O ESTADO DE S. PAULO - 22/12
A camisa de força do marketing nas campanhas é, senão causa única, a principal na dificuldade da oposição de assumir o protagonismo das mudanças desejadas pelos 60% dos eleitores entrevistados na última consulta popular.
A ditadura do marketing, classificação adotada como síntese desse processo, leva a classe política afazer programas para ganhar eleições, produzindo peças de campanha para agradar aos eleitores, sem vínculo com a realidade do país. Uma espécie de manual do bem estar e da felicidade, que reúne as aspirações de todos os segmentos sociais.
Sua aplicabilidade é inviável, mas, como as campanhas são assentadas em promessas palatáveis a todos os gostos, pouco importa o compromisso com sua execução. Opera-se com base num cardápio cuja leitura emprenha pelos ouvidos. O depois é futuro.
Como todos tendem a focar os desejos e valores do eleitor médio, as campanhas ficam pasteurizadas, como bem assinalou o analista político Leonardo Barreto, em artigo para o broadcast político, da Agência Estado.
É um contexto que favorecerá sempre candidatos oficiais com índice de aprovação sustentável, acima dos 40%, porque ocuparão o vácuo de insatisfação com a visibilidade dada a atos de governo de grande impacto eleitoral.
É o que se testemunha no estágio atual, cinicamente denominado de pré-campanha, cujo fato mais recente é a saída de cena do marqueteiro do PSDB, Renato Pereira, defensor de uma linha de trabalho aparentemente em oposição a esse círculo vicioso.
A saída da oposição pode estar no desafio de traduzir para a compreensão popular temas de média e grande importância para o país, excluídos dos debates de campanha pela complexidade que os tornam monótonos e desinteressantes, diante do modelo superficial imposto pelo marketing de resultados.
São temas, no entanto, que podem sensibilizar o eleitorado se eficientemente vinculados aos dia-a-dia do cidadão. Tamanho do Estado, choque de gestão, reforma tributária e Pacto Federativo soam como aramaico para o cidadão comum - e, em alguma profundidade, mesmo para iniciados na política.
Porém são de vital importância para todos. O pacto federativo, para ficar num exemplo, já merece há muito tempo a tradução de independência de gestão dos Estados, mostrando os benefícios que pode gerar para a solução de problemas que afetam o cotidiano de regiões cujas peculiaridades e interesses específicos não sensibilizam o governo central
É muito mais que isso, mas a síntese é indispensável para se impor nos debates eleitorais sem espantar o eleitor.
Risco Copa
O cientista político e professor da Universidade de Brasília David Fleischer acha que os protestos durante a Copa podem ser "um desastre" do ponto de vista político para a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Síndrome
O senador Vitaldo Rego já sofre da síndrome da nomeação antecipada.
Dado como futuro ministro da Integração Nacional, ele já teme continuar na planície.
Trégua
O governo busca uma trégua com o Supremo tribunal Federal que, em 2014, retoma julgamentos importantes para a economia.
A ditadura do marketing, classificação adotada como síntese desse processo, leva a classe política afazer programas para ganhar eleições, produzindo peças de campanha para agradar aos eleitores, sem vínculo com a realidade do país. Uma espécie de manual do bem estar e da felicidade, que reúne as aspirações de todos os segmentos sociais.
Sua aplicabilidade é inviável, mas, como as campanhas são assentadas em promessas palatáveis a todos os gostos, pouco importa o compromisso com sua execução. Opera-se com base num cardápio cuja leitura emprenha pelos ouvidos. O depois é futuro.
Como todos tendem a focar os desejos e valores do eleitor médio, as campanhas ficam pasteurizadas, como bem assinalou o analista político Leonardo Barreto, em artigo para o broadcast político, da Agência Estado.
É um contexto que favorecerá sempre candidatos oficiais com índice de aprovação sustentável, acima dos 40%, porque ocuparão o vácuo de insatisfação com a visibilidade dada a atos de governo de grande impacto eleitoral.
É o que se testemunha no estágio atual, cinicamente denominado de pré-campanha, cujo fato mais recente é a saída de cena do marqueteiro do PSDB, Renato Pereira, defensor de uma linha de trabalho aparentemente em oposição a esse círculo vicioso.
A saída da oposição pode estar no desafio de traduzir para a compreensão popular temas de média e grande importância para o país, excluídos dos debates de campanha pela complexidade que os tornam monótonos e desinteressantes, diante do modelo superficial imposto pelo marketing de resultados.
São temas, no entanto, que podem sensibilizar o eleitorado se eficientemente vinculados aos dia-a-dia do cidadão. Tamanho do Estado, choque de gestão, reforma tributária e Pacto Federativo soam como aramaico para o cidadão comum - e, em alguma profundidade, mesmo para iniciados na política.
Porém são de vital importância para todos. O pacto federativo, para ficar num exemplo, já merece há muito tempo a tradução de independência de gestão dos Estados, mostrando os benefícios que pode gerar para a solução de problemas que afetam o cotidiano de regiões cujas peculiaridades e interesses específicos não sensibilizam o governo central
É muito mais que isso, mas a síntese é indispensável para se impor nos debates eleitorais sem espantar o eleitor.
Risco Copa
O cientista político e professor da Universidade de Brasília David Fleischer acha que os protestos durante a Copa podem ser "um desastre" do ponto de vista político para a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Síndrome
O senador Vitaldo Rego já sofre da síndrome da nomeação antecipada.
Dado como futuro ministro da Integração Nacional, ele já teme continuar na planície.
Trégua
O governo busca uma trégua com o Supremo tribunal Federal que, em 2014, retoma julgamentos importantes para a economia.
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