O GLOBO - 03/11
Recente pesquisa da empresa Keller y Asociados dá conta do que mais preocupa os venezuelanos. Chama a atenção que temas que anteriormente não apareciam, ou o faziam com uma percentagem muito baixa, agora adquirem relevância. A delinquência continua sendo o maior problema, para 80% dos entrevistados; em seguida vem o custo de vida (74%), a corrupção (70%), o narcotráfico com 65%, mesmo número atribuído ao desemprego e às preocupações com a economia. Vale notar que o participante podia marcar mais de uma opção.
É de se notar que esses problemas se tornaram mais agudos durante a gestão do presidente Maduro. Sabemos, por experiência, que esses resultados serão considerados pelo governo como mais uma arremetida de setores da oposição, inimigos jurados da revolução bolivariana. No entanto, são realidades que não podem ser ocultadas, por mais piruetas que façam os principais porta-vozes da cúpula governante.
O certo é que quanto mais se empenhem em negar ou distorcer o que sucede diariamente aos cidadãos pior será. A reação do povo, cansado de tantos atropelos e mentiras, deve ser levada em conta. Temo que sua paciência esteja se esgotando e que, cedo ou tarde, se as correções necessárias não forem aplicadas a tempo, a raiva contida explodirá na cara dos que se empenham em negar-lhes respostas eficientes e oportunas sobre as dificuldades presentes. O regime não pode continuar atuando com a prepotência e a impunidade garantidas pelo monopólio da força e o controle absoluto das instituições.
Aos temas abordados na pesquisa da Keller y Asociados há que agregar muitas outras circunstâncias que complicam o delicado cenário nacional. O próprio Banco Central da Venezuela destaca o agravamento da escassez e o desabastecimento de muitos produtos da dieta básica do cidadão venezuelano. Eles não dão sinal de vida em lugar algum, a não ser nas mesas dos que usufruem de altos cargos governamentais; mas o resto dos mortais tem que fazer das tripas coração para levar comida a suas famílias. Nem se fale de outros produtos de consumo diário.
De tal maneira que o governo, em vez de inventar guerras, conspirações, inimigos internos e externos, o que tem a fazer é levar a sério e enfrentar a grave crise; isto é, governar com seriedade a favor de toda a sociedade (priorizando, é claro, os setores mais vulneráveis da população), sem exclusões aberrantes que só fazem dividir ainda mais o já dividido povo venezuelano.
A mãe de todas as batalhas é derrotar a inflação, que coloca contra a parede as famílias e converte os salários em insuficientes e vis; normalizar o mercado de câmbio e deixar de lado tantas improvisações e contradições, que acabam por empastelar ainda mais o que já é, por si mesmo, complicado. O governo deve deixar de tretas e lutar de verdade contra o narcotráfico, a corrupção, a insegurança e a estupidez na gestão pública. Enfim, governar em função do desenvolvimento.
Uma pergunta, amigo leitor: você acha que Maduro será capaz de fazer tudo isto? Não creio. Por isso, é preciso levar a sério o voto nas eleições municipais de 8 de dezembro. Não há outra forma de se conseguir mudar o rumo das coisas.
É de se notar que esses problemas se tornaram mais agudos durante a gestão do presidente Maduro. Sabemos, por experiência, que esses resultados serão considerados pelo governo como mais uma arremetida de setores da oposição, inimigos jurados da revolução bolivariana. No entanto, são realidades que não podem ser ocultadas, por mais piruetas que façam os principais porta-vozes da cúpula governante.
O certo é que quanto mais se empenhem em negar ou distorcer o que sucede diariamente aos cidadãos pior será. A reação do povo, cansado de tantos atropelos e mentiras, deve ser levada em conta. Temo que sua paciência esteja se esgotando e que, cedo ou tarde, se as correções necessárias não forem aplicadas a tempo, a raiva contida explodirá na cara dos que se empenham em negar-lhes respostas eficientes e oportunas sobre as dificuldades presentes. O regime não pode continuar atuando com a prepotência e a impunidade garantidas pelo monopólio da força e o controle absoluto das instituições.
Aos temas abordados na pesquisa da Keller y Asociados há que agregar muitas outras circunstâncias que complicam o delicado cenário nacional. O próprio Banco Central da Venezuela destaca o agravamento da escassez e o desabastecimento de muitos produtos da dieta básica do cidadão venezuelano. Eles não dão sinal de vida em lugar algum, a não ser nas mesas dos que usufruem de altos cargos governamentais; mas o resto dos mortais tem que fazer das tripas coração para levar comida a suas famílias. Nem se fale de outros produtos de consumo diário.
De tal maneira que o governo, em vez de inventar guerras, conspirações, inimigos internos e externos, o que tem a fazer é levar a sério e enfrentar a grave crise; isto é, governar com seriedade a favor de toda a sociedade (priorizando, é claro, os setores mais vulneráveis da população), sem exclusões aberrantes que só fazem dividir ainda mais o já dividido povo venezuelano.
A mãe de todas as batalhas é derrotar a inflação, que coloca contra a parede as famílias e converte os salários em insuficientes e vis; normalizar o mercado de câmbio e deixar de lado tantas improvisações e contradições, que acabam por empastelar ainda mais o que já é, por si mesmo, complicado. O governo deve deixar de tretas e lutar de verdade contra o narcotráfico, a corrupção, a insegurança e a estupidez na gestão pública. Enfim, governar em função do desenvolvimento.
Uma pergunta, amigo leitor: você acha que Maduro será capaz de fazer tudo isto? Não creio. Por isso, é preciso levar a sério o voto nas eleições municipais de 8 de dezembro. Não há outra forma de se conseguir mudar o rumo das coisas.
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