, ficarão Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, e Alberto Lemos Araújo Filho, atual presidente da Bull no Brasil.
Na frente... Os consumidores ao redor do mundo assistem em média 25 horas de TV por semana, segundo um estudo da Motorola Mobility em 17 países. O Brasil é o terceiro da lista, com um consumo médio de 20 horas.
...da TV Os Estados Unidos estão em primeiro, com 23 horas. Empatados na segunda colocação estão a Índia, a China, a Malásia e a Turquia, com 22 horas.
Voos O escritório de direito Madrona Hong Mazzuco Brandão criou uma nova área dedicada ao direito aeronáutico e da aviação. O advogado Jorge Roberto Khauaja, com passagem pela Varig, atuará na área.
Economia Duas das agências do Banco do Brasil (em Pirituba e em Fortaleza) foram planejadas de forma sustentável e estão consumindo 46% menos energia elétrica e 50% menos água, segundo a instituição
Nova... A Dauper, empresa que fabrica cookies, biscoitos e granola, está instalando uma fábrica na cidade de Canela, no Rio Grande do Sul.
...fábrica A companhia tem cerca de 80% de sua produção terceirizada e lançou sua marca recentemente no mercado de alimentos. O investimento que está sendo feito no processo de reformulação da empresa é de aproximadamente R$ 11 milhões.
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