FOLHA DE SP - 21/10
Fundos de investimentos buscam títulos de dívida de empresas de porte médio
Empresas de médio porte com pouco acesso a crédito seja devido ao seu tamanho, à sua organização, seja em razão do menor apetite dos bancos para financiamentos.
Esse é o perfil das companhias para as quais a BRZ Investimentos tem buscado originar debêntures ou CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
Empresas grandes, por sua vez, têm pago quase os mesmos juros que títulos públicos, observa Allan Hadid, presidente da gestora.
"Por melhor que seja, a empresa não pode oferecer a mesma taxa porque o governo é como um ativo praticamente sem risco. Com esse prêmio [rendimento em relação ao título público], prefiro papéis públicos."
A estratégia se completa com a compra das debêntures e dos CRIs pelos próprios fundos da BRZ.
"Vamos atrás das empresas e estruturamos os papéis com uma securitizadora. Procuramos para o nosso investidor um retorno diferenciado em vez de esperar que bancos e empresas me tragam -a mim e a outras mil pessoas."
Quanto ao maior risco de empresas com esse perfil, Hadid afirma sentir-se seguro com as garantias pedidas, como imóveis e recebíveis, além de um bom rating.
O valor das emissões gira entre R$ 30 milhões e R$ 100 milhões. Cinco operações de companhias dos setores imobiliário, de logística e do comércio, já foram feitas e há quatro em andamento, que já passaram pela CVM.
O investimento foi de cerca de R$ 110 milhões -há casos em que bancos dividem o cheque, segundo Hadid.
"Temos R$ 600 milhões em cerca de dez futuras emissões que estão em diferentes estágios", acrescenta.
POUCA NEGOCIAÇÃO
Em outra aproximação de empresas médias, a BRZ iniciou a captação de um novo fundo de "small caps" (companhias menores, pouco negociadas). Muitas estão com preço inferior ao do IPO.
"Nosso diferencial é o acompanhamento da gestão junto com a companhia, um trabalho de private equity, com companhias listadas."
DE OLHO NA CHINA
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai encaminhar ao governo brasileiro um documento com recomendações, como acordos tributários, com o objetivo de reduzir obstáculos nas relações entre o Brasil e a China.
"Com o crescimento do consumo interno na China, a indústria brasileira precisa ter uma visão mais ofensiva de buscar o mercado chinês como destino das exportações", diz Fabrizio Panzini, especialista da CNI.
A ideia é fornecer subsídios para o encontro da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível), marcado para novembro no país asiático.
Planos de previdência se recuperam em agosto
Os fundos de previdência privada reverteram o resultado negativo de julho, mês em que o volume de resgates superou o de arrecadações em R$ 396 milhões.
Em agosto, os ingressos foram maiores em R$ 795 milhões, de acordo com dados da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
A recuperação é consequência de uma compreensão, por parte de investidores, da política de juros adotada pelo governo, segundo o presidente da entidade, Osvaldo Nascimento.
"Agora, o combate à inflação está delineado", afirma.
Ainda em agosto, o sistema de previdência aberta registrou o ingresso de R$ 4,3 bilhões -expansão de 14,52% ante julho.
Os planos individuais foram os responsáveis pela alta, com a arrecadação de cerca de R$ 3,8 bilhões e crescimento de 19,43%.
Os planos empresariais, por sua vez, contabilizaram R$ 446,8 milhões. O número é 11% menor que o registrado no mês de julho.
No acumulado de janeiro a agosto, a previdência aberta registrou R$ 46,8 bilhões em ingressos, volume 7,43% maior que o verificado no mesmo período de 2012.
Nova lei de terceirização dará segurança, dizem advogados
O projeto de lei que regulamenta a terceirização, em tramitação na Câmara, deverá dar mais segurança jurídica para empresas e contratados, na opinião de especialistas.
Um dos pontos mais discutidos é o que libera a contratação de terceirizados para qualquer função nas empresas.
Hoje, as companhias podem terceirizar mão de obra apenas para a chamada atividade meio -uma súmula do TST (Tribunal Superior do Trabalho) veta no caso da tarefa principal (atividade fim).
"Mas nem o TST tem um parâmetro objetivo para identificar o que é uma atividade meio ou fim", diz o advogado Fabrício Trindade de Sousa, do escritório Mattos Filho.
"O projeto tem o lado positivo de estabelecer parâmetros que não existem hoje na terceirização", afirma Renato Canizares, do Demarest.
A CUT, no entanto, afirma que, se for aprovada, a proposta vai "precarizar" as relações de trabalho.
"O que se quer fazer é uma reforma trabalhista às avessas. Se houver tentativa de votar esse projeto nocivo, a CUT vai para um novo enfrentamento", diz o presidente da entidade, Vagner Freitas.
A associação de magistrados da Justiça do Trabalho também é contra.
"Vai institucionalizar a precarização da mão de obra", afirma a presidente, Patricia Almeida Ramos.
METAL APROVEITADO
A Fiat economizou R$ 44 milhões e cerca de 26 mil toneladas de minério de ferro em 15 anos com o reaproveitamento de retalhos de aço na fábrica de Betim (MG).
Vinte mil toneladas do metal foram aplicadas na produção de partes menores de veículos, segundo a empresa.
A GM afirma que obtém, em média, R$ 52 milhões por ano com a venda dos retalhos de aço de suas cinco fábricas.
ALUGUEL ESTÁVEL
O preço dos contratos novos de aluguel residencial na cidade de São Paulo se manteve estável em setembro, com variação de 0,2% com relação a agosto deste ano, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação).
No acumulado de 12 meses, o incremento foi de 9,9%, bem superior aos 4,4% do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que rege o reajuste de grande parte dos contratos em andamento.
"Com a queda do índice e a alta da inflação, aumentou o descolamento entre o IGP-M e a locação", diz Mark Turnbull, diretor da entidade.
"Os proprietários começaram a embutir a inflação no valor dos aluguéis para se protegerem", diz.
O cenário deve se manter estável até o fim deste ano.
Presente de Natal A contratação de serviços de escolta armada em São Paulo deve crescer 8% no fim deste ano, segundo a Sesvesp (sindicato da segurança privada). Em 2012, o aumento foi de 6%.
Segurança futura O mercado de seguros poderá representar 7% do PIB nacional em 2025, segundo a CNseg (Confederação Nacional de Seguradoras). A arrecadação projetada é de R$ 768 bilhões.
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