CORREIO BRAZILIENSE - 20/02
Pobre sina da América Latina. O populismo esquerdista que, desde o começo deste século, ocupou, pela vontade das urnas, os espaços de poder deixados pelas criminosas ditaduras militares consolida agora um saldo de desmandos, de caos social e de trapalhadas na economia. A estrela maior do movimento, o chavismo, está, digamos, caindo de maduro, piada pronta sugerida pelo nome do bigode que sucedeu ao presidente venezuelano Hugo Chávez (1954-2013), morto há quase um ano.
Nicolás Maduro, inábil motorista de caminhão que se tornou líder da potência petroleira deste subcontinente, colocou o pé no acelerador dos equívocos intervencionistas do "pai" para tentar se refugiar da tempestade no horizonte. Sem o inegável carisma de apresentador de programa de auditório que o mentor do "socialismo do século 21" tinha, ele apelou para maquiagens ainda mais pesadas sobre a crescente desordem política e financeira da Venezuela. Desse saco de improvisos saíram até antecipação do Natal e incentivos a saques de lojas.
Com inflação anual ao ritmo de 55%, algo inconcebível para os tempos atuais, não há discurso enganoso que se sustente. No padrão Cuba para justificar o derretimento do poder de compra e a vexaminosa escassez de produtos básicos, vale culpar a oposição golpista e o velho inimigo externo Estados Unidos (chamado de o império), principal comprador do petróleo venezuelano. Depois de anos de estatização, de canetadas para dobrar leis de mercado e de tanta perseguição aos críticos e à imprensa, o bode ficou maior que a sala.
A organização human rights Watch exigiu ontem que o governo liberte imediatamente o opositor Leopoldo López, que se entregou terça-feira à Guarda Nacional em Caracas após encabeçar grande manifestação contra Maduro. Quantos mortos ainda serão necessários para encerrar esse tenso ciclo? Em paralelo, metade da população venezuelana vê a cubanização do país, parcela da nação argentina teme o risco de venezuelização e um grupo de brasileiros reza para que não nos "argentinemos".
Com a agilidade das redes sociais, multidões confrontam facilmente o escapismo oficial e se expressam das maneiras mais diversas. Como ficar insensível ao comentário da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, durante o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de que mobilidade social é "assunto novo"? A voz das ruas é assunto desde sempre.
Nicolás Maduro, inábil motorista de caminhão que se tornou líder da potência petroleira deste subcontinente, colocou o pé no acelerador dos equívocos intervencionistas do "pai" para tentar se refugiar da tempestade no horizonte. Sem o inegável carisma de apresentador de programa de auditório que o mentor do "socialismo do século 21" tinha, ele apelou para maquiagens ainda mais pesadas sobre a crescente desordem política e financeira da Venezuela. Desse saco de improvisos saíram até antecipação do Natal e incentivos a saques de lojas.
Com inflação anual ao ritmo de 55%, algo inconcebível para os tempos atuais, não há discurso enganoso que se sustente. No padrão Cuba para justificar o derretimento do poder de compra e a vexaminosa escassez de produtos básicos, vale culpar a oposição golpista e o velho inimigo externo Estados Unidos (chamado de o império), principal comprador do petróleo venezuelano. Depois de anos de estatização, de canetadas para dobrar leis de mercado e de tanta perseguição aos críticos e à imprensa, o bode ficou maior que a sala.
A organização human rights Watch exigiu ontem que o governo liberte imediatamente o opositor Leopoldo López, que se entregou terça-feira à Guarda Nacional em Caracas após encabeçar grande manifestação contra Maduro. Quantos mortos ainda serão necessários para encerrar esse tenso ciclo? Em paralelo, metade da população venezuelana vê a cubanização do país, parcela da nação argentina teme o risco de venezuelização e um grupo de brasileiros reza para que não nos "argentinemos".
Com a agilidade das redes sociais, multidões confrontam facilmente o escapismo oficial e se expressam das maneiras mais diversas. Como ficar insensível ao comentário da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, durante o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de que mobilidade social é "assunto novo"? A voz das ruas é assunto desde sempre.
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