FOLHA DE SP - 21/06
RIO DE JANEIRO - No verão passado, o empresário Eike Batista seguiu o itinerário de nove entre dez novos ricos e, com um punhado de amigos, rumou para St. Barths, apelido de St. Barthélemy, uma charmosa ilha no Caribe, destino comum de endinheirados no verão.
Alheio ao alto luxo da rede hoteleira local, o empresário símbolo da ousadia da nova geração de empreendedores alugou um superiate e o ancorou. Os diversos andares, quartos, elevadores e a criadagem estavam à disposição de meia dúzia de amigos, numa noite reunidos à mesa para um jantar informal.
Presente, um publicitário brasileiro importante. A conversa teve um pouco de tudo, até que Eike surgiu com uma ideia: e se o publicitário o ajudasse a convencer a família Marinho a colocar numa próxima novela das nove da TV Globo o personagem de um empresário boa-praça, inspirado nele?
Passaram-se uns bons meses. Na semana passada, pela primeira vez, as ações da petroleira OGX, menina dos olhos do conglomerado X, chegaram a valer menos de R$ 1 nas Bolsas. Numa atitude raríssima para tentar acalmar o mercado, o empresário veio a público para anunciar o alongamento de suas dívidas.
É cada vez mais evidente que as coisas vão mal no mundo X, dos grandes aos pequenos empreendimentos, a despeito de toda a ajuda, pública inclusive, que o conglomerado recebeu nos últimos anos.
A cada semana, demissões e cortes de vagas são anunciadas ao mercado. O estilo Eike de gerenciar tem afastado executivos, e a desconfiança em torno de seus empreendimentos já é generalizada no mercado.
No fim das contas, o projeto de ir parar em rede nacional andou, mas não do jeito que o empresário gostaria. Nos protestos que varrem o Rio desde a semana passada, ele só fica atrás do governador e do prefeito. Malhados, todos os dias.
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