FOLHA DE SP - 13/02
RIO DE JANEIRO - Leitores se surpreenderam ao ler aqui ("Samba e/é cultura", 11/2) que sambas hoje clássicos, como "Com Que Roupa?", de Noel Rosa, "Ó Seu Oscar", de Ataulpho Alves e Wilson Baptista, e "Ai, Que Saudades da Amélia", de Ataulpho e Mario Lago, tinham sido compostos para o Carnaval. Isso porque, quando se pensa em Carnaval, só nos vêm à cabeça velhas marchinhas e os raros sambas-enredo cuja melodia sobreviveu ao desfile.
Mas, em meio à desmemória geral, um punhado de sambas ainda é conhecido e lembrado -só nos esquecemos de que foram feitos para o Carnaval. É o caso, por exemplo, de "Despedida de Mangueira", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral, do Carnaval de 1940; "O Trem Atrasou", de Romeu Gentil, Paquito e Estanislau Silva, de 1941; e "Praça Onze", de Herivelto Martins e Grande Otelo, de 1942. Mas tem mais.
O Carnaval de 1947 produziu "Palhaço", de Benedito e Herivelto, e "Onde Estão os Tamborins?", de Pedro Caetano. O de 1948, "É com Esse Que Eu Vou", também de Pedro Caetano, e "Não me Diga Adeus", de Paquito, Soberano e Correia da Silva. O de 1949, "Pedreiro Waldemar", de Wilson Baptista e Roberto Martins, e "Que Samba Bom!", de Geraldo Pereira. O de 1950, "A Lapa", também de Benedito e Herivelto. E o de 1951, "Pra Seu Governo", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.
E vieram os sambas sociais de Luiz Antonio: "Sapato de Pobre", no Carnaval de 1951, "Lata D'Água", no de 1952 (ambos com Jota Junior), e "Zé Marmita", no de 1953 (com Brasinha), todos cantados por Marlene. Já 1958 foi o ano de "Madureira Chorou", de Carvalhinho e Julio Monteiro; 1961, o de "Quero Morrer no Carnaval", também de Luiz Antonio, com Eurico Campos; e 1962, o de "Oba!", de Oswaldo Nunes.
Com a volta triunfal dos blocos no Rio, os jovens estão merecendo aprender esses grandes sambas.
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