CORREIO BRAZILIENSE - 20/02
É preocupante o cenário da Venezuela depois de um ano da morte de Hugo Chávez. O país se divide em facções e subfacções. Sem o carisma, a autoridade e o poder centralizador de Hugo Chávez, Nicolás Maduro se vê cercado de crises por todos os lados. A oposição também se partiu. De um lado, a ala moderada, sob o comando de Henrique Capriles. De outro, a radical, liderada por Leopoldo López, preso na terça-feira responsabilizado por três mortes ocorridas em manifestações.
Sem interrupção, há duas semanas passeatas pintam as ruas de Caracas de branco e vermelho. O branco prega a saída do governo, considerado incapaz de administrar a crise econômica que se aprofunda a olhos vistos. A inflação bate em 57%. O dólar dispara. O mercado paralelo se amplia. Apagões se tornam rotina. A produção acelara o ritmo descendente. O desabastecimento obriga os cidadãos a enfrentar longas filas para comprar produtos essenciais mas escassos.
Maduro, atônito diante dos desafios para os quais não tem resposta nem experiência para buscar soluções, avia a receita do antecessor. Recorre à força para solucionar problemas que exigem diálogo e planejamento de curto, médio e longo prazo. É o caso do congelamento de preços, da restrição ao acesso do papel-imprensa, do cerceamento à liberdade de expressão, da formação de milícias armadas, da demonização dos Estados Unidos. A reprise não convence. Soa como farsa.
Daí as mais de 500 manifestações que teve de enfrentar no curto mandato. O quadro de violência política que cobre o país de insegurança lembra 2002, ano do golpe fracassado que apeou Chávez do poder por dois dias. A saída, com certeza, não passa pelas armas, mas pelo diálogo. Como fazer que os dois lados se sentem à mesa para harmonizar interesses em prol do bem comum? A polarização de ambos os lados parece desestimular a diplomacia.
Aos vizinhos e sócios no Mercosul e na Unasul, a escalada de violência e o risco de ruptura institucional na Venezuela não apenas lhes diz respeito por proximidade, mas também pelo interesse comum em preservar ambos os blocos como espaços democráticos e institucionais. Ainda que respeitando o princípio de não intervenção em assuntos domésticos, é possível - talvez necessário - oferecer papel de facilitação do diálogo entre as partes, como ocorreu depois do golpe frustrado contra Chávez. O Brasil, no exercício de liderança reconhecida globalmente, pode contribuir com postura proativa na busca de solução que evite a degeneração do processo político antes que seja tarde demais.
Sem interrupção, há duas semanas passeatas pintam as ruas de Caracas de branco e vermelho. O branco prega a saída do governo, considerado incapaz de administrar a crise econômica que se aprofunda a olhos vistos. A inflação bate em 57%. O dólar dispara. O mercado paralelo se amplia. Apagões se tornam rotina. A produção acelara o ritmo descendente. O desabastecimento obriga os cidadãos a enfrentar longas filas para comprar produtos essenciais mas escassos.
Maduro, atônito diante dos desafios para os quais não tem resposta nem experiência para buscar soluções, avia a receita do antecessor. Recorre à força para solucionar problemas que exigem diálogo e planejamento de curto, médio e longo prazo. É o caso do congelamento de preços, da restrição ao acesso do papel-imprensa, do cerceamento à liberdade de expressão, da formação de milícias armadas, da demonização dos Estados Unidos. A reprise não convence. Soa como farsa.
Daí as mais de 500 manifestações que teve de enfrentar no curto mandato. O quadro de violência política que cobre o país de insegurança lembra 2002, ano do golpe fracassado que apeou Chávez do poder por dois dias. A saída, com certeza, não passa pelas armas, mas pelo diálogo. Como fazer que os dois lados se sentem à mesa para harmonizar interesses em prol do bem comum? A polarização de ambos os lados parece desestimular a diplomacia.
Aos vizinhos e sócios no Mercosul e na Unasul, a escalada de violência e o risco de ruptura institucional na Venezuela não apenas lhes diz respeito por proximidade, mas também pelo interesse comum em preservar ambos os blocos como espaços democráticos e institucionais. Ainda que respeitando o princípio de não intervenção em assuntos domésticos, é possível - talvez necessário - oferecer papel de facilitação do diálogo entre as partes, como ocorreu depois do golpe frustrado contra Chávez. O Brasil, no exercício de liderança reconhecida globalmente, pode contribuir com postura proativa na busca de solução que evite a degeneração do processo político antes que seja tarde demais.
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