quarta-feira, maio 13, 2009

BRASÍLIA - DF

Ouvidos de mercador


Correio Braziliense - 13/05/2009
 

Não durou 24 horas o respeito à ordem da cúpula petista de não antecipar candidaturas e buscar acordos com os aliados. No Distrito Federal, por exemplo, Geraldo Magela (PT) lançou o seu slogan de campanha “Nem passado, nem presente, Magela um futuro diferente”. E, para dizer que não desobedeceu à decisão do comando partidário, tomou café ontem com o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF), que deseja concorrer ao Senado. “Por mim, a ministra Dilma, nossa candidata, pode ter vários palanques aqui. O meu e outros que se apresentarem”, diz Magela, fazendo cara de paisagem para a determinação de dar preferência a composições em benefício da candidatura presidencial. 


Em tempo: aproximação de Magela e Filippelli se dá ao mesmo tempo em que o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), candidatíssimo à reeleição, deixa circular que não fará campanha em franca oposição ao presidente Lula. Assim como Aécio Neves (PSDB-MG), Arruda está no pós-lulismo.


Pré-sal por MP

Como o tempo urge, a intenção do governo é regulamentar a exploração de petróleo na camada pré-sal por medida provisória. Há quem diga que não há tempo de deixar um tema tão importante ficar rolando nas comissões da Câmara a perder de vista. Ou seja, o governo Lula não pretende deixar que esse assunto saia do Congresso apenas em 2011. 

É por aí

Como não conseguirá evitar as 27 assinaturas no pedido de CPI da Petrobras, o governo tentará arquivar o requerimento do senador Álvaro Dias alegando erro na solicitação. CPI tem que ter fato determinado e no pedido do tucano há vários temas, inclusive um último que foi incluído depois que o jornal O Globo publicou no fim de semana que a Petrobras pagou menos imposto do que devia. 


“A oposição sempre terá 27 assinaturas. Conviver com CPI deve ser algo tranquilo e corriqueiro aqui no Senado”
Do líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que teve o irmão demitido na Infraero 

Muamba

O estudo encomendado pelo Senado à FGV manteve intocável um serviço que os senadores não dispensam: desembaraço alfandegário. Recentemente, a casa importou, por exemplo, desfibriladores. É... sabe como é. 

Explica aí

A Comissão de Agricultura do Senado aprovou ontem a convocação do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Luciano Coutinho, para explicarem a escassez de crédito na praça para a agropecuária. O presidente do colegiado, Válter Pereira (PMDB-MS), dispensou o mais diplomático convite — o que tornaria a visita voluntária — queixando-se de que, sem a obrigatoriedade da visita, os senadores novamente seriam atendidos por funcionários de terceiro escalão. 

No cafezinho

 
 

Garota dourada/ A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (foto), chegou ao Senado repleta de colares dourados. Até a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), notou. Ana Júlia, na hora, virou-se para a coluna e comentou: “É tudo bijuteria. Ouro mesmo só a Nossa Senhora de Nazaré. Preciso de proteção, irmã!”, respondeu. 

Temporão, o cara/ Os senadores da Comissão de Assuntos Sociais se debulharam em elogios ontem ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, convidado para falar sobre as medidas de prevenção à gripe suína. Mão Santa (PMDB-PI), por exemplo, lamentou o fato de Temporão ter nascido em Portugal, o que o impede de concorrer à Presidência da República. “O senhor poderia ser candidato em 2010 e a Dilma (Rousseff), a sua vice”, discursou, com a habitual alfinetada na ministra da Casa Civil. 

Não é sim/ A cabeça do deputado Laerte Bessa deu um nó na sessão da CPI da Escuta Telefônica. Interessado em evitar o indiciamento de policiais do DF, ele declarou o voto não a um trecho do relatório. Na hora em que recebeu apoio do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que declarou o voto sim, ele ficou zonzo: “Então seu voto é não!”. “Para votar com você é sim, pela retirada desse pedaço do texto”, explicou o tucano. “Ih, então eu votei errado.” Marcelo Itagiba, que preside a CPI, foi direto: “Fique tranquilo, eu marquei sim aqui”. “Ah, bom!”. É coisa de regimento. 

Mestre-churrasqueiro/ Hábil cozinheiro, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC) chefiou ontem o banquete oferecido à Nunciatura Apostólica em Brasília pela bancada ligada à Igreja Católica. Como prato principal, sua especialidade: ripa de costela. O peemedebista trouxe de Santa Catarina a farta quantia de 40kg da iguaria. 

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