O GLOBO - 10/12
Como dizia Tancredo Neves, política se faz muito mais de gestos do que de palavras. A política é feita especialmente de gestos simbólicos, que indicam um comportamento futuro, esse, sim, conclusivo e gerador de fatos. Desse ponto de vista, o jantar que reuniu na noite de domingo, no Rio, o senador Aécio Neves e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, conta muito mais para o futuro da corrida presidencial, em que os dois concorrerão, do que para o presente, que ainda os mostra como adversários entre si.
Mas essa competição não impede que tracem estratégias comuns que os ajudem a atingir o objetivo. Para a primeira fase da campanha, já decidiram que considerar que a presidente Dilma tem lugar cativo no segundo turno só é bom para o PT. Começarão a tratar da eleição presidencial como uma questão em aberto, cujos desdobramentos podem levar até mesmo os dois a disputar o segundo turno entre si, decretando definitivamente o fim do ciclo petista.
Nesse caso, o PSB levaria vantagem teórica sobre o PSDB, pois, além de ter saído da base aliada do governo, tem uma coligação mais à esquerda, com o apoio da Rede Sustentabilidade de Marina Silva e do PPS. Dependendo da campanha, seria um candidato mais palatável ao eleitorado petista.
Já Aécio Neves parte para a campanha com o apoio do DEM e do Solidariedade de Paulinho da Força Sindical, que lhe dará mais tempo de televisão na campanha eleitoral no rádio e na televisão do que Campos.
Neste momento de formação de alianças nacionais e palanques regionais, tanto PSDB quanto PSB têm mais interesses divergentes, mas, quando é possível encontrar convergência, Aécio e Campos se aproximam. Como, por exemplo, nos dois estados que comandam politicamente, Minas e Pernambuco respectivamente, onde é possível encontrar pontos comuns.
A aliança com o PSB é um fato em Minas, onde o prefeito de Belo Horizonte é um socialista apoiado pelo PSDB. Nada mais natural que o PSB não lance candidato em Minas, para poder ter a reciprocidade em Pernambuco, onde o PSDB não tem candidato competitivo, mas, se lançasse o deputado Daniel Coelho, que teve 27% dos votos na recente eleição para prefeito de Recife, poderia impedir uma vitória do PSB no primeiro turno.
Onde for possível esse tipo de arranjo, será feito, inclusive com uma coligação regional. A sinalização é que há um fato novo: diferente da campanha presidencial em 2010, quando houve três candidaturas, e a ex-senadora Marina Silva não se considerou comprometida com a oposição, tentando preservar seu próprio cacife eleitoral para uma nova tentativa que acabou fracassando para 2014, desta vez temos dois candidatos de oposição que se comprometem previamente com apoio num eventual segundo turno, pois têm pontos em comum que levam a esse acordo.
Ambos acham que a condução da economia é extremamente perigosa para o Brasil, a ineficiência é absoluta, o aparelhamento da máquina governamental leva, sobretudo, a um desvirtuamento dos valores democráticos. Tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos buscam maior eficiência do Estado brasileiro - e os dois têm o que mostrar em suas respectivas administrações regionais - e têm o objetivo de ligar o país ao mundo desenvolvido, superando as barreiras ideológicas, com a busca de maiores investimentos, dando regras claras e garantias aos investidores privados.
Um conjunto de ideias que os aproxima e um objetivo comum: dar fim ao ciclo petista no governo.
Os pontos-chave
1 Do ponto de vista simbólico, o jantar que reuniu na noite de domingo, no Rio, Aécio Neves e Eduardo Campos conta muito para o futuro da corrida presidencial
2 Aécio e Campos começarão a tratar da eleição presidencial como questão em aberto, cujos desdobramentos podem levar até mesmo os dois a disputar o segundo turno entre si, decretando definitivamente o fim do ciclo petista
3 Desta vez temos dois candidatos de oposição que se comprometem previamente com apoio num eventual segundo turno
Mas essa competição não impede que tracem estratégias comuns que os ajudem a atingir o objetivo. Para a primeira fase da campanha, já decidiram que considerar que a presidente Dilma tem lugar cativo no segundo turno só é bom para o PT. Começarão a tratar da eleição presidencial como uma questão em aberto, cujos desdobramentos podem levar até mesmo os dois a disputar o segundo turno entre si, decretando definitivamente o fim do ciclo petista.
Nesse caso, o PSB levaria vantagem teórica sobre o PSDB, pois, além de ter saído da base aliada do governo, tem uma coligação mais à esquerda, com o apoio da Rede Sustentabilidade de Marina Silva e do PPS. Dependendo da campanha, seria um candidato mais palatável ao eleitorado petista.
Já Aécio Neves parte para a campanha com o apoio do DEM e do Solidariedade de Paulinho da Força Sindical, que lhe dará mais tempo de televisão na campanha eleitoral no rádio e na televisão do que Campos.
Neste momento de formação de alianças nacionais e palanques regionais, tanto PSDB quanto PSB têm mais interesses divergentes, mas, quando é possível encontrar convergência, Aécio e Campos se aproximam. Como, por exemplo, nos dois estados que comandam politicamente, Minas e Pernambuco respectivamente, onde é possível encontrar pontos comuns.
A aliança com o PSB é um fato em Minas, onde o prefeito de Belo Horizonte é um socialista apoiado pelo PSDB. Nada mais natural que o PSB não lance candidato em Minas, para poder ter a reciprocidade em Pernambuco, onde o PSDB não tem candidato competitivo, mas, se lançasse o deputado Daniel Coelho, que teve 27% dos votos na recente eleição para prefeito de Recife, poderia impedir uma vitória do PSB no primeiro turno.
Onde for possível esse tipo de arranjo, será feito, inclusive com uma coligação regional. A sinalização é que há um fato novo: diferente da campanha presidencial em 2010, quando houve três candidaturas, e a ex-senadora Marina Silva não se considerou comprometida com a oposição, tentando preservar seu próprio cacife eleitoral para uma nova tentativa que acabou fracassando para 2014, desta vez temos dois candidatos de oposição que se comprometem previamente com apoio num eventual segundo turno, pois têm pontos em comum que levam a esse acordo.
Ambos acham que a condução da economia é extremamente perigosa para o Brasil, a ineficiência é absoluta, o aparelhamento da máquina governamental leva, sobretudo, a um desvirtuamento dos valores democráticos. Tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos buscam maior eficiência do Estado brasileiro - e os dois têm o que mostrar em suas respectivas administrações regionais - e têm o objetivo de ligar o país ao mundo desenvolvido, superando as barreiras ideológicas, com a busca de maiores investimentos, dando regras claras e garantias aos investidores privados.
Um conjunto de ideias que os aproxima e um objetivo comum: dar fim ao ciclo petista no governo.
Os pontos-chave
1 Do ponto de vista simbólico, o jantar que reuniu na noite de domingo, no Rio, Aécio Neves e Eduardo Campos conta muito para o futuro da corrida presidencial
2 Aécio e Campos começarão a tratar da eleição presidencial como questão em aberto, cujos desdobramentos podem levar até mesmo os dois a disputar o segundo turno entre si, decretando definitivamente o fim do ciclo petista
3 Desta vez temos dois candidatos de oposição que se comprometem previamente com apoio num eventual segundo turno
Nenhum comentário:
Postar um comentário