CORREIO BRAZILIENSE - 20/09
A norte-americana Exxon Mobil e as britânicas BP e BG, gigantes do setor de petróleo, anunciaram ontem que estão fora do leilão do pré-sal do campo de Libra, na bacia de Santos. Os norte-americanos já vinham sinalizando desinteresse pelo leilão, como a coluna antecipou no sábado passado, mas a desistência da britânica BG pegou de surpresa a Petrobras: é sua principal parceira no pré-sal.
Segundo a diretora da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, cada empresa alegou um motivo particular para pular fora do negócio. O governo esperava, inicialmente, que até 40 empresas participassem do leilão, marcado para 21 de outubro. Somente 11, até agora, manifestaram interesse no arremate, cuja taxa de inscrição custa R$ 2 milhões.
Com isso, cresce no mercado a expectativa de que as estatais chinesas Sinopec, Sinochem e CNPC protagonizem a disputa. Quem vencer terá de fazer um pagamento imediato de R$ 15 bilhões e firmar o compromisso de investimento mínimo de R$ 610 milhões nos primeiros quatro anos, o que afastou as empresas brasileiras da disputa, com exceção da Petrobras, que já é dona de 30% do campo pela nova legislação. A norueguesa Statoil e a francesa Total seriam também fortes candidatas, segundo a ANP. Mas as chinesas levam vantagens, porque tempo e dinheiro não são problemas para a China. O mais importante é garantir 70% do petróleo do pré-sal para sua economia.
Ceticismo
A previsão da Agência Nacional de Petróleo é de que Libra esteja produzindo 1 milhão de barris por dia em 2020, metade do que a Petrobras levou 60 anos para obter. Essa expectativa, porém, não é consenso no mercado, no qual circulam informações de que a exploração do campo pode levar 20 anos, por dificuldades tecnológicas e custos financeiros.
Investimento
O prazo do contrato de exploração do campo de Libra é de 35 anos não renováveis, e o investimento previsto de US$ 200 bilhões
Fora do barco
A direção nacional do PT deve debater na próxima semana a entrega dos cargos em governos do PSB. Em Pernambuco, a situação é insustentável. Ontem, o senador Humberto Costa (PT-PE) defendia o desembarque já: “Acho que devemos sair dos governos do PSB”. O PT ocupa duas pastas na administração de Eduardo Campos e uma secretaria na Prefeitura do Recife.
Quero o meu
O PT baiano pressiona o governador Jaques Wagner (PT) a lutar para recuperar o Ministério da Integração Nacional para a Bahia. A pasta foi ocupada por Geddel Vieira, do PMDB. O ministro Fernando Bezerra, do PSB, deve deixar o cargo, mas não será agora. Dilma só pretende substituí-lo quando voltar da reunião da ONU nos EUA. A pasta é responsável por todas as medidas referentes à água no semiárido nordestino e o PMDB tenta emplacar no cargo o senador Vital do Rêgo, da Paraíba.
Na estrada
O programa do PSDB foi ao ar ontem, ancorado pelo senador Aécio Neves, presidente da legenda. O programa mostrou o pré-candidato tucano com o pé na estrada e inovou pela informalidade dos diálogos.
Dois irmãos
Quando chegar a Nova York, no dia 27 de setembro, a presidente Dilma Rousseff será recebida pelo representante interino do Brasil na ONU, o embaixador Guilherme Patriota, que vem a ser irmão do ex-chanceler Antonio Patriota, o novo representante permanente do Brasil no órgão. O ex-ministro aguarda sabatina e aprovação do seu nome no Senado, o que ainda não aconteceu por causa do imbróglio envolvendo o senador boliviano Roger Pinto. O caso de nepotismo cria mal-estar no Itamaraty.
Adeus, camarada!
O deputado Augusto Carvalho deve mesmo deixar o PPS para assumir o comando do Solidariedade no Distrito Federal, partido criado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Mesmo tendo articulado a filiação da deputada distrital Eliana Pedrosa ao PPS para ser candidata ao governo do GDF. De nada adiantaram os apelos do deputado Roberto Freire (PPS-DF) para que se mantivesse na legenda. Augusto é um dos remanescentes do antigo comitê central do PCB, que deu origem ao PPS.
Lágrimas
A saída da diretora-geral do Senado, Doris Peixoto, não foi exatamente uma surpresa, mas foi traumática. Ela trombou com o presidente da Casa, Renan Calheiros, por causa das mudanças administrativas. Há muita boataria para saber quem vai sucedê-la. O mais cotado é Antônio Helder Medeiros Rebouças, diretor da poderosa Secretaria de Coordenação Técnica e Relações Institucionais.
Pedágios
A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem o consórcio de 10 empresas que venceu o leilão de concessão da BR-050, rodovia que liga Goiás e Minas Gerais. O consórcio propôs a menor tarifa — de R$ 0,04534 por quilômetro —, representando deságio de 42,38%. A presidente defendeu a cobrança de pedágios, que vem sendo alvo de manifestações. “É impossível fazer concessão sem tarifa”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário