FOLHA DE SP - 11/09
Achei correta a substituição de Autuori por Muricy. Autuori estava perdido, e Muricy volta para casa
Melhorou o futebol coletivo no Brasileirão. Algumas equipes, como Cruzeiro e Botafogo, trocam muitos passes, fazem muitas triangulações e marcam muitos gols, pelo chão e pelo alto. Não confundir essas jogadas aéreas, de bolas passadas ou cruzadas das laterais e da linha de fundo, com os chutões e os chuveirinhos, que continuam frequentíssimos. É raro um zagueiro, no Brasileirão, ter um bom passe.
O Cruzeiro tem quase dois times do mesmo nível. Éverton Ribeiro evoluiu nos últimos jogos. Está mais agressivo, objetivo, finaliza mais e melhor. Antes, driblava e saía pouco do lugar. Há pedidos para convocá-lo. É cedo. Jornalistas esportivos adoram fazer lista dos melhores, indicar nomes para a seleção, fazer previsões e comentar o futuro.
Apesar de tantos motivos para dar errado, continua dando tudo certo no Botafogo.
Os meninos entram e jogam como gente grande. Até o mediano Elias fez gol de placa. Só falta seu reserva Alex fazer outro.
O Atlético-PR vai continuar entre os primeiros até o fim da competição? Não sei. A equipe ganha e agrada. É a chance de Vágner Mancini recuperar o prestígio. Muitos torcedores do Cruzeiro disseram que ele foi um dos piores técnicos que já dirigiram a equipe. Vários torcedores do Atlético-MG falaram o mesmo de Tite, quando o Galo foi rebaixado. Luxemburgo foi chamado de mago, grande estrategista. Felipão, de ultrapassado no Palmeiras, é agora referência, padrão Felipão. O mundo e o futebol dão muitas voltas.
Corinthians, Grêmio e Inter, com bons elencos, podem crescer no segundo turno. Os dois times, com sistemas táticos diferentes, jogam como na época em que seus treinadores eram atletas. Não evoluíram.
Achei correta a saída de Paulo Autuori. Ele estava perdido, e Muricy volta para casa. Mas os problemas no São Paulo não são apenas de técnico, de falta de confiança e de mau-olhado. É também de pouca qualidade individual.
São Paulo e Fluminense acabaram com seus bons times. É ilusão achar que bastam dois ou três excelentes jogadores para formar uma boa equipe. Isso só ocorre se houver conjunto e bons coadjuvantes.
A contratação de Ganso para a mesma posição de Jadson derrubou todos os técnicos. Todos tentaram escalar os dois juntos e não conseguiram. E todos ficaram insatisfeitos de ver um no banco. Esse é o grande desafio de Muricy.
O Flamengo, em campo, parece um time pequeno, arrumadinho, certinho, disciplinado. Ameaça ganhar e perde.
Um repórter de TV perguntou a um torcedor do Atlético-MG se ele gostava de Luan de volante. Pela expressão e entonação da voz, esperava uma resposta bem afirmativa. O torcedor olhou para ele e respondeu com outra pergunta: "Um jogador que só corre de cabeça baixa pode atuar no meio-campo"?
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