A indústria do petróleo está apreensiva, porque certamente também seria afetada por uma guerra federativa
Abola voltou para o Palácio do Planalto, na polêmica dos royalties. Do jeito que está, o quadro é insustentável. Os ministros do Supremo Tribunal Federal certamente não querem se indispor com o Congresso, mas também não podem atropelar a doutrina tributária, desfigurando o princípio dos royalties. Entes federativos não produtores de petróleo fizeram o Rio de Janeiro e o Espírito Santo de reféns, e quem pode pagar o resgate, nesse caso, é somente a União, negociando uma redistribuição transitória de receitas pelos próximos cinco ou seis anos, até que se estabeleça novo equilíbrio entre contratos antigos e novos nos termos definidos pela lei votada no Congresso, já aceitos pelos estados produtores e que não foram vetados pela presidente Dilma.
A indústria do petróleo está apreensiva porque sabe que, nessa guerra federativa, pode sobrar para ela.
Acuado, o Estado do Rio tem na mão o estopim dessa guerra, em que todos sairão perdendo. Então, quanto mais rápido se negociar uma solução, melhor.
Bolsa tem futuro?
Em tempos de juros baixos, a Bolsa de Valores é apontada como caminho para os que buscam mais rentabilidade para o dinheiro poupado. No entanto, o desempenho das ações mais negociadas tem sido terrível.
As perdas com Petrobras nos dois últimos anos foram altíssimas. Quem subscreveu ações na última capitalização está ultra arrependido. A Vale também foi mal das pernas assim como outras blue chips. Restaram as ações de empresas de varejo e algumas outras com pouco movimento no pregão. Mas há apostas de recuperação este ano. A Apogeo Investimentos, do grupo DaVinci Partners (leia-se Gilberto Sayão, ex-Pactual, e outros sócios), que administra recursos de clientes no chamado segmento "prime", ainda projeta uma valorização de 15% nos seus fundos de ações (no ano passado a valorização foi de 26%).
A Bolsa brasileira conseguiu ser mais pessimista que suas congêneres lá fora. As europeias já chegaram a recuperar este ano o patamar pré-crise. A de Nova York bateu recordes seguidos. Mas aqui o mercado não para de andar de lado, com soluços de alta.
Mesmo assim há quem esteja de olho no futuro. O grupo que deve assumir em breve o controle da Bolsa de Nova York quer se instalar no Brasil. Associado à brasileira ATG, companhia criada anos atrás por exsócios da Ágora, e que hoje está na retaguarda de todo o suporte tecnológico que conecta a maior parte das corretoras aos clientes, o grupo americano criou a ATS pretendendo criar uma plataforma eletrônica de negociação de ações, complementar e ao mesmo tempo concorrente da Bovespa. Alan Gandelman, também oriundo do mundo da corretagem de valores, é que está encarregado de tocar o projeto. Existe uma discussão sobre se há espaço para mais de uma Bolsa no Brasil, tal qual nos Estados Unidos, onde funcionam pelo menos cinquenta. De fato, além das companhias tradicionais, o mercado de ações brasileiro não dá espaço para estreantes, o que limita o número de empresas negociadas a 400. Gandelman acha que o país já poderia ter mil empresas com ações sendo transacionadas, mas trabalha com metas bem conservadoras, no início. Depois de devidamente autorizada a funcionar, a ATS espera ter um movimento equivalente a 10% ou 15% do mercado em 2015, com um custo operacional que promete ser competitivo em relação à Bovespa, cujas ações são negociadas nela própria (está entre as companhias abertas mais lucrativas).
Da teoria à prática
É possível incorporar a ideia de felicidade ao conceito de sustentabilidade? Essa é uma pergunta que o Cebds, instituição que reúne um grupo de grandes empresas no Brasil em torno desse objetivo, agora se faz. A indagação envolve uma revisão dos antigos critérios para se medir desenvolvimento e que o Cebds teve a oportunidade de testar em um projeto nos morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira, no Leme, após a pacificação. Pesquisa feita junto aos moradores, sobre o que eles mais ansiavam nesse esforço de tornar a comunidade sustentável (geração de renda, qualificação profissional, melhoria de infraestrutura, etc), encontrou uma resposta singela: eles gostariam de deixar o local mais bonito. De fato, por que não transformar esses morros, com vista espetacular do Rio, em uma área igualmente bonita? Embora seja um conselho empresarial mais voltado para estratégias, o Cebds sentiu a necessidade de passar da teoria à prática em experiências pontuais. E a do Morro da Babilônia/Chapéu Mangueira certamente foi bemsucedida pois já está rendendo frutos. O grupo, que aprendeu a cuidar de hortas domésticas e comunitárias, tem "vendido" essa tecnologia em outras áreas pacificadas, como a do Complexo do Alemão.
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