'Prateleira de projetos' para turbinar a eleição
RENATO ANDRADE
O Estado de S. Paulo - 15/04/2011
A forma mais simples de explicar por que a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento não decolou. Mas é a característica eleitoreira do pacote que forçará o governo a evitar, de todas as formas, declarar que as promessas continuarão dormindo na prateleira.
A dificuldade de tirar do papel as centenas de projetos listados na primeira versão do programa já deixava claro, ao menos para quem estava fora do Palácio do Planalto, que a execução do novo pacote trilionário teria destino ainda mais conturbado que o primeiro.
Enquanto o ex-presidente Lula lançava sua "prateleira de projetos", numa concorrida solenidade em 29 de março de 2010, apenas 11,3% das obras previstas no PAC 1, lançado três anos antes, tinham sido concluídas. Entre o desejo de turbinar a campanha de Dilma Rousseff e a chata realidade dos números, Lula preferiu seguir pelo caminho que mais lhe convinha.
Durante a campanha, Dilma repetiu várias vezes que iria cumprir "todas as metas estabelecidas" pelo PAC 2. "É assim, com planejamento, metas claras e muito trabalho que vamos seguir mudando o País", disse a então candidata petista durante programa eleitoral em setembro.
Mas para contratar uma obra nova é preciso ter dinheiro em caixa e concluir o pagamento das antigas. Esse inconveniente foi percebido ainda em dezembro, quando a equipe econômica começou a preparar o corte de gastos que seria anunciado meses depois. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a admitir que os projetos da prateleira de Lula continuariam onde estavam. Menos de 24 horas depois foi reprimido pelo chefe, que garantiu que não haver necessidade de "cortar um único centavo" do programa.
Dilma terá agora a ingrata tarefa de explicar como a liberação de apenas R$ 102 milhões, de um total de R$ 40,1 bilhões previstos, pode ser interpretada de outra forma que não um radical corte do pacote. Não espere, porém, que ela reconheça que a promessa de cumprir "todas as metas" do programa era só conversa de campanha.
A dificuldade de tirar do papel as centenas de projetos listados na primeira versão do programa já deixava claro, ao menos para quem estava fora do Palácio do Planalto, que a execução do novo pacote trilionário teria destino ainda mais conturbado que o primeiro.
Enquanto o ex-presidente Lula lançava sua "prateleira de projetos", numa concorrida solenidade em 29 de março de 2010, apenas 11,3% das obras previstas no PAC 1, lançado três anos antes, tinham sido concluídas. Entre o desejo de turbinar a campanha de Dilma Rousseff e a chata realidade dos números, Lula preferiu seguir pelo caminho que mais lhe convinha.
Durante a campanha, Dilma repetiu várias vezes que iria cumprir "todas as metas estabelecidas" pelo PAC 2. "É assim, com planejamento, metas claras e muito trabalho que vamos seguir mudando o País", disse a então candidata petista durante programa eleitoral em setembro.
Mas para contratar uma obra nova é preciso ter dinheiro em caixa e concluir o pagamento das antigas. Esse inconveniente foi percebido ainda em dezembro, quando a equipe econômica começou a preparar o corte de gastos que seria anunciado meses depois. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a admitir que os projetos da prateleira de Lula continuariam onde estavam. Menos de 24 horas depois foi reprimido pelo chefe, que garantiu que não haver necessidade de "cortar um único centavo" do programa.
Dilma terá agora a ingrata tarefa de explicar como a liberação de apenas R$ 102 milhões, de um total de R$ 40,1 bilhões previstos, pode ser interpretada de outra forma que não um radical corte do pacote. Não espere, porém, que ela reconheça que a promessa de cumprir "todas as metas" do programa era só conversa de campanha.
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