GAZETA DO POVO - PR - 05/09
Frequentemente, encontramos slogans como “Governo para todos”, “Do povo para o povo”, e assim por diante. E nós acreditamos, mas as esperanças vão diminuindo e os sonhos se acabando.
No Brasil, as dicotomias foram frequentes ao longo de sua história. Podemos exemplificar, entre outras, algumas como o excesso de riqueza na mão de poucos, muita matéria-prima e poucos produtos industrializados, muito território e pouca infraestrutura, muita conversa e pouca educação, muitas pessoas e pouca segurança, muita promessa e pouca realização. Nota-se que muito se falou, mas pouco mudou ao longo do tempo, apenas novas dicotomias foram introduzidas sob o manto de resolução das antigas que, na verdade, só vieram a se somar aumentando o rol das existentes com poucas melhorias perceptíveis.
A partir disso, podemos acrescentar mais excessos no nosso sistema, a começar pelo excesso de legisladores (vereadores, deputados e senadores) e seus muitos assessores, com pouca eficiência e quase nenhum resultado; os cargos como o de ministros, secretários e diretores indicados com muita pressão política e pouca meritocracia; e as punições irrisórias se comparadas com as denúncias. Podemos nominar tantas outras que se somam as já citadas e o resultado prático não poderia ser outro: um país de muitas “dificuldades” e cheio de especialistas em vender “facilidades”, criando um ambiente extremamente favorável à corrupção, como representa a nossa realidade.
É preciso dar um basta, exigir as reformas tão aguardadas e necessárias como a política e a tributária. A máquina estatal tem de ser simples e funcional. Os recursos arrecadados têm de retornar em forma de benefícios à população.
Temos de exigir maior comprometimento com o povo, mais transparência nas contas públicas e o devido rigor na punição dos corruptos. Ou a população exige, ou continuaremos assistindo ao descaso com a saúde, educação, segurança e infraestrutura.
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