FOLHA DE SP - 21/06
No dia em que o Brasil e Brasília protagonizaram os mais abrangentes protestos de rua das últimas décadas, a presidente da República ficou muda no Palácio do Planalto e o governador do Distrito Federal foi a um evento na Embaixada da França.
Dilma Rousseff e Agnelo Queiroz (PT) são o epítome dos governantes brasileiros. Resumem a perplexidade e falta de capacidade de liderança dos políticos de vários partidos diante do novo fenômeno de protestos sem líderes nem propostas definidas.
Tanto a presidente como a maioria dos governadores formataram um discurso com três componentes. Primeiro, elogiam a democracia. Segundo, enaltecem os atos pacíficos. Terceiro, condenam as ações de vandalismo.
Para uma onda moderada de protestos, esse tipo de abordagem funciona. O político fica bem com a opinião pública e com a parte "domesticada" das manifestações. Os custos de eventuais depredações são moderados. O transtorno é passageiro.
Mas no caso da avalanche atual de manifestações, a presidente e vários governadores não explicam o que pretendem fazer se os protestos continuarem. Parecem, a rigor, estar apenas torcendo para o tsunami passar.
Só que os protestos são resilientes. Os governantes estão aprisionados a um estado de catatonia. Nesse cenário, passam a ser normais as cenas de fogueiras na Esplanada dos Ministérios como as de ontem à noite.
Com passado de esquerda, Dilma sente dificuldades para adotar um discurso crítico aos efeitos dos protestos. Ela teme ser interpretada como autoritária e a favor do que estão combatendo na rua.
Ocorre que as principais cidades estão com suas vidas semiparalisadas há quase duas semanas. Haverá prejuízos econômicos. Dilma não sabe qual resposta oferecer. Quando a onda passar, há um risco enorme de a conta acabar espetada na taxa de popularidade da presidente e de seus colegas governadores.
No dia em que o Brasil e Brasília protagonizaram os mais abrangentes protestos de rua das últimas décadas, a presidente da República ficou muda no Palácio do Planalto e o governador do Distrito Federal foi a um evento na Embaixada da França.
Dilma Rousseff e Agnelo Queiroz (PT) são o epítome dos governantes brasileiros. Resumem a perplexidade e falta de capacidade de liderança dos políticos de vários partidos diante do novo fenômeno de protestos sem líderes nem propostas definidas.
Tanto a presidente como a maioria dos governadores formataram um discurso com três componentes. Primeiro, elogiam a democracia. Segundo, enaltecem os atos pacíficos. Terceiro, condenam as ações de vandalismo.
Para uma onda moderada de protestos, esse tipo de abordagem funciona. O político fica bem com a opinião pública e com a parte "domesticada" das manifestações. Os custos de eventuais depredações são moderados. O transtorno é passageiro.
Mas no caso da avalanche atual de manifestações, a presidente e vários governadores não explicam o que pretendem fazer se os protestos continuarem. Parecem, a rigor, estar apenas torcendo para o tsunami passar.
Só que os protestos são resilientes. Os governantes estão aprisionados a um estado de catatonia. Nesse cenário, passam a ser normais as cenas de fogueiras na Esplanada dos Ministérios como as de ontem à noite.
Com passado de esquerda, Dilma sente dificuldades para adotar um discurso crítico aos efeitos dos protestos. Ela teme ser interpretada como autoritária e a favor do que estão combatendo na rua.
Ocorre que as principais cidades estão com suas vidas semiparalisadas há quase duas semanas. Haverá prejuízos econômicos. Dilma não sabe qual resposta oferecer. Quando a onda passar, há um risco enorme de a conta acabar espetada na taxa de popularidade da presidente e de seus colegas governadores.
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