Ideologia intervencionista leva o Estado para dentro do motel
JOÃO BOSCO RABELO
eagora.org.br 15/04/11
A ideologia intervencionista chegou ao ponto do delírio e levou o Estado para dentro do motel.
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado, em caráter terminativo, ( que dispensa a votação em plenário), decidiu que os motéis têm que fornecer gratuitamente camisinhas para seus freqüentadores.
Talvez não haja nada que simbolize mais a privacidade que um motel. E mais privado ainda o que lá se faz.
Mas o Senado, que sugere com isso não ter mais o que fazer, produz benesses (não dá para chamar isso de política social) com o chapéu alheio.
Nesse diapasão, daqui a pouco vai estabelecer a obrigatoriedade do fornecimento de Viagra como política para a Terceira Idade e estabelecer regras de comportamento para os amantes. E por quê não a obrigatoriedade de cuecas antialérgicas?
É de se imaginar como será a regulamentação dessa possível Lei. Quantas camisinhas por quarto? Qual o parâmetro de qualidade do material empregado na sua fabricação?
E se a camisinha estourar, qual a penalidade para o proprietário do motel? Ou será só para o fabricante?
O freqüentador de um motel difere em tudo do indivíduo desprotegido, sem formação e informação sexual, sem recursos para mais essa despesa preventiva e sem consciência para as conseqüências de seus atos nesse campo.
A camisinha e outros cuidados recomendáveis para a prática de sexo, exceção já mencionada, é responsabilidade e dever de cada cidadão, mais ainda a compra do produto.
Além disso, provavelmente muitos motéis, por senso comercial, já devem oferecer gratuitamente as camisinhas – um marketing óbvio para o segmento.
O mais curioso nessa história é tratar-se de uma iniciativa do DEM, através da senadora Maria do Carmo Alves , – o partido que defende o liberalismo, a economia de mercado, a livre iniciativa.
Mais chocante: o senador Lindberg Farias (PT-RJ) estendeu a medida aos hotéis, pousadas e pensões.
Dele não espanta a idéia: ex-presidente de uma Une (União Nacional dos Estudantes) sempre financiada pelo Estado, acostumou-se a pôr na conta do contribuinte o que lhe parecer importante. Ainda que não seja.
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